Obrigado Armindo Veloso

Este foi um dos últimos editoriais que o nosso director escreveu.
Armindo Veloso faleceu, de doença prolongada, no passado dia 5 de Abril. Mas até ao último dia, até ao seu último suspiro, sempre se mostrou empenhado em não falhar os seus editoriais. Este ainda o escreveu, de forma mais frágil, mas com a mesma dedicação de sempre. Já não o lê connosco. Mas lê-o, lá em cima, com o mesmo sorriso e a mesma alegria.
Armindo Veloso fará sempre parte da história deste jornal que este ano comemora o seu 130.º aniversário. Iremos recordá-lo ao longo do ano, não só por mais algumas crónicas que ainda nos deixou e não foram publicadas, como em diversas iniciativas que iremos realizar por ocasião dos 170 anos da Revolução da Maria da Fonte e onde ele estava empenhado em trabalhar e ajudar.
A ele só temos de agradecer pelo empenho, profissiona-lismo e dedicação que sempre teve para com o Maria da Fonte e para com o Grupo Arcada Nova.
Obrigado Armindo. Grupo Arcada Nova
Armindo Veloso




  

Dar e receber

Há tempos atrás, numa reunião onde participavam pessoas representantes dos mais diversos afazeres profissionais, disse, num determinado contexto, que ninguém dava nada a ninguém.
‘Caiu o Carmo e a Trindade’. Disse-me um dos intervenientes que eu falasse por mim.
E falo.
De facto, se analisarmos a vida no seu mais ínfimo pormenor, tudo o que fazemos de bem para com o nosso semelhante e, insisto, falo por mim, sem nunca ler nas entrelinhas ou mesmo fora delas, há um interes-se  de retorno declarado, mas não sejamos hipócritas: um bom dia espera sempre um bom dia de volta; um tratamento carinhoso espera sempre algum afecto de volta; um comportamento educado espera sempre um retorno a preceito e até uma esmola a um pobre nos conforta por dentro por termos ajudado alguém que precisa. E esse sentimento, no fundo, é uma recompensa. E foi nesse contexto que eu disse que ninguém dava nada a ninguém.
Longe de mim referir-me a bens materiais porque sobre esses haveria pano para mangas.
Gosto tanto de gostar muito de pessoas com as quais tenho uma relação pessoal, isto é, uma relação intensa como, por exemplo, de paciente/médico, ou paciente/enfermeiro, sem outro interesse que não seja troca de afectos com cada um expressando-os à sua maneira, mas que se sinta nas entrelinhas.
As amizades prolongadas no tempo nem sempre são as que mais nos tocam no nosso 'Eu'. Há algumas, muito mais recentes, que nos emocionam pela dedicação e pela permanente presença.
Um exemplo: um amigo, não muito antigo, mas dos mais amigos, teve uma audiência com o Papa em Roma. Quando chegou a Braga foi a minha casa e entregou-me uma caixinha com um terço benzido pelo Papa e disse-me: “gostava que este terço te acompanhasse por onde quer que fosses”. Fiquei sem palavras e nunca espero retribuir-lhe tamanha prova de amizade.
Até um dia destes.

Rastreios e um seminário no Dia Mundial da Saúde

Prevenção é a palavra-chave 
para uma melhor saúde

As comemorações do Dia Mundial da Saúde, na quinta-feira, dia 7 de Abril, ficaram marcadas, na Póvoa de Lanhoso, pela realização de rastreios de saúde e pelo seminário ‘A Dor – Terapias Complementares’. Em dia de feira semanal, e com o bom tempo a fazer-se sentir, muitos povoenses passaram pela Praça Engenheiro Rodrigues para a realização de rastreios, numa iniciativa que envolveu a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso e um conjunto de parceiros do concelho.
Maria Silva, foi uma das participantes nos rastreios de saúde. “Acho muito importante existir rastreios como estes. Sempre que posso, participo. Devemos ter atenção à nossa saúde”, referiu aquela povoense.
“Pretendemos chamar à atenção dos cuidados que devemos ter com a alimentação e dar alguns exemplos do que é uma alimentação equilibrada, fazendo a distinção entre o que são alimentos saudáveis e o que são alimentos a evitar. O facto de termos uma alimentação equilibrada, não impede que possamos comer bolos. Os bolos que apresentamos foram confeccionados com ingredientes que à partida não fazem mal à saúde”, referiu Isabel Gomes, professora da Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso. 
“Acho que está a correr muito bem e quero dar os parabéns aos alunos do Curso Profissional de Saúde, que se empenharam e foram eles que confeccionaram os bolos”, referiu aquela docente.
Gabriela Fonseca, vice-presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, acompanhada de técnicos da autarquia, participou nos rastreios de saúde.
“Acima de tudo, pretende-mos sensibilizar as pessoas para a necessidade de, periodicamente, fazerem rastreios médicos. Com esta iniciativa, proporcionamos os vários rastreios de forma gratuita. Caso os valores não estejam dentro dos parâmetros normais, as pessoas são aconselhadas a consultar um médico. Correu tudo muito bem. O dia esteve maravilhoso e passaram  muitas pessoas pelos rastreios. Agradeço a todos os parceiros e, de uma forma especial, a empresa ‘A Par da idade’, enquanto promotora do seminário. Como sempre, as actividades são feitas para as pessoas e com as pessoas, pelo que privilegiamos as parcerias e a criação de sinergias pois juntos somos mais fortes”, referiu a vice-presidente Gabriela Fonseca.
A Hipnoterapia, a Osteopatia e a acunpuntura, nomeada-mente o seu papel na prevenção e controlo da dor, estiveram em evidência no seminário ‘A dor – Terapias Complementares’, promovido, pelas 14 horas, no Auditório da Casa da Botica, pela Câmara Municipal em parceria com “A Par da Idade”.

