Armindo Veloso




CÃES E GATOS

Quando era miúdo ouvia muitas vezes os mais velhos referirem-se a certas pessoas como o cão e o gato querendo dizer, com isso, que se davam mal e andavam sempre em quezílias. Nos tempos de hoje, com o tratamento esmerado que se dá a certos cães e a certos gatos, alguns deles já se dão como “deus com os anjos” dormindo aconchegados um no outro. O que é certo é que na maioria dos casos o cão e o gato ainda servem de metáfora para muitas inimizades. Em democracia tem de haver quem governe e quem faça oposição. O que me parece é que no nosso concelho – e em muitos outros por esse país fora, para não falar de freguesias e até da Assembleia da República – os nossos eleitos entretêm-se em questiúnculas, a maior parte das vezes, estéreis passando a ideia ao comum dos mortais de que quanto pior melhor. Será de bom senso andar em guerrilha permanente e gastar energias com minudências quando há todos os dias coisas sérias para tratar? Será de bom senso haver assembleias municipais fastidiosas cujo resultado é uma, várias, dores de cabeça em vez de se tratar de assuntos palpáveis, de uma forma séria e debatida, claro, e dar tempo ao tal eleitor, que se calhar a quatro anos das eleições não conta para nada..., mas que precisa de expor os seus assuntos de viva voz no fórum adequado? Os eleitos devem representar quem os elegeu defendendo a causa pública. É aí que reside a nobreza da política. Não é em meter permanentemente areias na engrenagem pelo simples facto de se ser de cores diferentes. Quando é que esta gente mete na cabeça que o bem dos outros também nos toca e o mal nos afecta mais tarde ou mais cedo?!
Até um dia destes.

CASTELO

EVOCAÇÃO DO ANIVERSARIO DA MORTE DE D.ELVIRA
A Santa Casa da Misericórdia da P. Lanhoso e a Câmara Municipal realizaram, ontem, quinta-feira, a Evocação do 100.º Aniversário da morte de Elvira mara Lopes, a esposa do grande benemérito António Ferreira Lopes. Mais do que lembrar a vida e o legado deixado pelo casal, esta é uma forma de dar a conhecer aos mais novos uma das importantes figuras da P. Lanhoso. Apesar de António Lopes ser o rosto das doações feitas à Póvoa, por detrás deste grande homem estava uma esposa generosa, que foi uma das grandes impulsionadoras da obra deixada pelo marido e ajudou mulheres e crianças desfavorecidas.

CASTELO DE AREIA
REMENDOS

Remendo atrás de remendo é o que se verifica em alguns locais da vila da P. Lanhoso, sobretudo nas principais rotundas. Depois de bastante tempo com os buracos a incomodar os automobilistas, os mesmos foram tapados, para alívio de quem ali transitava. Para além da rotunda, o piso entre o Intermarché e a Rotunda da Escola Secundária apresentava vários buracos. Com a chuva que se fez sentir nos últimos tempos, os transeuntes que circulavam na berma daquela via acabavam por “tomar banho”, com as viaturas a esparrinhar a água que ali se encontrava. Próximo da Praça Eng. Engenheiro Rodrigues, o rebentamento de um tubo de água demorou pelo menos 15 dias a ser reparado. A água foi escorrendo ao longo da via. Contudo, o remendo pouco durou pois o tubo já voltou a rebentar.

Autarquia promoveu
Encontro Intergeracional
de Cantares das Janeiras
Cerca de 130 utentes de IPSS’s da Póvoa de Lanhoso participaram, na tarde do dia 2 de Fevereiro, no II Encontro Intergeracional de Cantares das Janeiras, promovido pela Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso. No evento, realizado no Theatro Club, marcaram presença utentes de IPSS’s que trabalham directamente com a população sénior do concelho. Pelo palco do Theatro Club passaram vários grupo de cantares da Em Diálogo, Santa Casa da Misericórdia, Centro Social de Taíde, Centro Teresiano de Verim/Centro Social de Monsul, Centro Social de Fontarcada e do Centro Social de Calvos, que presentearam o público com belas actuações. Presentes estiveram ainda os utentes do Centro Social de Sobradelo da Goma. “Quero deixar aqui o meu profundo agradecimento aos técnicos, dirigentes e todos quantos colaboram para que todos vocês possam ter melhores dias nas instituições. Que continuem a fazer este traba-lho porque é um trabalho que tem muito valor e sei que contribui muito para a vossa felicidade”, referiu Fátima Moreira, vereadora da Acção Social...

Festival Nacional de Teatro
prolonga-se até final do mês
O dia seguinte”, do Grupo de Teatro Renascer, e “A verdadeira história de Andreia Belchior”, de Opsis em Metamorphose, são as propostas para as noites de hoje, sexta-feira, dia 12, e sábado, dia 13, no âmbito do VI Festival Nacional de Teatro de Amadores. Iniciado a 29 de Janeiro, o festival nacional prolonga-se até ao dia 27 de Fevereiro. Os espectáculos têm lugar pelas 21h45, no Theatro Club. Para os dias 19 e 20 de Fevereiro, as peças a concurso são “Fábula – Era uma vez”, pelo Teatro de Ensaio Raul Brandão (Guimarães) e “Auto da Índia, pelo Teatro Olimpo (Anção – Coimbra), para as noites de sexta-feira e sábado, respectivamente. As peças têm início pelas 21h45, no Theatro Club da Póvoa de Lanhoso. Numa obra Luiz Francisco Rebello, escrita em 1949, “O dia seguinte” é um drama contemporâneo, extremamente real, e actual, que mostra que há peças que permanecem imaculadas e intocáveis apesar da passagem do tempo.

