Editorial

Armindo Veloso




CONTRA O QUÊ?

Os cento e vinte e cinco anos do Maria da Fonte mostraram umas e lembraram outras histórias que este jornal contou ao longo de todos estes anos.
Disse-o a vários órgãos de comunicação social e reafirmo-o aqui, hoje, que me sinto muito à vontade para falar desta última década – só faltava não sentir uma vez que é o período no qual sou director – mas não me sinto nada preparado para falar dos outros cento e quinze anos. Há quem esteja muito mais do que eu e por esse facto socorremo-nos deles – o meu muito obrigado! - para elaborarmos um número especial que me parece feliz e oportuno.
Este número de aniversário teve falhas e omissões - não seria fácil não ter, dada a sua complexidade e critérios - mas sinto-me orgulhoso ao folheá-lo e lê-lo.
Desabafo.
Facto: O jornal Maria da Fonte foi sempre um jornal não acomodado e até, dito de uma forma popular, foi sempre um “jornal do contra”. Contra os poderes instituídos fossem eles Monarquia, Primeira República, Estado Novo ou poder da Igreja.
Honra-me esse passado do contra.
Tendo como base esse facto, pergunto: hoje, com a democracia consolidada, o Maria da Fonte deverá ser contra o quê? O único contra que assumo, no meu canto..., é ser contra a porcaria da sociedade em que vivemos e que é fruto dos comportamentos de todos nós.
De uma forma responsável ser contra qualquer coisa, esse contra, deverá ter um objectivo fundamentado e razoável.
Hoje, o Maria da Fonte para ter algum futuro de-verá cingir-se às notícias locais, normais, informando de forma objectiva os leitores e, a par disso, ter as suas páginas escancaradas a pessoas individuais ou representando instituições da Póvoa, criando, assim, um espaço de liberdade onde se pode, e deve, criticar e opinar acerca dos poderes instituídos sejam eles a Câmara, as Juntas, a Santa Casa ou outro.
Quem acha que o Maria da Fonte está acomodado teste-o! Envie-nos a sua opinião, a sua crítica.
Ou será que no nosso concelho proliferam os cobardes, o que não creio, que querem arremessar pedras com a mão de terceiros, seja ele um jornalista ou um director de jornal?
O tempo de notícias encomendadas e muitas das vezes pagas(!) já lá vai. Os jornais devem funcionar como fóruns da Democracia.

Até um dia destes.
CASTELO

Rotary


Prescindindo da troca de presentes entre si, os elementos do Rotary Club da P. Lanhoso reuniram verbas e adquiriram um computador para a turma de multi-deficiência da Escola EB1/JI da P. Lanhoso. O gesto veio de encontro aos desejos de alguns dos seus alunos, que muito ansiavam por um novo computador para aquela unidade.

CASTELO DE AREIA
A culpa é do IVA

Em 31 de Dezembro, numa loja comercial desta vila, um acessório para um telemóvel, com taxa de 21%, custou a um povoense 9,90 euros. Dias depois, o mesmo cliente desloca-se àquele estabelecimento para comprar uma nova unidade e repara que o mesmo produto, que agora passa a ter IVA de 23%, custava 1,09 a mais, isto é, um total de 10,99 euros. Pois é, agora o IVA serve de desculpa para tudo. A cumprir-se o aumento de 2%, aquele produto deveria ter um preço de 10,06 euros.

Aniversário


Maria da Fonte
comemorou 125 anos

O lançamento de uma edição especial assinalou, no dia 3 de Janeiro, a passagem do 125.º aniversário do jornal “Maria da Fonte”.A par da edição especial, e numa parceria com a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, a celebração da data contempla ainda a realização de duas conferências, a 15 e a 29 de Janeiro, e uma exposição documental sobre os 125 anos do “Maria da Fonte”, cuja abertura está agendada para as 22 horas.
A edição especial, de 32 páginas, enviada a todos os assinantes, foi distribuída pelos cerca de 5 mil alunos do concelho, num acto que contou com a colaboração da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso. Ao longo da mesma, os leitores ficam a conhecer alguns dos momentos marcantes da história do país e do concelho da Póvoa de Lanhoso nos últimos 125 anos. A primeira página da edição de 3 de Janeiro de 1886 é, pois, a capa desta edição especial.
“125 anos de uma instituição com o “Maria da Fonte” é muito tempo, passou por muitas histórias, passou pela monarquia, pela 1.ª República, passou pelo Estado Novo e hoje em democracia há 36 anos”, referiu Armindo Veloso, director do Jornal “Maria da Fonte” e administrador do grupo Arcada Nova, que integra, a par deste quinzenário, o jornal Correio do Minho, a Rádio Antena Minho e a agência de publicidade Vértice.
Referindo que o “Maria da Fonte” mantém-se vivo, activo e de boa saúde, Armindo Veloso destacou a “necessidade de reformular o produto para continuar a ser apetecível” pelas pessoas que assinam aquela publicação quinzenal.
“É o jornal mais antigo do concelho, é um jornal com 125 anos de existência e que ultrapassou já três séculos da vivência do concelho da Pó-voa de Lanhoso. É um dos patrimónios culturais mais importantes, ao nível da informação escrita, que temos no concelho da Póvoa de Lanhoso e por isso a Póvoa de Lanhoso está grata a todos aqueles que contribuíram para estes 125 anos”, referiu Fátima Moreira, vereadora da Cultura da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, entidade que se associou às comemorações...

Aniversário


Comemorações prosseguem
com conferências
e exposição documental

Depois da distribuição de uma edição especial do “Maria da Fonte”, a 3 de Janeiro, as comemorações do 125.º aniversário retomam sábado, dia 15, no Theatro Club, com a realização de uma conferência, cujo início está agendado para as 21h30. Armindo Veloso, director do “Maria da Fonte”, será o moderar da conferência “Jornal Maria da Fonte – 125 anos”, que terá com conferencistas Paulo Freitas (Divisão de Cultura e Turismo da CMPL), que abordará “A Fundação do Jornal Maria da Fonte”; José Abílio Coelho (Investigador do CITCEM/UM), sobre “A Imprensa Periódica na Póvoa de Lanhoso” e Felisbela Lopes (Universidade do Minho) sobre a “Imprensa no Desenvolvimento Local”.
“Esta primeira conferência abordará tudo o que está em torno da fundação do Jornal “Maria da Fonte”, cuja essência é uma questão recente. A identificação da razão objectiva da fundação do Jornal “Maria da Fonte” é um conhecimento recente, do ano passado. A relação que existe entre o Jornal “Maria da Fonte” e o livro de Camilo Castelo Branco; a razão por-que a primeira página do Jornal Maria da Fonte surge na segunda página do Castelo de Lanhoso são alguns dos exemplos que podem ser dados”, explica Paulo Freitas, da Divisão de Cultura da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso.
Marcada para as 21h30, do dia 29 de Janeiro, a segunda conferência terá como ora-dores José Bento da Silva, professor da Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso, com “O Arquivo do Jornal Maria da Fonte”; Daniel Catalão, jornalista da RTP, com “Arquivos Digitais” e António José Osório, do IEC/Um, com “Arquivos locais e tecnologias digitais: recursos autênticos para aprender e criar o passado, presente e futuro”.
“O arquivo do Maria da Fonte é, talvez, o maior volume e o maior arquivo e fonte de informação de que a Póvoa de Lanhoso pode-se socorrer para os últimos 100 anos pois permite confrontar todas as outras fontes institucionais”, revela Paulo Freitas, referindo-se à importância do arquivo do MF.
“As comemorações dos 125 anos e o trabalho realizado pela Biblioteca nos últimos anos fez com que fosse criada uma oportunidade para se expor um grande volume de documentação e informação local e disponível”, revela Paulo Freitas...