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios

Património e desporto
é o mote para a celebração

A Póvoa de Lanhoso associa-se, mais uma vez, à comemoração do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios (18 de abril).
A realização de um acampamento, com a participação de 400 escuteiros do Núcleo da Póvoa de Lanhoso, amanhã e domingo, e a possibilidade de visitar gratuitamente o Núcleo Museológico do Castelo de Lanhoso, no domingo, são as formas encontradas para assinalar esta data.
 Promover o património concelhio, com especial enfoque no Castelo de Lanhoso; fomentar relações de amizade num espaço multisecular e paisagisticamente único e belo; estimular o trabalho em equipa e a responsabilização dos participantes; e promover a realização de actividades  desportivas são os objectivos desta comemoração a nível local, numa altura em que se assinalam os 20 anos da abertura ao público do Núcleo Museológico do Castelo de Lanhoso.
O acampamento é uma actividade realizada em parceria com o Núcleo de Escuteiros da Póvoa de Lanhoso e vai ter a particularidade de as tendas convencionais serem substituídas por tendas medievais, a serem construídas pelas participantes, que estarão vestidas com túnicas medievais, concebidas pelas próprias.
Já as visitas gratuitas ao Núcleo Museológico do Castelo de Lanhoso podem ser realizadas no domingo, entre as 10h00 e as 12h30 e entre as 14h30 e as 17h30.
O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios foi criado pelo ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios) a 18 de Abril de 1982, e aprovado pela UNESCO no ano seguinte, com o objectivo de sensibilizar os cidadãos para a diversidade e vulnerabilidade do património, bem como para o esforço envolvido na sua protecção e valorização. Celebrando o património nacional, come-mora também a solidariedade internacional em torno do conhecimento, da salvaguarda e da valorização do património em todo o mundo.
Adoptando o mote proposto para este ano pelo ICOMOS Internacional – o Património do Desporto, a Direcção-Geral do Património Cultural, em colaboração com o ICOMOS Portugal promove o tema Desporto, um Património Comum, com a finalidade de enaltecer a importância cultural e social do desporto, assinalar o papel insubstituível, ao longo da história, de inúmeras associações, clubes, autarquias, museus e outras organizações, públicas e privadas, na formação e consolidação da identidade de comunidades locais, regionais e nacionais, e também fazer ressaltar as diferentes formas de expressão do património associado ao desporto, seja em edifícios, em tradições ou em registos de diferente natureza.

OFERTA DO MUNICÍPIO POVOENSE À UTAD

Árvore ‘filha’ do Carvalho 
de Calvos no Jardim Botânico

Oferecida pelo Município da Póvoa de Lanhoso à Universidade de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD), um jovem carvalho alvarinho, uma árvore ‘filha’ do centenário Carvalho de Calvos, foi recentemente plantada no Jardim Botânico da UTAD, em Vila Real.
A cerimónia realizou-se no passado dia 18 de Março. Esta plantação foi efetuada pelo Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, pelo Reitor, António Fontainhas Fernandes, e pelo Presidente da CCDR-N, Emídio Gomes.
O Município da Póvoa de Lanhoso esteve representado pela técnica do Centro de Interpretação Carvalho de Calvos, local onde nasceu o carvalho oferecido e onde foi envasado para oferta em abril de 2015.
Esta cerimónia enquadrou-se no âmbito do programa de comemoração dos 30 anos da UTAD, envolvendo, de entre outros momentos, a assinatura de protocolos entre aquela Universidade e Autarquias.
Junto à árvore foi colocada uma placa descritiva, que será uma importante forma de divulgação do Carvalho de Calvos da Póvoa de Lanhoso e do seu legado de preservação de espécies autóctones.
De lembrar que o conhecido carvalho de Calvos (Quercus robur) foi classificado, em 1997, como Árvore de Interesse Público. Estima-se que, pela sua idade (cerca de 500 anos), seja o Carvalho mais antigo da Península Ibérica e o segundo mais antigo da Europa. Trata-se, provavelmente, do maior carvalho existente no nosso país, apresentando um perímetro do tronco na sua base de 12 metros, uma copa com o diâmetro de cerca de 40 metros e uma altura aproximada de 30 metros. Esta plantação irá contribuir para o seu conheci- mento, preservação e multiplicação.

No Centro Interpretativo Maria da Fonte

‘Camilo Castelo Branco
e a Póvoa de Lanhoso’
abre ciclo de conferências


No intuito de assinalar a passagem dos 170 anos da Revolução da Maria da Fonte, a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, através do Centro Interpretativo Maria da Fonte (CIMF), preparou um ciclo de conferências, as quais, na maioria dos casos, serão acompanhadas por exposições paralelas e envolvendo alguns dos principais ou mais relevantes parceiros do CIMF.
Este Ciclo de Conferências, para além de evocar historicamente a passagem do 170.º aniversário da Revolução da Maria da Fonte, também denominada Revolução do Minho, propõe-se, conjuntamente com os jornais ‘Maria da Fonte’ e ‘Correio do Minho’ (que assinalam, respetivamente, 130 e 90 anos de existência em 2016), fazer transpor para a contemporaneidade um conjunto de temáticas relevantes consideradas “Ao tempo da Maria da Fonte” e que no nosso tempo renovam a sua pertinência.
“Estamos numa fase de instalação do Núcleo Documental do Centro Interpretativo Maria da Fonte. Esta iniciativa emana dessa vontade de transformar este espaço num ponto de excelência para o estudo e divulgação da nossa heroína. E este ciclo de conferências comemorativas dos 170 anos da revolução do Minho vai nessa linha de orientação”, afirma o Vereador para a Cultura da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Armando Fernandes. “Espero que os povoenses adiram às iniciativas que, conjuntamente com os jornais ‘Maria da Fonte’ e ‘Correio do Minho’, iremos promover até ao final do ano. Os povoenses que já visitaram o Centro Interpretativo Maria da Fonte saem  de lá maravilhados. Espero que mui-tos outros encontrem disponibilidade para nos fazerem uma visita e fruírem da informação que temos disponível”, acrescenta.
Com periodicidade mensal, este ciclo inicia-se a 23 de abril com a temática ‘Camilo Castelo Branco e a Póvoa de Lanhoso’.
 Camilo Castelo Branco dedicou, na sua obra, uma relevância significativa à Póvoa de Lanhoso. Para além de referências esporádicas ao topónimo desta terra em obras como Novelas do Minho, há pelo menos três romances do mestre de Ceide que têm este concelho como importante palco das suas tramas, nomeadamente O Demónio do Ouro (1873), A Brasileira de Prazins (1882) e Maria da Fonte (1885). Obras que se tornaram não apenas excelentes crónicas de costumes do tempo, mas, também, um espelho onde encontramos refletido o pensamento político do autor em determinada fase da vida.