Entrevista a Francisco Silva, Presidente da Junta de Freguesia de Friande

“Comecei a ver a freguesia
a atrasar-se em relação a outras”
Francisco Manuel da Silva é, desde Outubro de 2009, o novo presidente da Junta de Freguesia de Friande. Com novas ideias e uma nova equipa, a Junta de Freguesia mostra-se empenhada em desenvolver a freguesia que, segundo o presidente de Junta, esteve um pouco parada no tempo nos últimos anos. Tal como noutras freguesias, a rede viária continua a ser a grande preocupação da nova equipa que está à frente dos destinos da freguesia. A transformação do edifício da escola primária em centro de convívio é uma das formas de contornar o isolamento em que vivem alguns dos habitantes.

Maria da Fonte - Depois de ter sido candidato, em 2001, voltou a apostar, em Outubro passado, na recandidatura à Junta de Freguesia de Friande. O que o levou a recandidatar-se?
Francisco Silva – Faz parte da minha maneira de ser e da filosofia que defendo: quando gostamos das coisas devemos lutar por elas. Há quatro anos concorri pelo CDS e claro com expectativas menores que nestas últimas eleições, mas mesmo assim com a possibilidade de ganhar. Nestes últimos quatro anos cheguei a dizer que não voltava a candidatar-me mas comecei a ver a freguesia a atrasar-se em relação a outras freguesias. Depois, senti a pressão tanto do Partido Socialista com do PSD, para que eu me candidatasse. Analisei, falei com a minha esposa e decidi voltar a candidatar-me e só faltava escolher porque partido ia concorrer, mas sempre colocando a freguesia em primeiro lugar. Eu não sou político, o que me preocupa é trabalhar para o desenvolvimento da freguesia e para o bem-estar das pessoas.
Depois de falar com várias pessoas, vi, realmente, que quem podia ganhar era o presidente actual porque, normalmente quem está no primeiro mandato, as pessoas acabam por dar um segundo. Foi nesse sentido que eu escolhi o PSD. Não tenho cor política. A minha bandeira é a freguesia de Friande e foi por isso que me candidatei, para tentar desenvolver a minha freguesia nestes quatro anos.

Maria da Fonte - Como se sente no cargo de presiden-te de Junta? Era o que esperava?
FS – Sou a mesma pessoas que antes de ser presidente de Junta. Era o que eu esperava pois conheço a freguesia. Sabia que é necessário ter tempo para ser presidente de Junta e sabia que tinha de dar de mim e ter disponibilidade para resolver os problemas da freguesia de Friande.

MF - Como descreve a freguesia de Friande?
FS – A freguesia de Friande parou um pouco no tempo e isso está à vista de todos pois quando andamos a percorrer a freguesia com os elementos que agora integram o executivo, eles não tinham noção do que era realmente a freguesia de Friande. Na ocasião em que me convidaram, deixei vincado que seria candidato mas com a certeza de que me ajudariam a desenvolver a freguesia de Friande. Disse-lhes a eles que queria ir para presidente de Junta mas não para passar férias para a Junta de Freguesia. Quando anda-mos de porta a porta ficaram com a noção do que era a freguesia pois deve ser, com tristeza minha, a freguesia menos desenvolvida do concelho da Póvoa de Lanhoso.

MF - Quais as maiores necessidades da freguesia?
FS – Neste momento, fazem falta várias coisas, mas maior preocupação é a rede viária, criar acessos dignos das pessoas às suas habitações, pois alguns acessos estão em muito mau estado. Cerca de 70 a 80% da rede viária necessita de uma intervenção. Precisamos também criar zonas de construção, apoio às pessoas mais idosas da freguesia e criar mais iniciativas voltadas para o público mais jovem...
“Nos últimos anos
esteve tudo parado”
MF – Dado que o edifício da escola primária está desocupado, e apesar do mesmo pertencer à autarquia, há algum projecto com vista ao seu aproveitamento?
FS – Já estamos a trabalhar nisso e, em princípio, em Março, vamos dar início ao centro de convívio, para que as pessoas da freguesia possam conviver. Ao invés de estarem sozinhos, podem deslocar-se ao centro de convívio e aí realizar diversas actividades, que contarão com o apoio da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso. A intervenção no edifício passa pela pintura e limpeza, assim como outros pormenores que estão a ser preparados. A freguesia de Friande está afastada da sede do concelho e encontra-se mais isolada. Desta forma promoveremos momentos de convívio entre as pessoas da freguesia, independentemente da sua idade.

MF – Como está a freguesia em termos de rede de água e saneamento?
FS – Penso que a nossa freguesia vai ser dos casos mais difíceis pois é uma freguesia muito dispersa. Em conversa com o executivo, a rede de água só se iniciará para 2011 ou 2012. A água que a Junta de Freguesia dispõe é para abastecimento dos fontanários da freguesia e queremos preservar essa água até lá.

MF – Que apoio têm os mais idosos da freguesia?
FS – Há alguns idosos e tentamos dar a nossa ajuda aos que têm menos rendimentos e têm problemas para resolver. Temos dois casos de pessoas com problemas na sua habitação e estamos a tratar disso juntamente com a Câmara Municipal. Num dos casos, a habitação não tem casa de banho e no outro chove no interior da casa.
Quanto a alimentação, os idosos são servidos, salvo erro, pelo Centro Social de Monsul. Também aqui perto temos o Centro Teresiano de Verim que presta apoio aos mais idosos...