Aniversário


Crianças deram a sua opinião
sobre edição especial dos 125 anos

Enviada a todos os assinantes do “Maria da Fonte”, a edição especial comemorativa dos 125 anos foi também entregue aos alunos das várias escolas do concelho. Os mais novos não se fizeram rogados e, depois de folhearem a edição comemorativa dos 125 anos, deram a conhecer as suas notícias de eleição.
Heríona Maria da Fonte foi a escolhida do Dylan e da Mariana
Para o Dylan Fernandes, de 8 anos, aluno do 3.º ano da Escola EB1/JI de Simães, em Fontarcada, a notícia sobre o Monumento à Maria da Fonte foi a que mais lhe chamou à atenção. “Gostei muito do artigo sobre o “Monumento à Maria da Fonte” porque foi uma figura muito importante na história da Póvoa de Lanhoso devido à sua valentia e coragem”, justificou Dylan Fernandes, vincando ainda que “foi ela que deu origem à chamada Revolução da Maria da Fonte”, contribuindo para uma melhoria de vida das populações que eram governadas pelos Cabrais”.
Quanto à edição especial, o jovem Dylan Fernandes considera que “esta edição está muito bem feira. As notícias são muito interessantes”.
“A ideia de terem oferecido o jornal a todas as crianças das escolas foi brilhante pois nós tivemos a oportunidade de sensibilizar os nossos pais para a importância da sua existência na divulgação e na projecção da nossa terra. Bem haja a todos que, quinzenalmente, tornam possível a publicação do Jornal “Maria da Fonte” para que chegue a casa de milhares de pessoas, promovendo a divulgação do nome da Póvoa de Lanhoso”, disse ainda Dylan Fernandes.
A frequentar o 3.º ano da Escola EB1 de Taíde, Mariana Santos do Vale, apontou a notícia sobre o Monumento à Maria da Fonte com a sua preferida. Considerando que a heroína foi uma figura importante para a Póvoa de Lanhoso, Mariana Vale revelou que “devemos orgulhar-nos dela porque foi uma lutadora e defendia as pessoas que a rodeavam”...

Exposição


Espaço Jovem entrega prémios
do Concurso de Fotografia

Está agendada para esta sexta-feira, dia 14, a entrega dos prémios aos vencedores do concurso de fotografia, promovido pelo Espaço Jovem. “O Outono na Póvoa de Lanhoso” foi o tema do concurso de fotografia. De acordo com a Câmara Municipal, foram admitidas ao concurso 42 fotografias de nove concorrentes (cinco homens e quatro mulheres) do concelho da Póvoa de Lanhoso. “As perspectivas dos concorrentes foram diversas, mas tiveram principal enfoque na natureza. Todas as fotos concorrentes integram a exposição que abre no próximo dia 14 de Janeiro, no Espaço Jovem, pelas 17h30, seguindo-se a entrega de prémios”, avança em comunicado a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso...

Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso


Mais velhos foram
as estrelas da Festa de Natal

Uma tarde de actividades, com os mais velhos no centro da festa, foi a iniciativa proporcionada pela Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, como forma de assinalar a passagem do Natal.
Ao invés do tradicional almoço de Natal, dirigido unicamente para instituições voltadas para a idade sénior, a iniciativa deste ano assumiu um maior dinamismo e envolveu as várias instituições do concelho, as quais participaram activamente na festa- convívio, que culminou com um lanche para todos os participantes.
Cerca de 300 pessoas participaram na Festa de Natal promovida pela Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso e dirigida aos utentes das várias instituições de solidariedade social e centros de convívio do concelho. A estas instituições juntou-se ainda a Universidade Sénior do Rotary Club da Póvoa de Lanhoso.
O auditório das antigas instalações do ISAVE, em Fontarcada, foi o local escolhido para a realização da festa, durante a qual os mais velhos foram as estrelas da tarde, entoando várias melodias. Foram vários os grupos que passaram pelo palco do auditório de Fontarcada. Para além das várias canções, o evento contou com um desfile de moda, pelos utentes da Casa de Trabalho de Fontarcada e pela apresentação da peça “O boi e o burro”, pelo Centro de Criatividade da Póvoa de Lanhoso.
“Depois da análise dos anos anteriores, sentimos que a actividade era pouco dinâmica e revolvemos, este ano, fazer uma proposta que envolvesse os utentes na iniciativa, tornando-a, desta forma, mais participada e mais dinâmica”, referiu Fátima Moreira, vereadora da Acção Social da Câmara Municipal, justificando a passagem do Almoço de Natal para uma tarde de convívio, com a participação de vários grupos de utentes. A questão económica foi, também, um aspecto a ter em conta.
“Penso que este é o começo de muitos eventos. Esta é a oportunidade das instituições mostraram o trabalho que fazem durante o ano”, referiu Manuel Baptista, presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso.
A Festa de Natal promovida pela Câmara Municipal contou com a presença dos utentes dos Centros de Convívio de Friande, Vilela e Esperança, assim como dos Centros Sociais de Calvos, Taíde, Serzedelo, Monsul e Sobradelo da Goma, Centro Teresiano de Verim, Casa de Trabalho de Fontarcada, ASSIS, Associação de Invisuais, Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, Associação “Em Diálogo” e Universidade Sénior...

Fontarcada


Casa de Trabalho prestou
homenagem ao Professor Cunha

A Festa de Natal da Casa de Trabalho de Fontarcada ficou marcada pela homenagem a António Cunha e Silva, professor aposentado, que carinhosamente é tratado pelos utentes por “professor Cunha”.
Os vinte anos de ligação do professor Cunha à Casa de Trabalho de Fontarcada foram recordados na Festa de Natal, com os utentes a homenagear um dos grandes amigos da instituição.
A homenagem encerrou a tarde de festa e o padre Magalhães dos Santos, presidente da Casa de Trabalho, destacou os 20 anos de dedicação e carinho do professor Cunha. “São vinte anos de serviço, de amizade, de apoio e carinho”, referiu aquele responsável, dando conta ainda de que “há amigos que nos ajudam e nos amparam e que estão sempre presentes nas horas boas e más”...