Associação de Apoio aos Deficientes Visuais

Personalidades distinguidas 
pelo apoio aos invisuais

Na noite de Sexta-feira, na Póvoa de Lanhoso, a solidariedade e o reconhecimento andaram de mãos dadas. Na Gala Solidária, promovida pela Associação de Apoio aos Deficientes Visuais do Distrito de Braga (AADVDB), com a colaboração da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, o mundo empresarial, do desporto e da política, assim como muitos povoenses, uniram-se à volta da causa defendida pela instituição que conta com 20 anos de  existência.
As duas décadas de vida ficam marcadas pelo reconhecimento a todos quantos contribuíram para o seu crescimento. Doze personalidades receberam o diploma de sócio honorário, com o empresário povoense Rogério Gomes, do Intermarché, a ser distinguido como sócio de mérito.
Almeida Santos, ex-presidente da Assembleia da República e sócio-fundador da AADVDB, falecido a 18 de Janeiro deste ano, foi homenageado a título póstumo.
Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do Futebol Clube do Porto, e o cantor Zé Amaro foram as estrelas da festa, com muitos dos presentes a não desperdiçarem a oportunidade para uma fotografia junto destas duas personalidades do desporto e da música.
Na abertura da cerimónia, realizada no Narcisu’s Eventos, em Fontarcada, Domingos Silva destacou que o objectivo da Gala, para além de prestar o reconhecimento a várias individualidades, é o angariar fundos para a instituição poder dar apoio aos deficientes visuais que dela precisam.
“Durante estes vinte anos, temos tido o apoio do povo anónimo mas também de algumas instituições e individualidades”, salientou o presidente da AADVDB, dando conta que foi Manuel Baptista, presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, quem deu a ideia da realização de uma gala.
Manuel Baptista, presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, partilhou a distinção com o executivo e com os técnicos da autarquia. No seu discurso, o autarca deu os parabéns a Domingos Silva, reconhecendo o trabalho realizado por Domingos Silva em prol dos utentes da instituição. “Tem feito muito. Esta de parabéns. Não vê mas muitas vezes vê mais do que nós. Tem sentimento, tem sensibilidade. Tem uma grande equipa de trabalho. É um orgulho para o concelho ter uma associação como esta de âmbito distrital”, destacou o autarca.
Augusto Canário, António Simões, Fernando Santos, Luísa Rodrigues Sousa Dias, Manuel Santa Cruz Oliveira, Idália Serrão e o ministro José António Vieira da Silva estiveram ausentes, com a distinção a ser entregue aos seus representantes.

Acção Social dirigida à comunidade sénior

I Campeonato de Boccia  
envolveu 250 pessoas

A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, através da Acção Social, promoveu o II Campeonato Boccia Sénior, que envolveu cerca de 250 seniores, de entre atletas e apoiantes.
Esta competição decorreu nos passados dias 22 e 23 de Março, no pavilhão da Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso. Este campeonato contou com a participação de todas as IPSS’s do concelho e todos os Centros de Convívio da Rede existente no nosso concelho.
Este II Campeonato foi disputado em dois dias, dado o elevado número de equipas envolvidas (18 equipas).
No dia 22 de Março, primeiro dia do Campeonato, foram realizados todos os jogos da fase de grupos e, no final da tarde do dia 23 de março, foram realizados os quartos-de-final, meias-finais e final. O Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Manuel Baptista, entregou os prémios.
A classificação ficou ordenada da seguinte forma: 1.º lugar para o Centro Social e Paroquial de Taíde; 2.º lugar para a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso; 3.º lugar para o Centro de Convívio de S. João de Rei; e 4.º lugar para o Centro de Convívio da Póvoa de Lanhoso. Todas as equipas estão de parabéns dada a sua dedicação e envolvimento.
O projeto ‘Boccia Sénior – Póvoa de Lanhoso’ destina-se a todos os utentes com idade igual ou superior a 60 anos, frequentadores dos Centros de Convívios e IPSS’s, e por seu intermédio,  a Câmara Municipal tenciona proporcionar a todos os participantes momentos de competição e de exaltação dos valores desportivos e humanos.
Incentivar os idosos a adotar estilos de vida saudáveis, fomentar a prática desportiva, criar um campeonato com todos os Centros de Convívio e IPSS’s, criar uma “equipa concelhia” para participar em futuros torneios nacionais e incentivar práticas de trabalho em rede são os objetivos desta resposta.