Percursos pedestres
regressam em 2010
O Passeio de S. José, no dia 13 de Março, é a próxima proposta da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso e da empresa “Terra Pedestre”, no âmbito dos Percursos Pedestres. Depois do sucesso alcançado no ano passado, a Câmara Municipal retoma, este ano, os passeios ao longo dos percursos pedestres, apresentando várias novidades. No total, segundo dados avançados pela Câmara Municipal, são dez as propostas para 2010 que procuram “dar a conhecer concelho de uma forma diferente, suas potencialidades e recursos, sua história e património, suas gentes e tradições”. Uma vez por mês, a Câmara Municipal apresenta uma proposta diferente. Assim, os interessados podem participar nos seguintes passeios: no dia 24 de Abril, o Percurso Pedestre do Ribeiro Queimado – PR3; no dia 22 de Maio, o Passeio dos Santos Populares; no dia 26 de Junho, realiza-se o Passeio da Arte Dourada; no dia 24 de Julho, o Passeio do Ave; a 24 de Agosto o Passeio do Cávado; no dia 25 de Setembro, a proposta é o Percurso Pedestre do Merouço - PR 2; e para 16 de Outubro, o Percurso Pedestre Maria da Fonte - PR 3. A 13 de Novembro, realiza-se o Passeio de São Martinho pela Via Romana - GR 117; e a 18 de Dezembro, a sugestão é o Passeio por “Garfe, Aldeia dos Presépios”, que finaliza o passeio ao longo dos percursos pedestres do concelho...
Jantar das Janeiras juntou
centenas de jovens socialistas
O Jantar das Janeiras, assume-se, de ano para ano, como a iniciativa mais marcante da Juventude Socialista da P. Lanhoso. A edição deste ano superou as anteriores, com o espaço a tornar-se peque-no para acolher as centenas de jovens. “Esta iniciativa tem-se tornado uma referência para os jovens de todo o concelho, notando-se uma crescente participação, facto que agora se comprovou, com a presença de mais de quatro centenas de jovens, assinalando de forma muito positiva, o início do mandato de Gilberto Anjos”, revela a JS. Para além dos jovens, o jantar contou, ainda, com a presença de destacados dirigentes do PS e da JS. Marcaram presença o presidente da Federação Distrital, Joaquim Barreto, o deputado Frederico Castro e o presidente da Comissão Política da P. Lanhoso, Sérgio Matos. A JS esteve representada ao mais alto nível, com a presença do Secretário-geral, Duarte Cordeiro, do vice Secretário-geral, Pedro Vaz e do recém-eleito presidente da Federação Distrital, Pedro Sousa. Gilberto Anjos, aproveitou para em nome da JS, fazer um reconhecimento público e prestar homenagem a Pedro Silva, coordenador cessante, pelo trabalho que desenvolvido. O actual líder, salientou ainda o esforço, dedicação e entusiasmo com que Pedro Silva se dedicou à JS, fazendo deste momento, o mais marcante da noite. Para Gilberto Anjos, este jantar tem como principal objectivo a aproximação dos jovens à estrutura da JS, reforçando e incentivando a sua participação politica. “A JS, tal como no passado, não será uma juventude a prazo ou temporária...

Terceira Divisão Nacional

Empate justo
O Maria da Fonte não foi além de um empate a uma bola na sua deslocação a Mirandela, num jogo respeitante à 17.ª jornada. Os golos só apareceram na segunda parte e o Maria da Fonte foi a primeira equipa a abrir o activo, através de uma grande penalidade convertida por Diogo. Em desvantagem no marcador, a formação da casa reagiu, procurando o golo, com este a aparecer por intermédio de Reninho. Com este empate, o Maria da Fonte mantém-se na segunda posição da tabela classificativa, com 32 pontos, e a seis pontos do líder, o Macedo de Cavaleiros. Com catorze golos sofridos, o Maria da Fonte reparte com o Macedo de Cavaleiros o título de melhor defesa da série A. Na próxima jornada, a 18.ª, o Maria da Fonte recebe a formação do Marinhas...

Dia 21 de Março

BTT Maria da Fonte prepara
‘Pelos Trilhos da Maria da Fonte VI’
Pelo sexto ano consecutivo, a Póvoa de Lanhoso recebe, no dia 21 de Março, por ocasião das Festas de S. José, o passeio de BTT “Pelos Trilhos da Maria da Fonte”, numa organização da Associação de Cicloturismo BTT Maria da Fonte, que tem como parceiros a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso e Junta de Freguesia da Póvoa de Lanhoso. “Um passeio irreverente, com subidas que exigem folgo máximo dos participantes, descidas que entusiasmam e os singlestracks que apaixonam os aficionados do BTT, permitindo, ainda, que agreguem à prática de desporto, a contemplação do património histórico e etnográfico do concelho da Póvoa de Lanhoso”, descreve Eduardo Oliveira, da organização...

CEM ANOS DE REPÚBLICA (1)

Esta politeia é legítima?
Que interessa isso agora?