Sobradelo da Goma


Grupo Desportivo e Escuteiros
organizaram Jantar de Natal

Decorreu, num ambiente de grande alegria, o Jantar de Natal, organizado, em conjunto, pelo Grupo Desportivo da Goma e os Escuteiro de Sobradelo da Goma.
O jantar decorreu num ambiente descontraído e de grande convívio entre os participantes de Sobradelo da Goma.
A ementa foi constituída pelas típicas entradas, azeitonas, chouriças assadas e rissóis. Como prato principal tivemos o tradicional peru e lombo de porco assados, todos os participantes se deliciaram com estas iguarias, acompanhados com o verde da região (gentilmente cedido por alguns participante e por nós próprios organizadores). Por fim, e apesar dos excessos alimentares próprios do dia, ainda restou um grande apetite para os tradicionais doces de Natal, rabanadas, formigos, aletria, bolachas variadas, pudins e bolos...

Escola segura


GNR alerta para os cuidados
a ter na Internet

Comunicar em Segurança – Segurança na Internet” é o tema das sessões de esclarecimento que estão a ser desenvolvidas pelos militares do Núcleo Escola Segura que integram a Secção de Programas Especiais da GNR do DTER da Póvoa de Lanhoso. As acções, realizadas no âmbito da parceria estabelecida entre a Fundação PT e a GNR, têm como destinatários os alunos do 1.º e 2.º ciclo de ensino básico.
“A utilização das novas tecnologias por crianças e jovens tem levantado questões sérias e complexas, tanto a nível social como educacional. A relação entre riscos e oportunidades de estar online suscita um dilema de como proteger as crianças e jovens dos novos perigos, sem impedir o acesso a uma ferramenta indispensável na sociedade actual”, revela o Cabo Jorge Rodrigues, da Escola Segura.
Transmitir alguns conselhos para ajudar crianças e adolescentes a prevenir e reagir contra os riscos a que estão sujeitos nos vários contactos via internet é um dos objectivos das sessões.
Alertar a comunidade educativa para a utilização correcta e segura das tecnologias de informação e partilhar conhecimentos essenciais para uma utilização segura e responsável da
Internet e do telemóvel é a missão dos militares da GNR...

Como foi...

Ano 2010 em revista

Fernando Carlos, presidente da Junta de Freguesia de S. Martinho do Campo, eleito em Outubro de 2009, foi o primeiro entrevistado do ano. Em declarações ao “Maria da Fonte” o autarca defendeu uma maior autonomia para as Juntas de Freguesia. Quanto à sua candidatura à presidência da Junta de Freguesia de Campo, Fernando Carlos foi peremptório ao afirmar que “respondeu a um pedido da população”.

A tomada de posse de Humberto Carneiro, reconduzido no cargo de Provedor da Santa Casa, foi um dos assuntos em destaque na primeira edição de 2010. O “apelo sentido de genuíno de muitas dezenas de Irmãos” levou Humberto Carneiro a abraçar um novo mandato de 3 anos, uma vez que era seu propósito apenas cumprir os dois mandatos.

Nesta edição, o “MF” dá conta da nomeação do padre Marco Gil, pároco de Monsul, para Juiz do Tribunal Eclesiástico e Metropolitano de Braga. Aquando da publicação da notícia, a 1 de Janeiro, o sacerdote já se encontrava em exercício de funções.

A distribuição de cabazes aos idosos, pelo Centro Social e Paroquial de Monsul, o concerto de Natal na Igreja de Calvos, a distribuição de cabazes pela autarquia, o almoço dos utentes das IPSS’s e o jantar/convívio de Travassos, organizado pela Junta de Freguesia e grupo desportivo foram duas das actividades alusivas ao Natal que estiveram em destaque na primeira edição do ano. A recolha de donativos para a construção do Lar de Idosos do Centro Social de Serzedelo foi também anunciada.

No desporto, o Porto d’Ave seguiu em frente na Taça A. F. Braga e o Maria da Fonte terminou a primeira volta na liderança da tabela.

“Todas as pessoas deviam passar por este cargo pelo menos dois meses”, assegurou José Alberto Pereira, presidente da Junta de Freguesia de Esperança, em entrevista. Após três meses como presidente da Junta de Freguesia de Esperança, o autarca mostra-se sensível aos problemas que afectam os idosos a as famílias mais carenciadas.

As quantidades recolhidas nos ecopontos, nas áreas de influência da Braval, bateram recorde. No decurso de 2009 foram recolhidas 14 mil toneladas de resíduos, com os aumentos a situarem-se nos 12,5%, quando comparados com 2008. A este aumento das quantidades recolhidas para reciclagem, alia-se, também, o aumento do número de ecopontos existentes na área da Braval.

A “troca de mimos” entre PS e PSD marcou a Assembleia Municipal. De entre outros assuntos, o acordo de princípio celebrado, no anterior mandato, entre o presidente da Câmara Municipal e os presidentes de junta PS foi um dos temas que mereceu reparos por parte da bancada socialista. Apesar de aprovado, o novo regimento da Assembleia Municipal mereceu reparos por parte do PS, que votou contra o mesmo.

O sucesso dos presépios de Garfe foi um dos temas em destaque no início do ano. Deveras satisfeito com o número de visitantes, apesar das rigorosas condições atmosféricas, o padre Luís Peixoto traçou um balanço positivo e apontou algumas das novidades a implementar no ano seguinte.

NIC da Póvoa de Lanhoso comandou mega-operação, que envolveu cerca de 120 militares e levou à apreensão de 30 mil euros em dinheiro, material estupefaciente e diverso material alegadamente furtado.

“Esta é uma freguesia que dá boas indicações para o futuro”, considerou António Pereira, presidente da Junta de Freguesia de Fontarcada, eleito em Outubro de 2009. O novo presidente da Junta de Freguesia de Fontarcada, considerou ainda que, sem a Lear e o ISAVE, o parque industrial ficou parado, sem uso e sem rentabilidade.

Cerca de 90 pessoas participaram no jantar biológico, promovido pela Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, na Quinta Maria da Fonte, em S. Gens de Calvos. A ementa da noite privilegiou o porco bísaro.

Foram cerca de 200 os participantes no V Fórum Permanente de Teatro Amador, realizado na Póvoa de Lanhoso, nos dias 23 e 24 de Janeiro. Contando com a presença de elementos afectos a cerca de 40 grupos de teatro amador, os trabalhos abraçaram áreas como a formação de actores, iluminação, escrita criativa e cenografia.

Um idoso, da freguesia de Serzedelo, faleceu vítima de atropelamento. O acidente mortal ocorreu na Estrada Nacional 103 e a viatura interveniente pôs-se em fuga.
O destaque na primeira edição de Fevereiro foi dado ao Jantar das Janeiras das Juventude Socialista da Póvoa de Lanhoso, o qual contou com a presença de cerca de mais de 400 jovens. No decurso do jantar, Pedro Silva, coordenador cessante da JS, foi homenageado.