EDITORIAL

Armindo Veloso




  

Especulando

Hoje vou especular. Vou especular porque o tema que abordarei nunca poderá ou poderia ser provado na prática.
Vou falar do Orçamento de Estado para 2016 que foi aprovado pelo seu autor, o governo e pelos seus partidos à sua esquerda: PCP; Verdes e Bloco de Esquerda. Omito, não por despeito, o PAN porque ainda não se sabe bem o que aquilo é.
Então é assim, conheço desde sempre aquelas forças políticas à esquerda e sempre me lembro que com muito prazo de validade eles dizerem que votariam contra o orçamento de estado fosse ele como fosse – muitas das vezes nem o conheciam – viesse ele de onde viesse, PS ou partidos mais à direita.
Desta vez, porém, fartos das cadeiras, de napa, da oposição pela oposição e com um interlocutor mais à medida, António Costa, saltaram mesmo de uma forma mitigada para o couro do poder.
A minha pergunta base deste texto é: como é possível que em uníssono os partidos de esquerda anunciem e posteriormente votem favoravelmente o Orçamento de Estado quando 99% dele é parecido com o que aí vinha das forças mais à direita. Uma questão de ritmo?...
Menu: dá-se dois ou três euros a alguns reformados, os mais carenciados como é lógico e como já se fazia antes: mexe-se epidermicamente nos escalões de IRS que resulta num aumento ridículo no aumento do poder de compra da calasse média; na TSU, está quieto, o melhor é não mexer; no IVA, ridiculamente vai-se mexer numa parte, refiro-me à comida propriamente dita mas não se mexe nas bebidas e afins. Resultado: o encaixe passa de cerca de quatrocentos milhões de euros para cerca de cento e cinquenta. Esta alteração do IVA na restauração é na mi-nha opinião estúpida sem par por-que as receitas a que os empresários: pequenos, peque-níssimos ou médios vão encaixar vão directamente para os seus bolsos e nunca para o consumidor de restauração.
Ou seja: cócegas e mais cócegas que no final da linha não resultarão em nada ou quase nada na economia real.
Se o governo está à espera que estes cerca de setecentos milhões de euros que vão andar por aí vão fazer disparar a economia pode esperar sentado. Ou há muita ingenuidade nisto tudo ou há má fé na lingua-gem.
Para terminar: quando Passos Coelho insinuou que os jovens deviam sair da sua zona de conforto, ou seja emigrar, caiu o Carmo e a Trindade. Agora que se tem assistido a insinuações e até sugestões bem mais assintosas, nada. Querem alguns exemplos?
Os combustíveis estão mais caros? – cujo valor como sabemos se reflecte em tudo o resto - Andem mais de transportes públicos. A restauração aumentou? Façam mais refeições em casa. O tabaco aumentou? Fumem menos que até lhes faz bem à saúde.
Bastavam estes exemplos para a esquerda estar uma manhã inteira a assar o Coelho em lume brando.
O que é que a esquerda tem?... E, já agora, o que é que os papalvos da direita têm? Ah, esses já sei o que têm. Têm complexos e mais complexos.

Até um dia destes.

Remodelação do Hospital e novo acordo de cooperação no topo das intervenções

Misericórdia fecha ano
com resultados positivos


A Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso fechou o ano com saldo positivo. Este foi um dos pontos dados a conhecer na última Assembleia Geral de Irmãos. No ano findo, a Misericórdia da Póvoa de Lanhoso viu aprovada a actualização do Compromisso da Misericórdia que, depois de Assembleia Geral de Irmãos, foi remetido à Cúria Arquiepiscopal de Braga, que o aprovou por Decreto de 6 de outubro de 2015 na competência de Autoridade Eclesiástica diocesana.
De entre outras intervenções, a Misericórdia da Póvoa de Lanhoso deu continuidade à obra de remodelação e ampliação do Hospital António Lopes (HAL) que vigorará com um novo Acordo de Cooperação que converte o HAL em hospital do SNS (Serviço Nacional de Saúde), em plano de igualdade com os hospitais da rede pública.
“Este novo Acordo de Cooperação, não só renova o acesso dos utentes do SNS, por via do respectivo Médico de Família, para consultas e cirurgias das especialidades de: Cirurgia Geral, Cirurgia Vascular, Ginecologia, Oftalmologia, Ortopedia, Otorrinolaringologia e Urologia, mas também, pela mesma via, o acesso dos mesmos utentes a uma diversidade de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT’s) de diversas especialidades destacando-se cardiologia (ECG com provas de esforço, Ecocardiogramas, Holter e MAPA), gastroenterologia (EDA e Colonoscopias) e medicina física e reabilitação (fisioterapia)”, esclarece a Santa Casa, em nota de imprensa.
A par disto, a Santa Casa viu aprovados alguns projectos, nomeadamente o ON2 e o Fundo Rainha D. Leonor. O ON2 – O Novo Norte, que teve como objectivo obter verbas para co-financiamento da obra ULDM – Unidade de Longa Duração e Manutenção D. Elvira Câmara num valor que pode ir até 1,206 milhões de euros.
O Fundo Rainha D. Leonor, criado pela SCM de Lisboa e pela União das Misericórdias Portuguesas, com objectivo de financiamento, a fundo perdido, da obra de remodelação e ampliação do edifício de S. Gonçalo.
A Certificação EQUASS (European Quality in Social Services) das valências sociais foi outras das conquista no ano passado.
Na referida Assembleia Geral, realizada a 12 de Março, foram ainda apresentados e aprovados: a proposta da Mesa Administrativa contrair um mútuo oneroso no montante de 1 milhão de euros, para fazer face aos encargos com a remodelação e ampliação e aquisição de equipamentos para o Hospital António Lopes; O Regulamento Disciplinar de Irmãos, conforme previsto no Compromisso desta Misericórdia.