O regime instaurado a 5 de Outubro de 1910 nunca foi submetido a verdadeiro sufrágio universal do povo português. Cem anos depois, com a legimidade constitucional da III Re-pública, instaurada em 25 de Abril de 1974, há quem pergunte: a I república é legítima?
Monarquia Já! que se faça um referendo — este é um grito que ecoa ainda nas consciências de representativas franjas da população portuguesa, mais a Sul que a Norte e há quem não entenda porque é que não se faz um referendo sobre a “politeia” (politea) de Platão no seu diálogo com Sócrates.
Face aos desmandos da I República que conduziram à II República com uma Ditadura de 48 anos, em plena descrença sobre o rumo da III República, há quem sustente que não há nada mais urgente que Recuperar uma Monarquia que já foi uma das mais antigas do mundo e foi sobre a monarquia que os Portugueses conseguiram os maiores feitos.
Numa perspectiva pessimista, uns dizem que a Republica só serviu para os Portugueses ficarem mais aleados e mais afastados dos assuntos do país, por-que a Presidencia da República converteu-se em só mais um tacho politico sem qualquer eficácia, mas ninguém pode substituir a dignidade de um Rei — afirmam. Acrescentam, em defesa do seu argumento, que em 731 anos de monarquia, Portugal conseguiu os melhores momentos da sua História.
Com os Descobrimentos, impulsionados pelo Infante D. Henrique e D. João II, deu novos Mundos ao Mundo, criou o Brasil, e atingiu níveis técnicos de navegação nunca vistos pela humanidade!
Se hoje há países lusófonos, isso deve-se aos navegadores da monarquia ! No reinado de D. Manuel I, Portugal foi o país mais rico e poderoso da Terra ! E com a República ?
De 1910 até 1926, foi um desastre, embrulharam Portugal na I Grande Guerra, tivemos cerca de 9.000 mortos, que segundo os republicanos da época, foi necessário para defender as colónias!
Depois veio a Revolução Militar do 28 de maio, Salazar e o seu Estado Novo, e novas guerras para defender as colónias. Mais 9.000 mortos!
Depois do Abril, estamos como estamos, 600.000 desempregados, 2.000.000 de pobres, défice de 10%, vida externa igual ao PIB, um desastre!
A monarquia espanhola custa 9 milhões de euros, a nossa presidência custa 16 milhões!
Mas, pelo rumo dos ideais do nosso tempo, não adianta continuar a chorar leite derramado sobre a Monarquia.
Por isso, ao iniciarmos este conjunto de crónicas, queremos contribuir humildemente para que as comemorações do Centenário da República poderão ser a semente de um novo espírito de cidadania...

Armindo Veloso




QUO VADIS HOMO SAPIENS?


Sentindo-me muito bem na condição de heterossexual, não tenho nada contra os homossexuais.
Postos os pontos nos ‘is’, não entendo nem aceito que um país como o nosso, que está cronicamente na cauda da Europa em imensos índices fundamentais para o bem estar de um povo como o custo/benefício da educação, o custo/benefício na saúde, o salário mínimo, a produtividade, — para falar só destes quatro —, queira ser vanguardista num assunto que, sendo pertinente, não é, nem de perto nem de longe, prioritário.
Sei que nós portugueses, estando sempre a dizer mal da Espanha, lá no fundo fazemos tudo para a copiar. Podíamos começar por copiar os índices de desenvolvimento e produtividade que permitiriam que os copiássemos também no salário mínimo, por exemplo, em vez de copiá-los nos casamentos homossexuais.
Peguemos então neles, a nossa Nação/Estado tem evoluído a olhos vistos nas mentalidades – quem diria que há vinte anos que estava a escrever sobre este tema – e ainda bem.
O nosso problema é querermos andar depressa demais em assuntos fracturantes.
Para quem não sabe, só oito países no mundo têm o casamento homossexual, como tal, legalizado. Assim sendo, porque será que Portugal quer ser um dos pioneiros neste tema se há assuntos anos luz mais importantes para resolver?
Alguém acredita que depois do casamento ser legalizado não se dará o último passo — agora evitado pela conveniência de parecer mal tudo junto —para a adopção de crianças?
E aqui, meus amigos, reside o assunto deveras fundamental: que queremos das sociedades futuras?
Sabemos todos que o ser humano desde que nasce vai imitando o ambiente que o rodeia construindo assim a sua personalidade.
Será difícil descobrir o que fará uma criança, futuro adulto, criada, intimamente, por dois homens ou duas mulheres?
Quando vejo os partidos extremistas a defenderem estes assuntos fracturantes e a precipitá-los, é disso que se trata, não acho estranho dada a irreverência que lhes subjaz. Agora, serem os partidos dos governos a fazerem pressão, apetece-me escrever em latim: Quo Vadis, Homo Sapiens?
Até um dia destes.
CASTELO DE AREIA
ROUBOS NOS PRESÉPIOS

Fruto do empenho e dedicação dos moradores dos vários lugares, a freguesia de Garfe transformou-se, mais uma vez, na Aldeia dos Presépios e apresentou quinze belas construções. Para uma recriação mais fiel da vida rural, alguns dos presépios apresentavam objectos característicos do nosso meio. Para além do roubo, em vários presépios, das caixas das moedas deixadas pelos visitantes, o presépio do lugar do Pinheiro ficou sem alguns dos objectos ali colocados pelos moradores. É caso para dizer: Nem os presépios escapam.

CASTELO

TEATRO AMADOR

A Póvoa de Lanhoso é, por esta altura, o centro do teatro amador. Depois do Fórum Permanente de Teatro Amador, realizado no passado fim-de-semana, que trouxe até às Terras da Maria da Fonte representantes de mais de quarenta grupos, o Theatro Club da Póvoa de Lanhoso acolhe, na noite de hoje, a abertura do Festival Nacional de Teatro de Amadores, que se prolonga até ao dia 27 de Fevereiro e contará com nove peças a concurso. A presença de Ruy de Carvalho, para entregar o prémio à melhor produção e a homenagem à ACJP são dois dos momentos marcantes da cerimónia de encerramento.