Jovem, de 26 anos, residente em S. Gens de Calvos, aspirante a oficial da PSP, perdeu a vida num acidente de viação, na A 28, próximo da Póvoa de Lanhoso. Acidente trágico deixou chocada a população.

Francisco Manuel da Silva, de 33 anos, é desde Outubro de 2009, presidente da Junta de Freguesia de Friande. Na entrevista concedida ao “Maria da Fonte”, Francisco Silva destacou a transformação do edifício da escola primária em centro de convívio com uma das obras a implementar.

Uma eucaristia, na capela de S. Gonçalo, o descerramento de uma lápide e uma exposição fotográfica foram as iniciativas que marcaram a passagem do 100.º Aniversário da morte de D. Elvira Câmara Lopes, numa organização da Câmara Municipal e da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso.

Na primeira edição de Fevereiro, o “Maria da Fonte” dá destaque aos passeios pedestres, cuja primeira caminhada de 2010 tem lugar a 13 de Março, com o “Passeio de S. José”. O debate, organizado pela “Oportunidades”, alusivo ao combate à pobreza e exclusão social, o novo espectáculo do Centro de Criatividade da Póvoa de Lanhoso, a recolha de alimentos, pelo Banco do Voluntariado, a construção do Centro Educativo do Cávado, em Monsul, a visita à Assembleia da República dos habitantes de Águas Santas foram outros dos temas noticiados na primeira edição de Fevereiro.

Uma explosão numa fábrica de explosivos, localizada em Taíde, provocou duas vítimas mortais. A tragédia, amplamente divulgada pelos órgãos de comunicação social, tirou a vida a um homem, de 55 anos, e a uma mulher, de 47 anos, residentes na Póvoa de Lanhoso e Oliveira, respectivamente.

Impulso – Associação Empresarial da Póvoa de Lanhoso é o nome da nova associação da Póvoa de Lanhoso, cuja apresentação ocorreu na Casa da Botica. Fernando Freitas, presidente da Comissão Instaladora da “Impulso”, revelou que a missão da nova associação passa pelo potenciar negócios, assim como contribuir para a dinamização do tecido empresarial e do desenvolvimento regional.

O mapa de pessoal da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso foi alvo de críticas por parte do PS. Os socialistas apontaram o dedo ao aumento de 1,6 milhões de euros com os custos com pessoal, relativamente a 2005.

Proveninentes das 31 paróquias do Arciprestado da Póvoa de Lanhoso, 130 catequistas, participaram no 1.º Encontro Arciprestal do Catequista, realizado em Santo Emilião..

Revelando que foi o amor à sua terra que o levou a candidatar-se à Junta de Freguesia de Garfe, José Castro, em entrevista a este jornal, assume a rede viária e o saneamento básico como as suas duas grandes preocupações, não esquecendo, contudo, os desfavorecidos da sua terra.

A cor e a alegria invadiu a vila da Póvoa de Lanhoso. Centenas de crianças participaram no desfile das valências de primeira infância da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso. Aos mais novos, juntaram-se os utentes das valências sénior da Santa Casa, nomeadamente do Lar de S. José, Centro de Dia e Hospital António Lopes.
Um concurso de fotografia, artesãos a trabalhar ao vivo, palestras, demonstrações de actividades desportivas, feira do livro e feira da ladra foram algumas das actividades que marcaram a Semana Cultural do ISAVE, realizada de 1 a 4 de Março. A prevenção da doença e a promoção da saúde esteve em foco ao longo das várias actividades realizadas.

O Quadro de Pessoal e o Plano de Actividades da Câmara Municipal foram os pontos fortes da Assembleia Municipal, realizadas nos dias 26 de Fevereiro e 1 de Março. Além dos pontos constantes da ordem de trabalhos, o prazo limite de funcionamento do aterro sanitário, o atraso nas transferências de verbas dos fundos comunitários foram outros dos assuntos trazidos ao debate...
Oficinas de Cosmética Natural
voltam à Biblioteca Infantil

Dada a grande adesão de participantes verificada em Novembro, durante este mês de Janeiro, a Biblioteca Infantil, localizada na Casa da Botica, está a promover novamente uma “Oficina de Cosmética Natural” junto dos seus utilizadores habituais, crianças dos Jardins de Infância, das Escolas, dos ATL’s e público em geral.
A participação é gratuita”, revela a Câmara Municipal, dando conta de que tais oficinas pretendem “apelar à adopção, em nossas casas, de práticas que são simultaneamente amigas do ambiente e mais económicas”.
“A maior parte dos cosméticos são elaborados com produtos sintéticos e estão associados ao aumento da sensibilidade de muitas pessoas. Quando se fala de um tratamento diário da pele, a natureza tem todas as respostas, ajudando a controlar a oleosidade ou a secura, as peles jovens ou maduras. Este ateliê, para além de ensinar a confeccionar alguns produtos cosméticos naturais, é uma mais-valia no que se refere à poupança económica”, refere ainda a autarquia em nota de imprensa...

Juventude Socialista


Jantar das Janeiras da JS
reuniu cerca de mil jovens

O momento político que o país atravessa levou a que o tradicional Jantar das Janeiras da Juventude Socialista da Póvoa de Lanhoso, realizado na passada sexta-feira, se assumisse como um evento de apoio à candidatura de Manuel Alegre.
O histórico membro do PS era pois o convidado de honra do Jantar das Janeiras mas um problema de saúde, ocorrido no dia anterior, impediu o candidato à Presidência da República de estar presente na iniciativa. Mesmo sem Manuel Alegre, o Jantar das Janeiras contou com uma grande falange de apoio à candidatura do membro histórico do PS.
O jantar, realizado no Restaurante Põe-te a Pau, em Fontarcada, reuniu cerca de 1000 jovens vindos de vários pontos do concelho e do país, conforme dá conta Gilberto Anjos, coordenador da JS concelhia.
Segundo aquele responsável, o Jantar das Janeiras tem vindo a “ganhar cada vez mais expressão junto dos jovens povoenses, tornando-se uma iniciativa de referência para todo o concelho, com o objectivo principal de fomentar o convívio e uma maior aproximação entre todos os jovens povoenses”.
A grande mobilização de jovens na noite de sexta-feira resultou da aliança da JS concelhia ao Movimento “Já”, composto por apoiantes de Manuel Alegre.
Uma vez que, por motivos de saúde, não pode estar presente, Manuel Alegre fez chegar uma mensagem a qual foi lida a todos os apoiantes presentes no Jantar de Janeiras.
Joaquim Barreto, presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Frederico Castro e Martinho Gonçalves, deputados do Partido Socialista na Assembleia da República, Carlos Alegria, mandatário distrital da candidatura de Manuel Alegre foram algumas das figuras presentes no Jantar das Janeiras.
No momento dos discursos, foram várias as críticas apontadas ao candidato do PSD, Aníbal Cavaco Silva...