Direcção Regional da Cultura do Norte

Santuário Rupestre de Garfe
em processo de classificação


Respondendo à solicitação do Município da Póvoa de Lanhoso, a Direcção Regional de Cultura do Norte procedeu a nova abertura do procedimento de classificação do Santuário Rupestre de Garfe, com vista à protecção e enquadramento do monumento.
Os interessados em consultar, reclamar ou interpor recurso à proposta de classificação, devem consultar a página electrónica da Direcção Geral do Património Cultural.
“O interesse da Direcção Regional de Cultura do Norte na classificação deste importante monumento é para nós motivo de satisfação. Este santuário rupestre é um dos poucos exemplares existentes no nosso país e facilmente se tornará num local de visitação e interesse histórico", considera o Vereador para a Cultura e Turismo da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Armando Fernandes. “Vamos proceder à vedação do espaço envolvente que tem uma área superior a dois mil metros quadrados. Vamos, também, criar um acesso pedonal a este local que está situado no meio de uma quinta. O nosso objectivo é criar condições para o envolvimento da comunidade científica no estudo deste monumento. Já efectuámos contactos com duas universidades que demonstraram interesse em cooperar connosco”, adianta o mesmo responsável.
De lembrar que a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso solicitou, em 1996, ao antigo IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico) a classificação do Santuário Rupestre de Garfe como Imóvel de Interesse Público. Porém, este procedimento não teve qualquer sequência, pelo que, até à data, este monumento não tem qualquer classificação.
Após uma intervenção de limpeza da vegetação que cobria o monumento e área envolvente, em finais de 2015, a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso voltou a solicitar à DRCN (Direcção Regional de Cultura do Norte) uma nova apreciação de abertura de classificação do imóvel e respectiva área envolvente, pois representa um elevado valor arqueológico, que permitirá compreender as práticas pagãs no período pré-romano e romano do noroeste peninsular.
Assim, no âmbito do procedimento de classificação do Santuário Rupestre de Garfe, o prazo para apresentação de reclamação é até 5 de Abril  de 2016; e o prazo para apresentação de recurso é a 27 de Abril  de 2016.

Veículo permite ampliar apoio à comunidade

Nova ambulância  
veio da Alemanha

A Associação Humanitária de Bombeiros da Póvoa de Lanhoso adquiriu, recentemente, uma nova ambulância de socorro na Alemanha. Esta é a segunda viatura que os soldados da paz povoenses adquirem, na Alemanha, com a colaboração do padre Fernando Eurico. Há dois anos atrás, a corporação povoense adquiriu um camião de combate a incêndios. Os 2200 quilómetros que separam Memmingen, na Alemanha, e a Póvoa de Lanhoso foram percorridos com o padre Fernando Eurico ao volante, tendo como ‘co-piloto’ o padre Luís Fernandes, presidente da Associação Humanitária povoense. É caso para dizer que a nova ambulância dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso veio abençoada.
A expensas suas, os dois sacerdotes deslocaram-se à Alemanha, país que acolheu o padre Fernando Eurico durante 11 anos. De 1981 a 1992, o sacerdote trabalhou junto da comunidade portuguesa. A ida foi de avião e o regresso foi feito aos comandos da nova ambulância. Amigos do padre Fernando Eurico acolheram os dois sacerdotes durante a sua permanência na Alemanha.
António Lourenço, comandante dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso, mostrou-se satisfeito com a nova ambulância. O interior espaçoso da viatura foi um dos aspectos destacados pelo comandante dos bombei-ros povoenses. A nova viatura irá ficar destinada, não em exclusividade, aos acidentes rodoviários.
‘Vida por Vida’ é o lema que une os bombeiros de todo o país.
A renovação da frota automóvel é uma das preocupações da direcção dos bombeiros povoenses, presidida pelo padre Luís Peixoto Fernandes. As condições físicas e humanas são importantes para um socorro rápido e eficaz. Dentro de poucos dias, a direcção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso adquire uma nova ambulância de transporte de doentes.
Quem o conhece, conhece também o seu amor pelos Bombeiros. Natural da freguesia de Campos, no concelho de Vieira do Minho e residente na freguesia de Serzedelo, neste concelho, o padre Fernando Eurico Lages da Silva assumiu, em Outubro de 2015, a paroquialidade de Tabuaças e Soengas, no concelho de Vieira do Minho, mas foi pároco, de 2002 a 2015, em Fontarcada e Oliveira, tendo ficado responsável, em Novembro de 2010, pela paroquialidade de S. Gens de Calvos. Adora os bombeiros e ao longo dos anos tem recusado diversos convites para integrar a direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso. É o padrinho da primeira viatura adquirida na Alemanha.

Momento de exaltação do concelho

S. Pedro deu chuva a S. José 
nos principais dias de festa

O principal dia das Festas de S. José, na Póvoa de Lanhoso, o dia 19 de Março, feriado municipal ficou marcado pela chuva. No dia em que se celebrou o dia de S. José – Dia do Pai, o concelho da Póvoa de Lanhoso saiu à rua por ocasião da majestosa procissão. Aos andores de S. José e do Menino Jesus, juntaram-se os andores dos santos padroeiros do concelho. A majestosidade do acto religioso, que integrou 31 andores, traz cada vez mais gente à vila da Póvoa de Lanhoso. Neste ano, a chuva juntou-se à festa mas o povo marcou presença em grande número.
Ao poder religioso, juntou-se também o poder civil e militar. Assembleia Municipal, Câmara Municipal e GNR marcaram presença na procissão de S. José. No cortejo religioso, fizeram-se também representar as Juntas de Freguesia, Confrarias e Associações do concelho, com as suas bandeiras e os seus representantes. Foi a presença do concelho nas festas do concelho.
O feriado municipal começou com a Feira Franca e o Concurso Pecuário de S. José, este último com muito menos gado que no ano anterior, com a chuva a afastar muitos visitantes.
O valor dos prémios, que segundo alguns criadores mantém-se igual há vários anos, tem afastado muitos participantes. Os custos, associados à criação de gado, tem também contribuído para o decréscimo de participantes.
Nos Paços do Concelho, pelas 10h30, realizou-se o Hastear das Bandeiras, seguindo-se, pelas 11 horas, a celebração da Missa Solene em honra de S. José, com sermão pelo padre Luís Gonçalves que, no decurso da homília exaltou o “exemplo maravilhoso” de S. José. O sa- cerdote considerou, e fazendo a ponte com os dias de hoje, que Jesus e Maria foram os primeiros emigrantes, os primeiros refugiados.
Os festejos integraram ainda, a partir das 14 horas, um concerto de música filarmónica, pela Banda de Música dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso e Banda Musical de Calvos.
A ‘Noite da Juventude’, a partir das 21h30, com Arsha, Átoa, Meninos de Coro, Fernando Alvim e Eazy, encerraram o principal dia de festa.
Festa que é festa tem barraquinhas de comes e bebes, tem carrinhos, doceiras, com saborosos charutos e cavacas, tem farturas e pipocas. Em dias de festa, os visitantes não deixam de comprar os doces tradicionais mas, de acordo com algumas vendedoras, em menor quantidade que há anos atrás. E nem só de doces vive uma festa pois, os enchidos e o presunto marcam também presença em algumas barraquinhas. Apesar do movimento em muitas das barraquinhas, muitos comerciantes dizem que as vendas são cada vez menores. “O povo não tem dinheiro”, rematou um vendedor.