Quinta Maria da Fonte, em Calvos


Câmara promoveu
segundo jantar biológico

A Quinta Maria da Fonte, em Calvos, recebeu, no dia 23 de Janeiro, o segundo jantar biológico promovido pela Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, cuja ementa privilegiou o porco bísaro produzido por aquela unidade hoteleira.
Cerca de 90 pessoas marcaram presença no jantar que contou com broa de milho, bolo caseiro barriguinhas de porco bísaro, azeitonas da Quinta, churrasquinho e cogumelos com presunto; como prato principal, nacos de porco bísaro com castanhas, arroz de presunto e migas de couve galega; como sobremesa, tarte de maça com aveia, queijo de ovelha com compotas de abóbora e café. Exceptuando os vinhos, todos os ingredientes apresentados eram de origem biológica certificada.
Naquele espaço, foi ainda proporcionada uma mostra de filigrana, com um artesão, da Oficina do Ouro, de Sobradelo da Goma, a trabalhar ao vivo e apresentada a peça “A Visita”, do Centro de Criatividade da P. Lanhoso.
No final do jantar, Fátima Moreira, vereadora da Cultura da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, considerou que esta é uma aposta para o desenvolvimento do concelho. “Esta segunda edição dos jantares bio, são jantares com produtos biológicos locais, o que acaba por mostrar os resultados do projecto que foi desenvolvido há cerca de dois anos atrás na Póvoa de Lanhoso. Temos já produtos biológicos que satisfazem ementas de jantares como este”, referiu Fátima Moreira...

Taíde


Cantar os reis para angariar
verbas para o Centro Social

A freguesia de Taíde continua a dar as mãos na realização de actividades com vista à concretização de projectos na freguesia. Um dos últimos exemplos aconteceu no início de Janeiro, com um grupo de pessoas a percorrer a freguesia a Cantar os Reis, numa participação dos pais das crianças do ATL, funcionários e utentes do centro social e amigos, para angariação de verbas para o projecto do Centro Social de Taíde. A população recebeu, de braços abertos, o grupo e mostrou-se solidária com a causa. Apesar de contar com financiamento ao abrigo do Programa Pares, e do contributo da Câmara, a obra implica um grande esforço financeiro por parte do Centro Social. Em Julho de 2009, e com vista à angariação de fundos, foi realizado, nos Terreiros da Confraria de Nossa Senhora do Porto d’Ave, um arraial minhoto, que contou com a presença de mais de mil pessoas, que se associaram à causa.
O novo projecto do Centro Social de Taíde, que será inaugurado neste ano, contempla a criação de uma creche, com capacidade para 33 utentes, assim como a reformulação do Centro de Dia, Lar de Idosos e Serviço de Apoio Domiciliário. Com a intervenção nas valências já existentes, no Lar de Idosos serão criados 8 novos lugares, passando a dar resposta a 16 utentes; o Centro de Dia passará a ter uma capacidade para 25 utentes; serão criados 12 novos lugares no serviço de apoio domiciliário, e remodelados 28. No total, este projecto prevê a criação de 114 lugares. Com esta nova estrutura, o Centro Social de Taíde vem colmatar uma necessidade sentida na área da infância, passando a Centro Social de Taíde aposta, agora, noutras valências dispor de uma creche...

Entrevista a António Pereira, Presidente da Junta de Freguesia de Fontarcada

“Sem a LEAR e o ISAVE
o parque industrial ficou parado,
sem uso e sem rentabilidade”


Depois de quatro anos como tesoureiro da Junta de Freguesia de Fontarcada, António Pereira lançou-se num novo desafio e é, desde o dia 10 de Outubro, o presidente da Junta. Para além das várias obras, a falta de oportunidades de emprego é uma das grandes preocupações uma vez que permitiria fixar os mais jovens e todos aqueles que gostariam de criar raízes naquela freguesia.


Maria da Fonte - É difícil ser-se presidente de Junta? Como está a ser esta experiência?
António Pereira – A dificuldade do cargo reflecte-se na capacidade de dar resposta capaz às solicitações da população, assim como na obtenção de feed-back do município aos requerimentos que lhe são apresentados. Neste início de mandato, ainda não aconteceu o primeiro e efectivo encontro onde ambas as instituições dialogam e trocam informação que, como é óbvio, irão no sentido das ânsias da população, que democraticamente depositaram a sua confiança nos seus eleitos em sufrágio no pretérito dia 11 de Outubro de 2009. Estou certo que a abertura e entendimento surgirão em tempo útil e o executivo municipal actual liderado por José Manuel Batista, que publicamente já afirmou ser um amigo de Fontarcada e que se rodeou de elementos capazes, e por isso mais-valias, como por exemplo a vereadora Fátima Moreira, com estreita afinidade a Fontarcada, certamente honrarão os pergaminhos marifontistas, onde a dignidade, a rectidão e o bom relacionamento em prol do bem comum, serão palpáveis não raramente.
Esta experiência de liderar o executivo, na freguesia de Fontarcada, está a ser uma alavanca e um reforço na postura que sempre demonstrei ao longo do tempo. Apesar do curto espaço temporal que medeia a tomada de posse e o momento actual, e daí ser prematuro fazer um balanço, espero que o município se revele receptivo e cooperante, pois o aspecto financeiro é elemento preponderante na realização de obras que sem o apoio municipal não serão exequíveis. A ver vamos.

MF – O que o levou a assumir a candidatura à Junta de Freguesia?
AP - Tendo participado activamente no mandato anterior como tesoureiro do executivo, e porque inúmeras pessoas me abordavam com palavras de incentivo para avançar para uma candidatura, reforçado também pelo convite do Partido Socialista e sentindo que ao fazê-lo iria existir um não abandono daqueles que me apoiavam e estaria de forma mais própria no contributo à causa pública, aceitei o desafio. Foram recolhidas opiniões, sugestões e alguns conselhos, formando uma equipa que julgo ser valorosa, capaz e digna de confiança, até porque a rectidão com que o percurso trilhado desde a composição da equipa até ao fecho das urnas e até à data tem sido fantástica. Um factor preponderante e que permitiu a união de forças foi a amizade e a empatia de forma generalizada.