Automobilismo


Rallye Torrié na estrada
a 26 e 27 de Fevereiro

Decorre, no fim-de-semana de 26 e 27 de Fevereiro, a edição de 2011 do Rally Torrié, evento organizado pelo Targa Clube em parceria com os municípios de Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho. A apresentação do evento teve lugar no dia 4 de Janeiro, no Instituto Superior de Engenharia do Porto.
De acordo com a organização, esta prova será pontuável para o Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), Campeonato de Portugal de Ralis 2L/2RM (CPR 2L/ 2RM) e para o Campeonato Regional de Ralis Nordeste (VSH) – 2011 (CRRND).
O presidente da Câmara da Póvoa de Lanhoso, Manuel Baptista, que abriu a apresentação à Comunicação Social, apontou a oportunidade de promoção turística do concelho e do comércio, hotelaria e restauração locais como argumentos que continuam a justificar esta aposta, a qual, segundo recordou, decorre de um “casamento que tem dado certo” entre os dois municípios vizinhos e o Targa Clube. “Isto é um trabalho colectivo, que iremos continuar a fazer e que tem sido produtivo na P. Lanhoso, pelo empenho dos povoenses”, referiu, igualmente, o autarca, fazendo votos de que o bom tempo ajude ao espectáculo.
Manuel Baptista, acompanhado na ocasião pela vereadora do Desporto, Gabriela Fonseca, fez ainda questão de salientar todo o trabalho de voluntariado, que envolve esta organização no Concelho da Póvoa de Lanhoso. “Parte do trabalho é feito por voluntários, pelos próprios funcionários da Câmara e envolvemos a comunidade e as associações. Isto é um trabalho de todos e tem sido gratificante”, notou, finalizando que inquéritos realizados “no comércio, na hotelaria e na restauração” atestam que “89 por cento das pessoas gostam do Rallye”.
Ainda que esteja sujeito a ajustes, o programa do Rallye Torrié foi apresentado pelo Director da Prova, Rubens Pinheiro. As inscrições estão abertas desde o dia 4 e a competição terá 12 provas espe-ciais para o CPRCPR 2L/2RM e seis para o CRRND, incluindo duas Super-Especiais, em terras de La-nhoso e de Vieira do Minho, sendo que irão existir zonas – espectáculos em que o público possa assistir com segurança...

Gala do desporto


Emilianinhos de ouro premiaram
atletas, dirigentes e equipa técnica

Pelo terceiro ano consecutivo, o Emilianos Futebol Clube organizou, sábado, dia 8 de Janeiro, a III Gala Emilianinhos de Ouro, num ambiente de grande alegria e camaradagem.
Total compreensão e espírito aberto eram os ingredientes necessários para uma noite bem passada, recheada de situações hilariantes, com os vários elementos afectos ao clube a receberem um “Emilianinho de Ouro”. Às novas caras do plantel, David Lima e Marco Lopes, os apresentadores de serviço, deram a conhecer o nascimento da Gala do Emilianos Futebol Clube. “Surgiu há duas épocas atrás com o objectivo de se promover o bom ambiente que se vive no balneário da equipa. O evento pretende contemplar jogadores, equipa técnica e dirigentes com “premiozinhos” que retratem situações marcantes e hilariantes que vão acontecendo ao longo da época”, explicou um dos apresentadores da Gala.
David Almeida e Marco Lopes não deixaram o crédito por mãos alheias e brindaram os presentes com duas horas de boa disposição. Arrependidozinho, Hulkzinho, Sacrificadozinho, Insurretozinho, Amostrazinha Tagarelazinha, Brasileirozinho, Pipoquinha, Convencidozinho e Ciumentuzinho do ano, foram alguns dos prémios atribuídos. Zé Maria, treinador do Emilianos F. C. não escapou e recebeu o título de “Mestrezinho do Ano”. A Jorge Lopes, presidente do clube, foi conferido o prémio “Magnatazinho do Ano”...

Cem anos de República (24)

Nem os heróis salvam
minhotos da descrença

De Braga, a crise alastra-se ao interior do Minho e com ela a impopularidade dos governos, a uma média de escassos meses de duração cada um, enquanto o povo passava fome e era castigado com novos impostos e alta de preços.
Veja-se só que Viana do Castelo vendia um cento de sardinhas a 120 reis e eram compradas em Braga a 1200 reis. Os intermediários engordavam com esta crise e havia comerciantes de Braga que retinham o peixe recebido de Viana num armazém junto à estação dos Caminhos de Ferro para depois o venderem a preço de ouro.

Abastecimento bloqueado

Mas pior estava para vir, com a greve dos lavradores, caseiros e jornaleiros (da lavoura) ao abastecimento da cidade de Braga porque a Câmara inventou um imposto sobre os produtos da terra entrados nas “barreiras” da cidade. Eram as portagens de há cem anos!
As lutas dos operários sobem de tome e adquirem novas formas: num ápice, surgem notícias de atentados bombistas – “enorme estampido de duas bombas de dinamite que a malvadez arremessou contra dois estabelecimentos da indústria metalúrgica onde os operários se encontram, em greve”.
Dois patrões atribuem os atentados ao sindicato. Estava aberto o caminho para o precipício mortal da I República, três anos depois, e nem as visitas dos heróis Gago Coutinho e Sacadura Cabral — no dia 7 de Dezembro de 1922 — serenaram a vontade de mudança.
Foi um dia grande para Braga, conforme relatam os jornais da época, com o povo entusiasmado diante dos dois gigantes que “nesta hora de descrença tanto solavancaram a alma nacional”.
Em Braga correram as lágrimas, rezou-se pela Pátria e os minhotos vindos de todos os lados, mostraram “descender dos velhos portugueses de 1500, atirando-se de alma e coração para um uníssono supremo de hossanas, homenageando os heróis”...

EDITORIAL






Armindo Veloso

125 Anos Obrigado Gentes
Os cento e vinte e cinco anos do nosso Maria da Fonte tinham de ser comemorados.
Havendo várias formas para o fazer, optamos por aquela que, sendo a mais singela, é a mais significativa e sentida.
Esta edição especial e extraordinária - com dez mil exemplares - leva até si uma parte dos momentos mais marcantes da história deste centenário, história essa que se funde muitas das vezes com os acontecimentos do concelho da Póvoa de Lanhoso nestas doze décadas e meia.
Enviado a todos os assinantes, vai chegar também às escolas do concelho para que os milhares de estudantes e docentes partilhem connosco este trabalho.
Honrado por ser director nesta data histórica, agradeço a todos os que colaboraram neste número especial, enriquecendo-o com a sua investigação documental; escrevendo o seu depoimento; aligeirando os custos a ele imputados. Neste último caso refiro-me concretamente à Câmara Municipal que recebeu com bom grado a nossa proposta para a elaboração deste jornal comemorativo.
Uma parceria entre o departamento de Cultura da Câmara e o Jornal Maria da Fonte levará a cabo várias iniciativas que se desenrolarão ao longo do mês de Janeiro e que serão divulgadas pelo Correio do Minho e pela Antena Minho, meios de comunicação regional que fazem parte do mesmo grupo do Maria da Fonte.
O recriar uma edição tão especial pedia inúmeros cuidados, desde os conteúdos à forma. Nesta, chamo a vossa especial atenção para o grafismo que é cópia fiel do primeiro número do Maria da Fonte e para a impressão a preto e branco.