A Revolução da Maria da Fonte - 170 anos

Primeira página do N.º 1 do Jornal “A Maria da Fonte”, publicado
em 3 de Janeiro de 1886
Causas de um levantamento popular

Paulo A. Ribeiro Freitas
Em 2016 cumprem-se 170 anos sobre a Revolução da Maria da Fonte e 130 sobre a fundação do jornal que dela quis tomar título.
Os primeiros levantamentos de 1846 aconteceram, inegavelmente, na Póvoa de Lanhoso. Foram esses episódios de contestação protagonizados por um conjunto de mulheres, não apenas da freguesia de Fontarcada mas de todo o concelho, que viriam a legar nome às ocorrências que a História de Portugal regista como a Revolução da Maria da Fonte. A mesma também foi, e é, apelidada de Revolução do Minho. Mas isso aconteceu por toda esta vasta região ter então seguido o exemplo da Póvoa de Lanhoso, levantando-se em armas e levando o país à sublevação e o governo à demissão, com fuga para Espanha do chefe do governo de então, Costa Cabral.
Muito se escreveu sobre os acontecimentos de 1846, cabendo, contudo, a este periódico, que ostenta o nome da heroína, desde a sua fundação em 1886, ter assumido a tarefa de contar, ou repor a verdade da mesma história, como um dos seus objetivos.
Desde 1846 que a Maria da Fonte e a ação das mulheres que protagonizaram a maioria dos episódios estão envoltas numa série de enredos, contribuindo para a sua transformação em símbolo nacional, enquanto refe-rência da luta por justiça e igualdade. Hoje, dado o vasto conjunto de estudos publicados, especialmente após a realização de um congresso sobre o tema em 1996, e da investigação que tem frutificado, é-nos possível documentar perfeitamente o essencial da ação e participação de cada um dos protagonistas nos acontecimentos de há 170 anos – das mulheres com nomes próprios às autoridades com competências e funções bem definidas por lei; dos titulares de cargos públicos, eleitos ou nomeados, em  exercício e com participação nos episódios aos dos próprios membros das elites locais, enquanto “observadores” interessados.
Justifica-se, pois, 130 anos volvidos sobre a fundação do jornal ‘Maria da Fonte’, que ele mesmo possa disponibilizar o conhecimento existente, de forma idêntica à que utilizou para tentar clarificar dúvidas ou interpretações, corrigindo muito do enredo na informação que em 1885 Camilo Castelo Branco dera à estampa, e sobejamente veiculada a todo o país com a publicação do seu livro cujo título era o da virago povoense de 1846.
Tentaremos, aqui, explicar os principais contornos dos episódios que enformaram a Revolta da Maria da Fonte; o porquê de acontecerem na Póvoa de Lanhoso; o seu desenvolvimento em Revolução; os nomes das mulheres que protagonizaram os acontecimentos; a reação das autoridades e os principais contributos na construção do símbolo em que se transformou. Esta divulgação apenas no formato difere do folhetim com que Azevedo Coutinho, auxiliado por Martins de Oliveira, deu a público nas páginas deste mesmo jornal entre janeiro e agosto de 1886, decisivo na perceção do grande volume de factos conhecidos e hoje documentalmente confirmados.