MF – Quais as maiores preocupações da Junta de Freguesia?
AP – De entre outras, as maiores preocupações são, de facto, a falta de oportunidades de emprego que permita a fixação de jovens e todos os outros que gostariam de cá ficar e o aspecto social dos mais velhos, em que muitas vezes são esquecidos e lembrados apenas pontualmente.
Concluir a rede de água e saneamento ao domicílio e a pavimentação de algumas artérias que se encontram em terra e que nesta altura de Inverno, as águas pluviais toldam a sua fisionomia, transformando-as por vezes em sulcos intransitáveis e mesmo invadindo algumas habitações. Espero que algumas dessas obras tenham início a curto prazo pois, para além do transtorno que causa às pessoas, já foram adjudicadas e entregues para empreitada no mandato anterior.
É claro que, estar aqui a esmiuçar as maiores preocupações não é fácil nem justo pois as propostas apresentadas no programa eleitoral vão todas elas no sentido de uma preocupação constante e atenta e que tentaremos concretizar...
Fontarcada é uma freguesia
que dá indicações de um futuro promissor”


MF – Em termos de desemprego, a sua freguesia foi muito afectada?
AP – É claro que como referi anteriormente, a freguesia sentiu e sobremaneira estes encerramentos, ou seja, deslocalizações, pois quase todos ou grandíssima maioria procurou outras paragens na busca de emprego, ou regressaram às suas terras de origem, já que havia muita gente em particular na LEAR que pertencem a outros concelhos.

MF – Que descrição faz, actualmente, da freguesia de Fontarcada?
AP – É uma freguesia que, com o anterior presidente João Oliveira, melhorou muito de há uns anos a esta parte, desde a rede viária, iluminação pública, apoio às escolas, serviços disponíveis, rede de água e saneamento. Enfim, uma panóplia de melhorais palpáveis e visíveis que não existiam há uma dezena de anos. A população aumentou, com o contributo da então LEAR e ISAVE e que posteriormente funcionaram no sentido inverso, mas que entretanto estabilizou.
Fontarcada é uma freguesia que dá indicações de um futuro promissor e onde será bom fixar residência e fazer parte de uma comunidade onde a Junta de freguesia terá certamente um relacionamento de proximidade e na busca constante de respostas capazes aos problemas e solicitações que irão surgindo.

MF – No seu manifesto eleitoral, revelou que pretende dar um maior apoio às pessoas e aos seus problemas. De que forma o pretende fazer?
AP – Como sabem, o desenvolvimento sustentado só é possível com a verdade em primeiro lugar e juntamente com a população ao mesmo nível se consegue dar passos construtivos para que não surjam castelos de areia, que com a intempérie se desmoronam. No manifesto eleitoral, como é do conhecimento de todos, serão realizadas acções gratuitas de rastreios no campo da saúde; tentar-se-á revitalizar o associativismo da freguesia; proporcionar intercâmbios culturais (já foi iniciada a geminação com outras freguesias – Fonte Arcadas); criar áreas de lazer; impulsionar o centro de dia, entre outras propostas para que a população possa fruir, usufruir e sentir-se apoiada pela sua terra e na sua terra. Recordo que, foi criado um espaço consultivo de apoio aos lugares da freguesia em que as pessoas poderão e deverão participar activamente através da participação de problemas ou ocorrências nos seus lugares e apresentar sugestões, no sentido de um maior conhecimento do que se passa na freguesia. Vou dar o seguinte exemplo: em tempos o centro de dia foi pensado, debatido, apresentado e formalizado o projecto para a sua concretização. Por vários motivos, um dos parceiros nesta aspiração não lhe deu continuidade, o que levou ao abandono do projecto. A sustentabilidade de uma acção deste género só existe se as condições estiverem reunidas de forma cimentada e assumida para que se torne realidade e é nesse espírito que o apoio às pessoas e aos seus problemas se torna efectivo.
O desenvolvimento que se pretende para a freguesia não é o de promessas vãs e argumentação do momento, mas sim fazer o que estiver ao nosso alcance e com certezas firmadas que se conseguirá concretizar e apresentar resultados...
Teatro amador ‘invadiu’
a Póvoa de Lanhoso

Cerca de 200 participantes, representativos de mais de 40 grupos de teatro amador, marcaram presença, nos dias 23 e 24 de Janeiro, no V rum Permanente de Teatro de Amadores, numa organização da ANTA – Associação Nacional de Teatro de Amadores, que contou com o apoio da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso. Os trabalhos tiveram o seu início bado de manhã e prolongam-se até ao meio-dia de domingo, hora em que se procedeu ao encerramento dos diversos painéis, seguindo-se a cerimónia solene de encerramento. A finalizar a jornada de trabalho, pelas 14 horas, teve lugar a cerimónia de tomada de posse dos órgãos sociais da ANTA para o período 2010-2012.
Formação de actores, iluminação, cenografia, escrita criativa, adereços e caracterização foram os painéis ministrados no V Fórum Permanente que contou com a presença de onze formadores, entre os quais João Fonseca Barros (cenógrafo de Filipe La Féria), Jorge Fraga (encenador) e Thiago Justino (actor e formador de teatro na Casa do Artista e IPJ).
Antes do início da jornada de trabalho, os participantes puderam assistir, na noite de sexta-feira, dia 22, à antestreia da peça “Pássaro de Papel”, do Centro de Criatividade da Póvoa de Lanhoso.
Na cerimónia de abertura, na manhã de sábado, realizada no Fórum dos Bombeiros Voluntários, Fátima Moreira, Vereadora da Cultura da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, deu as boas-vindas aos participantes e lançou o desafio para que “este fim-de-semana desperte a curio-sidade de conhecer as potencialidades da Póvoa de Lanhoso”. “A Póvoa de Lanhoso é uma vila muito bonita e que sabe acolher muito bem”. “Este evento é uma iniciativa muito importante para nós porque a Póvoa de Lanhoso tem-se assumido como uma vila em que o teatro tem um palco privilegiado”, disse Fátima Moreira...
Associação de Invisuais
celebrou 14.º aniversário