TESTEMUNHO





Manuel José Baptista
(Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso)


Um jornal “resistente”

Onde quer que se encontre um Povoense, quase de certeza que se encontra o "Maria da Fonte". Dentro e fora do Concelho, dentro e fora do País, encontra leitores este Jornal.
É uma tarefa difícil escrever sobre a mais antiga publicação da Póvoa de Lanhoso. Recordo-me, desde sempre, deste Jornal, primeiro, com poucas páginas; mais recentemente, também num novo tipo de papel.
Indiscutivelmente, o "Maria" faz parte da nossa História, da nossa Memória e do nosso Quotidiano, acompanhando o viver da nossa terra, acompanhando gerações e gerações de Povoenses.
O próprio jornal é História e campo de pesquisa para investigadores.
Além fronteiras também desempenha o "Maria da Fonte" um papel importantíssimo. É, sem dúvida, umas das melhores formas de aproximar a Póvoa de Lanhoso e as suas gentes, sobretudo as espalhadas por todas as partes do Mundo. Também no nosso próprio País, leva aos leitores, em terras distantes, as novas da Póvoa de Lanhoso.
É inquestionável o contributo do "Maria da Fonte" como órgão de informação local, promovendo a Cultura e a História, informando e formando os leitores, sendo campo para a expressão de opiniões e servindo, ao mesmo tempo, de veículo ao dispor dos empresários.
Os seus 125 anos revelam a sua importância e pujança bem como a capacidade e ousadia dos seus proprietários empenhados em manter activo um Jornal, que atravessou vários períodos da nossa História, muitos deles conturbados económica e socialmente, muitos deles condicionados por verdadeiros atentados à liberdade de imprensa.
O "Maria da Fonte" é um Jornal "resistente", que soube acompanhar a evolução dos tempos, mas que manteve características próprias.
Nesta data tão especial, agradeço, em nome da Autarquia, a todos aqueles que, durante estes 125 anos, fizeram e fazem a História do "Maria da Fonte" e desejo que os anos vindouros sejam caracterizados pelo mesmo sucesso.
É com orgulho que acolhemos, na nossa terra, um dos mais antigos jornais locais do nosso País. Indiscutivelmente, o "Maria da Fonte" fará parte do nosso futuro, onde quer que se encontre um Povoense.

Fundação do Jornal Maria da Fonte

Quando em 1871 José Joaquim Ferreira de Melo e Andrade remete a Camilo Castelo Branco o “esboço” de um Romance que titula de “A Herança de Londres” mas que virá a ser publicado em 2 volumes (1873/1874) sob o título “O Demónio do Ouro”, iniciava-se uma relação que acabaria por revelar-se determinante de muito do futuro de uma Vila e de um Concelho, a Póvoa de Lanhoso.
De facto, após esse momento, as relações de Camilo Castelo Branco e de Ferreira de Mello acabariam por fazer emergir um desejo íntimo daquele que viria a comprovar-se, ser um dos principais protagonistas, e determinantes, da eclosão da Revolta da Maria da Fonte na Póvoa de Lanhoso na Primavera de 1846. José Joaquim Ferreira de Melo e Andrade exerceu as funções de Administrador do Concelho da Póvoa de Lanhoso entre 1841 e 1847, fazendo-o na assumpção de uma perspectiva fundamentalmente política, dando primazia absoluta aos interesses político-partidários sobre os interesses da população, e contra quem se levantam as vozes e os actos das mulheres de Fontarcada que determinariam o início do que ficaria para a História de Portugal como a Revolução da Maria da Fonte.
Será Ferreira de Mello, Cartista convicto, quem faculta a Camilo a sua versão dos acontecimentos da Revolução da Maria da Fonte, como aliás expressa numa carta que lhe dirige, a acompanhar os documentos, datada de Março de 1874, quase em simultâneo com a publicação de “O Demónio do Ouro”...

O Livro de Camilo Castelo Branco

A publicação do livro de Camilo Castelo Branco “A Maria da Fonte”, mais um trabalho ensaístico do autor do que propriamente Romance, acontece em res-posta ao Livro “Apontamentos para a História da Revolução do Minho em 1846 ou da Maria da Fonte”, do Pe. Casimiro José Vieira, publicado com data de 1883… pela Typographia Lusitana de Braga.
De facto, “A Maria da Fonte” de Camilo Castelo Branco não se trata de um romance histórico, sequer de um romance, assumindo dar à estampa a versão dos acontecimentos de José Joaquim Ferreira de Mello e Andrade, um também seu correligionário político. Neste relato, adoptado por Camilo Castelo Branco como a versão mais autêntica dos acontecimentos, publica textualmente a versão que 11 anos antes Ferreira de Melo lhe remetera, e no qual opta por não mexer, transpondo ipsis verbis, talvez por Ferreira de Mello ter já falecido 4 anos antes (1881).
No discorrer das suas interpretações, de muitos dos factos da Re-volução, Camilo vai procurar res-ponder a diversos “interlocutores”; para além do Pe. Casimiro José Vieira, a muitos dos seus adversários políticos, de Almeida Garrett a Oliveira Martins… contribuindo muito vivamente para a mitificação da figura da Maria da Fonte, a Amazona de Ferreira de Mello, de tamancos para os herdeiros da versão “camiliana”, o que provocará uma forte reacção das gentes da Póvoa de Lanhoso, agora já não com foices e roçadoiras... ou de clavina em riste…
Sabendo-se do alcance da obra de Camilo, mesmo em pleno séc. XIX, o que poderiam as gentes ou a comunidade da Póvoa de Lanhoso fazer em defesa do seu bom nome e dos actos heróicos das suas mulheres…? Como poderia uma comunidade repor a sua verdade se tinha sido um dos seus (Ferreira de Mello) a facultar uma visão política dos acontecimentos, ainda que um personagem suspeito no que respeita a isenção…? Como poderia a Póvoa de Lanhoso recolocar as palavras de Ferreira de Mello, que chegam mesmo a ser insultuosas e não apenas para com as mulheres da Póvoa de Lanhoso, afinal “o rodeiro dos engeitados da Póvoa”, de uma das suas figuras e cujos descendentes continuavam a ser referência social na mesma Póvoa de Lanhoso...