Preâmbulo

As problemáticas subjacentes à história da Maria da Fonte são contemporâneas dos confrontos e das motivações dos levantamentos, aparentemente provocados pela aplicação das leis da saúde (que impediam a continuação da prática dos enterramentos dentro das igrejas), à recognição de uma líder para os motins. A não identificação de uma mulher com o nome próprio Maria da Fonte, a quem as revoltosas da Póvoa de Lanhoso davam vivas, e que as autoridades locais tentavam identificar e capturar, iria somar uma áurea romântica à ação daquelas mulheres, decididas a colocar termo aos desmandos que todos sentiam, independentemente das razões concretas de cada um, fosse qual fosse a sua condição social, poder económico, fervor religioso ou convicção política.
Se as dificuldades sentidas pelas autoridades locais ganharam relevância em relatórios oficiais, de quem a Maria da Fonte “se havia escondido”, ou ainda mais “épico”, pelo facto das mulheres presas nos episódios assim se identificarem (escondendo a sua própria identidade, ou daí tentando retirar “benefícios”), logo ganharam envolvência regional e que a imprensa liberal setembrista fez caricaturar, transportando-a para uma dimensão nacional, pela soma das particularidades incomuns a si associadas – a luta feminina, a ruralidade das intervenientes, a política no mundo do campesinato – e por quem todos nutriram simpatia na afronta à prepotência do poder instituído, numa sociedade em profunda transformação. 
A popularidade da Maria da Fonte ganhou expressão no vasto cancioneiro interpretado nas ruas, nas leituras políticas e na simplicidade da força popular, as quais contrastaram com o recurso à ridicularização, como exemplarmente aconteceu com António Feliciano de Castilho na ‘Crónica certa e muito verdadeira…’. Contudo, a dimensão maior da glorificação é conseguida através do romantismo capaz de lhe votar um hino, interpretado logo no rescaldo dos levantamentos.
Se as mulheres regressaram às suas casas e às suas lidas logo após a substituição do administrador do concelho (ainda em 1846), a verdade é que o símbolo já era frequentemente evocado em associação a valores como igualdade, justiça ou coragem por homens como Almeida Garrett ou Oliveira Martins.
Volvidos 40 anos a honra e a dignidade das gentes da Póvoa de Lanhoso iriam ser abaladas com uma publicação de Camilo Castelo Branco. O mestre de Ceide, que já anteriormente se tinha inspirado na Póvoa de Lanhoso (em romances como ‘O Demónio do Ouro’, a ‘Brasileira de Prazins’ ou em algumas das “Novelas do Minho”…), invariavelmente com recurso a informações e escritos facultados por Ferreira de Mello e Andrade, da Casa da Agras, publicou em 1885 a sua ‘Maria da Fonte’. Tendo como objetivo refutar os ‘Apontamentos…’ do Pe. Casimiro José Vieira (o General das 5 Chagas, de Vieira do Minho), demarca o seu pensamento político e sociológico de outros vultos da Geração de 70, numa espécie de ensaio sobre o liberalismo português, tudo ceifando com a mordacidade caraterística do seu génio literário.
Em a ‘Maria da Fonte’, de Camilo, onde o relato romanceado da génese é uma transcrição literal dos escritos de Ferreira de Mello e Andrade, a versão que diz ser a mais credível dos acontecimentos, são afinal palavras do então administrador do concelho, que opta por não alterar (talvez pelo autor haver já falecido, em 1881), transportando para a dimensão nacional a visão romanesca da Maria da Fonte e das mulheres do Minho, e do que apelida de “rodeiro dos engeitados da Póvoa…”
Perante aquilo que considera uma afronta, a Póvoa de Lanhoso irá responder, como veremos, pelas palavras de Azevedo Coutinho, nas páginas de um jornal fundado e renomeado com esse objetivo particular: ‘A Maria da Fonte’.

André Rodrigues no lugar do Armando Fernandes

Troca de lugares 
no executivo municipal

A redistribuição de pelouros foi um dos te-mas que marcou a última reunião pública da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, realizada a 22 de Março, com o vereador Armando Fernandes a ceder lugar a André Rodrigues, como vereador a tempo inteiro. A decisão torna-se efectiva a 1 de Maio.
Sob a tutela de Armando Fernandes estavam os pelouros da Cultura, Serviços Administrativos, Trânsito, Protecção Civil e Obras Particulares. A partir de 1 de Maio, o vereador André Rodrigues passa a comandar os pelouros do Trânsito, Serviços Administrativos, Protecção Civil e Cultura/Turismo. O pelouro das Obras Particulares associa-se ao do Planeamento, ficando sob responsabilidade do presidente da Câmara Municipal, Manuel Baptista.
Com estas alterações, o presidente Manuel Baptista passar a tutelar os Pelouros da Representação; Assuntos Sociais; Ambiente e Obras Municipais; Freguesias e Planeamento; e Obras Particulares. A Vice-presidência, Finanças, Educação, Juventude e Desporto e  Desenvolvimento Económico ficam sob a tutela da vereadora Gabriela Fonseca.
O Pelouro da Cultura passa a designar-se ‘Cultura e Tu-rismo’ e deixa de existir o pelouro do Associativismo, com o PS a considerar que o Associativismo merecia um pelouro próprio.
Os vereadores Armando Fernandes e Gabriela Fonseca explicaram que se tratava de um pelouro transversal, uma vez que as associações de carácter cultural estavam mais ligadas ao vereador Armando Fernandes e as associações de carácter juvenil e desportivo trabalhavam com a vereadora Gabriela Fonseca. Tratava-se pois, de um pelouro que estava “repartido” por dois vereadores.
Com o anúncio formal da saída de Armando Fernandes, o vereador do PS, Frederico Castro, e numa declaração subscrita pelas vereadoras socialistas - Fátima Moreira e Lídia Vale, desejou as maiores felicidades, na sua vida profissional, a Armando Fernandes. “Quero dizer-lhe que tenho consideração pelo trabalho que fez na Câmara Municipal”, disse o vereador Frederico Castro, desejando também as maiores felicidades ao vereador André Rodrigues.

Nacional de Escalada de Bloco

Gonçalo Sampaio 
com excelentes resultados

Decorreu, nos dias 19 e 20 de Março, no pavilhão Encosta do Sol, na vila de Soure, a primeira prova do Circuito FPME (Federação Portuguesa de Montanhismo e Escalada) de Escalada de Bloco de 2016. A Associação Desportiva e Cultural Gonçalo Sampaio fez-se representar por Nuno Lima e Rui Machado, em Juniores; Jorge Gabriel, Rui Vieira e Ana Cunha, em Juvenis; e Beatriz Abreu e Leonor Martins, em Infantis.
Durante o domingo, os atletas competiram e deram o seu melhor, ultrapassando com a nota máxima os problemas idealizados pelos Equipadores Filipe Cardinal e Bruno Gaspar, responsáveis pelo route setting da competição. A fase final da competição mostrou-se bastante exigente, tendo no entanto os atletas conseguido obter excelentes classificações:
1.º lugar - Nuno Lima, em Juniores masculinos
1.º lugar - Jorge Gabriel, em Juvenis masculinos
2.º lugar - Ana Cunha, em Juvenis femininos
4.º lugar – Rui Machado, em Juniores masculinos
4.º lugar - Rui Vieira, em Juvenis masculinos
7.º lugar - Beatriz Abreu, em Infantis femininos
9.º lugar -  Leonor Martins, em Infantis femininos
Como balanço final, podemos apontar uma óptima prestação dos atletas povoenses, num circuito extremamente competitivo, de uma modalidade em franco crescimento no nosso país. Estão de parabéns ainda, a direcção da Associação e o Agrupamento de Escolas Gonçalo Sampaio pelo apoio incondicional que têm dado à modalidade e que dessa forma têm também contribuído para  garantir a formação desportiva destes jovens, dando-lhes, a possibilidade de estarem presentes no pódio em diversas competições que têm participado do circuito nacional da modalidade, vendo assim o seu esforço e dedicação reconhecido.