O concelho de Vizela recebeu, no dia 23 de Janeiro, a cerimónia de comemoração do 14.º aniversário da Associação de Apoio aos Deficientes Visuais do distrito de Braga, localizada na Póvoa de Lanhoso, numa cerimónia presidida por António Braga, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
A organização da sessão solene, a cargo da Câmara Municipal de Vizela, decorreu na Casa do Povo local. De entre as várias presenças, destaca-se a presença de Dinis Costa, presidente da Câmara Municipal de Vizela, Domingos Silva, presidente da AADVDB, e de Joaquim Barreto, presidente da Assembleia Geral da AADVDB e presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto.
Domingos Silva, presidente da AADVDB, iniciou os discursos e destacou a honra enquanto presidente da instituição. Referindo que não tem sido fácil, destacou a importância da ajuda recebida de várias instituições, nomeadamente da Segurança Social. Na sua intervenção, Domingos Silva solicitou a ajuda da secretaria de estado nas diversas actividades e deixou o desafio para que, num próximo evento da associação a realizar no estrangeiro, pudessem contar com a presença de António Braga.
“A nossa instituição com esta dinâmica poderá ser maior e melhor”, destacou Domingos Silva, deixando ainda o sonho de concretizar uma casa residencial para invisuais.
De entre os vários desafios, António Braga destacou a importância de se traduzirem alguns documentos para Braille, nomeadamente o regulamento consular, importante para quem está fora do país...

Serzedelo

Idoso faleceu vítima
de atropelamento

Quando regressava da missa, já depois das 18 horas, do passado sábado, um idoso foi colhido mortalmente por uma viatura, que se pôs em fuga. José Gonçalves, de 72 anos, reformado da GNR, circulava na berma, em plena Estrada Nacional 103 e deslocava-se da Igreja para a sua residência, no lugar de Couto. O atropelamento aconteceu próximo da habitação de José Gonçalves.
Segundo apuramos, a viatura interveniente no acidente pôs-se me fuga. O caso está a ser investigado pela GNR da Póvoa de Lanhoso e Núcleo de Investigação Criminal da Unidade Nacional de Trânsito, que estão a analisar os vestígios deixados no local, nomeadamente vidros, com vista à identificação do condutor da viatura...

Monsul

Animarteproporcionou
actividades a crianças desfavorecidas

Em Diálogo - Associação para o Desenvolvimento Social da Póvoa de Lanhoso, nomeadamente o Centro Comunitário do Vale do Cávado, com sede no lugar de Santril, freguesia de Monsul, concelho da Póvoa de Lanhoso, dá vida a um Projecto, denominado “Animarte”, que promove actividades para crianças/jovens, maioritariamente carenciadas, das dez freguesias do Baixo Concelho. Partiram em direcção a Óbidos, nos dias 28, 29 e 30 de Dezembro, 19 crianças juntamente com duas técnicas do projecto, com o objectivo de lhes proporcionar um maior contacto com processos lúdico-educativos que visassem o desenvolvimento cultural, social e afectivo. O caminho calcorreado até à “Vila Natal de Óbidos” tornava-se impiedoso perante um mundo encantado que os esperava.
À chegada, foram recebidos por personagens retiradas dos livros de contos, que os conduziram a duas rampas de pura adrenalina levando a desfrutar e recriar a sensação de deslizar nas montanhas. Ao som da Música “Felicidade”, as crianças deram o seu pezinho de dança antes de visitar a Casa do Pai Natal onde as meias penduradas deixaram perceber que o “velhote das barbas brancas” está no Trono de Natal onde recebe os pedidos entusiasmados de todos os meninos...