A “Maria da Fonte”
na Póvoa de Lanhoso


Não obstante os ecos deste relato não terem sido os desejados, o mesmo será objecto de sucessivas reedições nas páginas dos jornais e em textos de autores locais embora apenas documentalmente confirmados 110 anos depois (em 1996) com a publicação do trabalho de José Viriato Capela e Rogério Borralheiro “A Maria da Fonte na Póvoa de Lanhoso – Novos Documentos para a Sua História” que valida a informação “oral” veiculada ao longo de mais de um século pelo jornal e recolocando muitas das questões em torno da historiografia da Revolução de 1846.
Após 03 de Janeiro de 1886 e até aos nossos dias, 125 anos volvidos, com muito poucas e muito curtas interrupções, o jornal e o título “Maria da Fonte”, entram em casa dos Povoenses, sedimentando e solidificando a ligação, que se torna “umbilical”, da Póvoa de Lanhoso aos feitos de 1846...

Refundação (1895?)
Apesar de não termos acesso à totalidade dos números do Jornal destes primeiros anos de existência, é possível conferirmos a sua continuidade após o primeiro número de 03.01.1886, referindo-se, em data de 01.04.1888 o número 118, e em 25.12.1888 o seu número 156 (no terceiro ano de publicação), o que garante uma plena continuidade, com 52 números por ano (Biblioteca Nacional). Ou no ano de 1890 o seu número 250 (em 12 de Outubro).
A partir de 1895 existe no Arquivo do próprio Jornal uma série quase completa da colecção, remetendo-nos, curiosamente, o ano de 1895 não para o suposto ano 9.º mas para o seu ano 5.º, o que faz pressupor, uma pausa na sua publicação ou nos remeteria para, uma “refundação” no ano de 1895...

Regularidade de publicação
Como percebemos, falamos apenas da 2.ª série do jornal, cuja datação se terá iniciado em 1890, embora a sua edição venha já desde 03 de Janeiro de 1886.
É, de facto, a partir da contagem encontrada em 1895 que o futuro do jornal é feito… pese embora seja reduzida em 4 anos. Nesta contagem, chegamos a 1925 com o número 1538 (03 de Maio). Estes números tornam clara a invulgar regularidade da edição do jornal, com cerca de 50 números anuais editados ao longo de 31 anos.
A 15 de Maio de 1927 inicia-se nova série, depois de alcançado o número 100...

Direcção e Propriedade
O primeiro Director do Jornal “A Maria da Fonte” é Azevedo Coutinho, que era já, à época, um importante prosador e viria a ser responsável por um conjunto de estudos e publicações sobre a história da Póvoa de Lanhoso. Mas Azevedo Coutinho acaba por marcar a sua passagem pelo Jornal com a publicação do Folhetim “Relato dos Acontecimentos…”, que são dados à estampa no primeiro ano de existência do Jornal, no que Francisco Martins d’Oliveira é corresponsável (a partir de 1897 aparece-nos como Administrador) e em 1 de Janeiro de 1888 (n.º 103) o Administrador é Freitas Guimarães. Em 1890 a administração passa para Gonçalves Lima.
É a partir de 1895 que podemos fazer uma mais correcta e documentada história do Jornal e dos seus Directores. De facto a partir de Maio desse ano os Principais Redactores são Alfredo Ribeiro e Albino Bastos, passando o primeiro (a partir de Dezembro) a acumular as funções de Redactor Principal e Administrador.
A situação vai-se alterar em 1897 (28 de Fevereiro), quando passa a “Semanário Independente”, tendo como Editor Responsável a Joaquim José de Sousa que um ano depois é substituído por José Joaquim da Silva Carranheta, quando passa a titular-se de “MARIA DA FONTE” (N.º 133), mantendo-se a situação por cerca de 10 anos.
De facto, é Alfredo Ribeiro quem regressa à Direcção do Jornal em 1907.05.12 e em Setembro do mesmo ano, Cyrillo Ferreira aparece-nos como Administrador, sendo perceptível alguma descoordenação na edição do jornal, já que, por exemplo a existência do jornal vai ser suprimida em 1 ano, já que mantém a indicação de 18.º Ano desde 12.05.1907 até 09.05.1909.
Após a implantação da República Portuguesa a Edição do jornal é assumida por Manoel Bernardino Lopes de Macedo, que se mantêm pelo menos até Julho de 1823. (Em 1924.01.04 (Ano XXX; N.º 1521) Antero Pacheco aparece como Director e Editor. João Carvalho que havia chegado ao jornal em 1901 vai tornar-se seu proprietário a partir de 1920.
Em Outubro de 1925, o Director e Editor é Paixão Bastos, que resiste mesmo, num primeiro momento, às movimentações do Golpe Militar de Maio de 1926, mas quando em Setembro de 1928 não submete o jornal à censura, o jornal é impedido pela autoridade administrativa de circular, assumindo a direcção do jornal como Director e Editor o Dr. Manuel Alexandre (Ano 1, N.º 1, recuperando a denominação de “A Maria da Fonte”).
Neste momento o jornal vai viver alguns momentos difíceis, já que em 9 de Dezembro de 1928 o seu Director e Editor passa a ser o Dr. Pinto Bastos, retomando a denominação “Maria da Fonte” (Ano 35, N.º 68), pese embora 2 semanas volvidas retome a designação de “A Maria da Fonte”, Ano 1 N.º 10 e em Janeiro de 1929 o Director e Editor seja o Dr. Manuel Alexandre Pereira, que já havia dirigido de Junho de 1920 a Fevereiro de 1921...

A Influência

Reconhece-se o poder da comunicação social, que tinha na imprensa escrita do nosso país, pelo menos, até meados do século XX uma força impar. Sabemos das importantes lutas travadas através das páginas dos jornais diários, semanários e mensários. Na Póvoa de Lanhoso não foi diverso…
Ao longo da sua existência o Jornal “Maria da Fonte” foi um importante veículo, não só de divulgação e circulação de informação, mais ou menos importante, mais ou menos noticiosa, mais ou menos relevante… mas sempre consciente da sua influência.
Se a força do Jornal “Maria da Fonte” não consegue, na sua fundação, reverter a imagem vertida sobre a heroína que titula, será decisiva para dar voz em tantos momentos conturbados da comunidade em termos políticos e sociais...

O Jornal no Exterior

Uma das principais características ao longo dos anos, ou mesmo das décadas, assumida pelo Jornal “Maria da Fonte”, vai ser o de funcionar como importante, senão único tantas das vezes, entre as diversas comunidades de povoenses dispersos não só pelo país como, sobretudo pelo mundo.
A carteira de assinantes do Jornal “Maria da Fonte”, conseguiu em determinando momento ser o principal motivo de interesse e preocupação senão da Direcção pelo menos da Administração do jornal.
As referências, notícias e acontecimentos que o jornal difunde, tantas vezes provenientes ou concretamente dirigidas aos seus assinantes no exterior do concelho da Póvoa de Lanhoso, constituem o seu principal sustentáculo, convidando a que um importante volume de notas se re-velasse decisiva em termos do tipo de informação que era absorvida por esses destinatários ausentes da terra Natal...