Alexandre Marques tem 12 anos...

Descendente de povoenses
dá cartas no motocross


Chama-se Alexandre Marques, tem 12 anos e nas suas veias corre sangue povoense. Nasceu na Suíça mas é filho de povoenses, da freguesia de Esperança. Aos 4 anos começou a andar de moto e desde aí não parou. Apesar da sua tenra idade, tem um futuro promissor pela frente.

Conta-nos um pouco da tua história no motocross. Com que idade começaste a andar de moto?
Acompanhava o meu pai em todas as provas e foi aí que o “bichinho” do motocross começou a nascer em mim. Quando completei os 4 anos, ofereceram-me a minha primeira moto e a partir daí comecei a minha carreira de piloto.

Que categorias e campeonatos disputaste?
 As categorias foram o 65cc e 85cc na SJMCC e 50cc, 65cc e 85cc na MXRS com passagem pela FMS.

Quais as principais conquistas até hoje?
As principais conquistas começaram em 2011, tendo ganho o 50 cc na MXRS, juntado também o 1º lugar 65cc (2012), 2º lugar em 85cc (2014) e o 1º lugar no 85cc (2015). Agora no SJMCC, ganhei o 65cc (2013) e ganhei duas vezes o 85cc (2014 e 2015), onde consegui também o 4º lugar na Master Kids 85 (Prova mundial) em 2012 e 2013.

Quem ou quais foram suas referências e inspirações para te iniciares no motocross?
A minha principal referência foi o meu pai, que sempre me deu todo o apoio neste sonho e porque sempre o admirei como piloto e passou-me o bichinho do motocross.

Como iniciou a tua parceria com equipa Husqvarna?
Em 2014, a Husqvarna lançou uma mota nova de 85cc e, como eu tinha sido campeão na categoria 65cc no ano anterior, propuseram-me e foi uma boa oportunidade para começar uma nova categoria com uma nova mota.

Quais são as principais características que um piloto deve ter para um bom desempenho nas competições?
Confiança, concentração e preparação física são algumas das características que fazem um bom piloto. Um piloto de motocross, penso que seja um dos desportos mais exigentes, tem que estar muito confiante porque, no arranque, arrancam umas 40 motas ao mesmo tempo e todos com o mesmo objectivo. Depois, temos a condução, onde convêm ser muito bom porque, para além de andar sempre a grande velocidade, temos que enfrentar grandes saltos, travagens muito bruscas e com o passar do tempo a pista vai-se deteriorando. O nível de concentração tem que ser enorme. Depois, temos a parte física pois sem uma boa preparação nada vai resultar. Temos que estar preparados para andar a um ritmo alto. Mesmo com tudo a correr bem, não significa vitória porque temos os nossos adversários que lutam pelo mesmo. Então, temos que ser inteligentes e consistentes para continuar focados na vitória.

Como é tua rotina de treinos?
Eu consegui entra para uma sportschule, uma escola de desporto, onde consigo ter um plano de treino sem interferir nos estudos. Nesta altura do ano, a parte física é a principal.
Às segundas-feiras faço natação, terça-feira tenho ginástica em grupo e depois à noite faço duas horas de bicicleta e às quartas-feiras jogo futebol com os amigos futebol e bicicleta. Já na quinta-feira, faço uma hora de jogging pela manhã e no final da tarde tenho uma hora com o meu treinador pessoal.
Às sextas-feiras, aproveito para descansar um pouco ou desloco-me para as pistas. Por exemplo, no mês de Janeiro fui todos os fins-de-semana para Itália.
Como preparação para a próxima época, no mês de Dezembro estive em Portugal, sob a orientação de um treinador de motocross (Hugo Santos), onde me deslocarei novamente.

A quem deixas os teus agradecimentos?
Deixo os meus agradecimentos aos meus pais e fãs por todo o apoio e carinho dado e também claro a minha equipa Husqvarna e aos meus patrocinadores, por me ajudarem a realizar o meu sonho.

Culturismo e Men’s Physique

Póvoa de Lanhoso acolhe 
Campeonato Regional Norte

Pela mão do Ginásio de Porto d’Ave e IFBB (International Federation of Bodybuilding and Fitness) Portugal, a Póvoa de Lanhoso recebe, no dia 25 de Abril, o Campeonato Regional Norte de Culturismo e Men’s Physique, num evento que conta com o apoio da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso. A Póvoa de Lanhoso transforma-se, assim, no centro do culturismo da região Norte. Pelo antigo auditório do ISAVE, em Fontarcada, são esperados entre 200 a 300 atletas. O início da prova está agendado para as 10 horas.
“Conseguir trazer uma prova do calendário nacional para a Povoa de Lanhoso é mais que a realização de um sonho, é o alcançar de um objectivo para o qual muito tenho trabalhado.
Vai ser uma oportunidade única dos interessados por este desporto poderem ver, apreciar e opinar sobre um desporto que por norma só vêem na internet ou então teriam de se deslocar bastantes quilómetros para assistirem. Espero ver o auditório do ex-ISAVE, em Fontarcada, cheio de gente interessada pelo culturismo. Certamente que depois da prova a opinião sobre o culturismo vai mudar e espero que no futuro existam muitos mais atletas do concelho a participar. Estamos e estaremos sempre disponível para ajudar  quem quiser  competir e quem se quiser juntar à nossa família porque é esse o espirito do GYM PORTO D’AVE”, refere Daniel Morais, do Ginásio de Porto d’Ave.
Mais de mil pessoas são esperadas no antigo auditório do ISAVE para assistir às provas.