Desporto

‘Maria Balaio’: trabalho
e as preocupações do andebol povoense

Foi no dia 27 de Junho de 2009 que surgiu a associação ‘Maria Balaio’, fruto do desaparecimento da Academia ISAVE. Com vista a não deixar cair por terra o trabalho desenvolvido ao nível do andebol, um grupo de amigos fundou a “Maria Balaio”.
Quanto ao nome, João Ferreira, um dos elementos da direcção, justifica que “Maria Luíza Balaio era o nome da Maria da Fonte, referência histórica da Póvoa de Lanhoso e como já existe o nome de Maria da Fonte (futebol) entendeu-se por bem atribuir o nome de “Maria Balaio” para melhor identificação do clube com a Póvoa de Lanhoso”. Prosseguir o trabalho iniciado há 3 anos na Academia ISAVE é um dos objectivos da associação. “Com uma equipa a jogar na liga de andebol, era necessário ter escalões de formação. Convidado para o efeito, entre outras pessoas, iniciámos o processo do zero, pois quando cá chegamos havia 6 atletas para todos os escalões de formação”, refere João Ferreira. “Foi preciso fazer tudo e foi durante este tempo que fizemos o diagnóstico daquilo que é actualmente e do que pode vir a ser a AD Maria Balaio. O diagnóstico é um “mar” de dificuldades próprias de um clube que está a dar os primeiros passos e que tentaremos enfrentar com objectivos definidos com clareza”, acentua. Tornar o clube viável, reorganizando-o, procurando para o efeito tomar decisões que sejam estruturantes para a Associação desportiva; procurar um conjunto de parcerias/ /protocolos que tornem o clube estruturado e menos dependente das ofertas; divulgar o lema da Associação Desportiva, “DA PÓVOA PARA A PÓVOA” , divulgando a modalidade e o clube junto dos povoenses, por forma a que estes frequentem mais o pavilhão e vibrem com os jogos que os filhos realizam na vila, são algumas das metas apontadas pelos responsáveis da AD Maria Balaio, cujos objectivos passam ainda por manter as equipas na 1ª divisão e aumentar a cooperação com o desporto escolar, com as escolas primárias e com as juntas de freguesia do concelho.
Os resultados alcançados, desde que o andebol teve início na Póvoa de Lanhoso, encorajam os responsáveis da AD Maria Balaio. “Desde que trabalhem, os jovens da Povoa são tão bons como os de outras localidades, com mais experiências na modalidade. Quando for possível aumentar a quantidade de treino os objectivos serão mais ambiciosos”, refere João Ferreira...

Franceses nas Terras de Lanhoso há 200 anos (fim)

“Ai, Senhora da Abadia
melhora a nossa sorte...”

U m ano depois, concluímos esta série de crónicas para assinalar os 200 anos da batalha de Covelas ou Carvalho d'Este, um momento dramático só comparável ao desastre da Ponte das Barcas no Porto ou à titânica defesa da ponte de Amarante, dando conta do ambiente que o clero tinha incutido na alma do povo para receber as tropas de Soult. Depois do desaire da primeira invasão, frades e padres seculares foram os primeiros a alistar-se em corpos de voluntários e às rendas do Cabido de Braga, destinadas à defesa, juntavam-se listas abertas a donativos e subscrições públicas em que a participação dos clérigos era saliente. Neste movimento de base religiosa contra os gauleses participaram também os conventos femininos: enquanto as religiosas do Convento de Santa Clara de Vila do Conde enviam a oferta de seis contos de reis em metal, todas as congregações femininas portuenses não só acodem com donativos como confeccionaram muitos milhares de mochilas e tudo o mais que se destinava a vestuário dos soldados. No meio deste fervor patriótico e religioso que raiou tantas vezes o apaixonado fanatismo, alguns acabaram por ser vítimas inocentes da sua ambiguidade, provando, mais uma vez, que os conflitos com motivações religiosas não ficam a dever em selvajaria aos conflitos puramente militares. É a retaliação do povo aos colaboracionistas, suspeitos ou comprovados, pela intriga ou pela calúnia que enchem as prisões até de inocentes, entre eles alguns padres...
Casos como estes, de falsas denúncias, aconteceram bem perto da Póvoa de Lanhoso, em Guimarães, e em Braga. Os actos de resistência possuíam uma forte componente religiosa, com diversas celebrações, desde procissões a Te Deum onde eram aclamados os membros da família real e Portugal, em todas as vilas a norte do Douro. Este fervor religioso e patriótico alimentado entre a primeira e a segunda invasão reforça a resistência popular, quando as tropas de Soult entram pela Galiza, em Portugal, através de Chaves, em direcção a Braga, apesar da desorganização e falta de armas para que as milícias as pudessem deter. O Deão da Sé de Braga, Luiz António Carlos Furtado de Mendonça, é um dos exemplos através dos seus sermões proferidos em Braga e em Coimbra, em que são exultados os feitos portugueses na defesa da pátria, sublinhando a heroicidade dos naturais na expulsão de um governo odiado pelo "estendal de crimes cometidos e pela injusta apropriação da liberdade", com Junot. Este padre nascido no Rio de Janeiro, há-de mostrar-se depois um convicto miguelista até à sua morte em 1832.
Nesta fantástica campanha religiosa se insere a jornada festiva de Fontarcada, na Póvoa de Lanhoso, a 30 de Outubro de 1808, onde não ficou "um só espectador a quem não rebentassem por várias vezes as lágrimas", como escrevemos na edição de 18 de Dezembro de 2009. Agora se percebe, com tais campanhas, como foi fervo-rosa a tenacidade dos povoenses e bracarenses na Batalha de Braga ou do Carvalho d'Este. A aproximação de Soult faz estremecer de pânico os habitantes de Vieira, da Póvoa de Lanhoso, de Braga e do Minho inteiro, onde os sinos tocam a rebate e os clérigos pregam em tom apocalíptico nos templos pejados de gente. Com a saída de Soult, os pregadores não viam nos factos senão o milagre esperado. Na perspectiva messiância, a nação fora uma vez mais salva e a promessa de Ourique prevalecia. O Portugal católico e legitimista via a liberdade da Pátria afirmada e o trono mantido na posse do seu rei natural. Repetia-se o que sucedera na época restauracionista de 1640". Os anos passam e verifica -se que o povo dá ouvidos ao clero quando se trata de combater um invasor e alimentar a resistência patriótica mas esquece-se dos párocos quando os ventos liberais varrem o território.
Deixara de ser verdade aquela descrição de José Acúrsio Neves: "um abade, ou mesmo um cura, à frente do seu povo, valia por um general: as suas ordens eram obedecidas sem réplica".