O Arquivo
Como percebemos, o Jornal Maria da Fonte tem uma edição continuada desde 1886, sendo objecto de curtas interrupções, que podemos afirmar ser um dos exemplares mais antigos do país em edição, senão mesmo o mais editado no seu formato.
Existem ainda alguns hiatos de tempo cujos arquivos não foi possível completar e identificar, mas apesar de alguns períodos incompletos e de destruições conhecidas ao longo dos anos, de que a memória popular recorda em episódios como os de Augusto Távora, o artista plástico, autor do fresco que celebrizou a heroína Maria da Fonte, que, pernoitando nas instalações do jornal, para se aquecer do rigor das noites de inverno queimava exemplares do arquivo do jornal, a verdade é que o grosso da informação e dos exemplares chega até aos nossos dias...

O Maior acervo de informação local

O Jornal Maria da Fonte, ao disponibilizar o acesso ao seu arquivo na Biblioteca Municipal da Póvoa de Lanhoso, através de suporte digital, coloca à disposição de estudantes e investigadores um dos maiores acervos de informação local disponível.
A partir da análise das páginas do Jornal Maria da Fonte, com edição contínua durante quase todo o século XX, permite o conhecimento, acompanhamento e evolução do pulsar da vida social, política e económica do concelho da Póvoa de Lanhoso.
Das alterações e disputas políticas aos preços dos produtos básicos da alimentação da população, do pulsar da vida cultural aos conflitos sociais, manifestações, reclamações, inaugurações e acontecimentos mais relevantes, fluxos populacionais e intervenções políticas, todos são expressos nas páginas do semanário...

A história do concelho
vista pelo ‘Maria da Fonte’


Mostrar 125 anos da história do concelho da Póvoa de Lanhoso em poucas páginas é tarefa complicada. Dai que fomos procurar alguns dos momentos mais importantes do concelho e a forma como o jornal ‘Maria da Fonte’ tratou esses assuntos. Pelo meio não perdemos a ocasião de mostrar algumas curiosidades que foram surgindo na nossa pesquisa pelos muitos anos do nosso jornal...
Fique então por uma longa, mas curta, viagem, pelo mundo do concelho e do jornal.

No arquivo do ‘Maria da Fonte’, infelizmente não existem jornais anteriores a 1897. Foram vários os episódios que aconteceram e várias as histórias evocadas para que não existam registos desses jornais. De qualquer maneira a busca feita para estes 125 anos de aniversário do jornal mais antigo do distrito de Braga foi feito única e exclusivamente nos registos, em sede, do próprio jornal…
Dai que o primeiro exemplar que nos aparece à mão data de 7 de Fevereiro de 1897, corria o sétimo ano de publicação e tinham sido editados 88 números.
E, o curioso deste número é que, logo na sua manchete (eram quatro as páginas deste jornal que se assumia como independente, se publicava aos domingos e custava 40 réis), já lá vão 113 anos, o título era ‘Crise?’… Pois, quem diria. E a notícia, a ocupar quase meia página dizia:
Ha dias que se vão accentuando os boatos de crise ministrial. De Lisboa dizem que o governo está prestes a soltar o derradeiro alento e trabalha noite e dia nas suas disposições testamentárias.”
O artigo é um pouco longo e muito provavelmente escrito pelo seu único redactor, Alfredo Ribeiro (na altura era também administrador). E na altura Alfredo Ribeiro dava a sua opinião, depois de saber que em muitos lados se pedia a queda do governo então presidido por Hintze:
Emquanto a nós, que não temos a nossa opinião assalariada por partido algum, desejamos a queda do ministério e desejamo-la ardentemente, porque intendemos que d’ahi nascerá algum bem para o paiz; e assim como a desejamos, assim esperamos que ella se não demorará muitos dias”.
De referir que nesta altura o jornal ‘A Maria da Fonte’ dava grande relevo aos assuntos do país, do estrangeiro, de opinião e ao Folhetim. As pessoas da Póvoa queriam saber as notícias e as boas novas da capital e de outros cantos do Mundo, razão pela qual, neste tempo, ainda de Monarquia, os assuntos e as notícias da região e do concelho tinham pouco destaque...

… Primeira Feira Franca de São José

A primeira Feira Franca de São José é referenciada no jornal de 14 de Março de 1897, na segunda página, com o título ‘A Feira de S. José’ cujo texto assim reza:
“A exma câmara d’este concelho, tendo em vista os desejos e necessidades do commercio, industria e agricultura local, deliberou, em sessão extraordinária hontem rea-lisada, concorrer com a quantia de 50:000 reis, para que a comissão encarregada dos festejos, que é composta dos snrs (….) distribua em prémios essa quantia ao gado vaccum e cavallar que melhor o mereça. (…) A banda de musica Povoense percorrerá as ruas da villa, e tocará no local da distribuição dos prémios, subindo ao ar grande quantidade de foguetes”...

Em 1918… em plena I Guerra Mundial
O ‘Maria da Fonte’, em Junho e durante três números dava notícias importantes e assustadoras em relação ao milho e ao pão. Era a fome que estava em questão...
Muito rapidamente e para ilustrar o momento aflitivo da altura aqui passamos essas três breves noticias:
2 de Junho de 1918:
‘Falta de pão’:
“Em vista da falta de milho que se vae sentindo no norte de paiz, o governo determinou que todo o cereal d’essa qualidade, vindo no vapor ‘Funchal’, seja remetido para o norte e destribuido por varias localidades”.

9 de Junho de 1918:
‘Milho em transito’:
“Escoltados, por força armada, acabam de passar aqui, para Guimarães, mais de 60 carros de milho e para Famalicão uns trinta e tal. Do cereal, que passou para Guimarães, não ficou aqui nem greiro da percentagem respectiva”...

Criação do SCMF e o Campo dos Moinhos Novos
Estamos agora em 1925. No dia 19 de Julho o ‘Maria da Fonte’, pela pena do seu director e editor, Antero Pacheco, dava a notícia da criação do Sport Club Maria da Fonte:
O foot-ball na Povoa’:
“Na sede do Grupo Maria da Fonte, reuniu o Sport Club do mesmo nome e depois da aprovação dos seus estatutos procedeu á eleição dos respectivos corpos gerentes, ficando constituída a direcção seguinte: Presidente - Dr. José Luiz da Silva Júnior; Vice presidente - Francisco Martins; 1.º secretário - Adolfo Figueiredo; 2.º secretário – Américo Rodrigues; Tezoureiro – Casimiro Magalhães. Dos nomes dos membros que fazem parte do concelho fiscal e respectiva assembleia geral serão aqui publicados oportunamente”...