Bacanal de percevejos
... num colchão podre
O que era o Minho aquando da implantação da República em 1910 que se há-de transformar no junqueiriano “bacanal de percevejos num colchão podre”?
A resposta pode ser encontrada em muitos documentos mas bastar-nos-á “O livro d’ouro da primeira viagem de S. M. El-Rei D. Manuel II a Braga”, em 1908, para encontrar a resposta mais eloquente. Esta resposta possibilita-nos avaliar o estrondo cultural, social e religioso que a República provocou em todo o Minho, onde os “cidadãos são fidelíssimos tradicionalistas, na religião, na política, na indústria e na Arte”.
Na cidade capital do Minho surgiam as “novas indústrias e floresciam as antiga, a luvaria, os sapatos, os couros, as ferragens, os linhos; mas o chapéu braguêz, o pesado e moreno feltro, quasi impermeácel e imutável, nada o destronará” — escrevia em 1909 Joaquim Leitão.
Quem vivia na cidade? A resposta também é dada pelo “Livro d’ouro...” que descreve o “nódulo central de Braga, aparte um armezendado comercial, é para o solar, o palácio e o templo” porque a população operária das novas indústrias “descentraliza-se para as cordas do círculo, às ruelas em que cada telhado é uma fábrica e cada ser um artífice, n’outras tantas pernas laboriosas d’essa aranha a que, avistando-a do Monte, Ramalho Ortigão comparou Braga”.
E mais, “longe d’esse fragor proletário dos agrupamentos fabris, Braga remanesce o socego solarengo e a paz dos mosteiros” ostentando a “flor da nobreza minhota que é a mais antiga de Portugal”.
O povo cultivava de sol a sol as grandes propriedades da “nobreza mais antiga de Portugal” e os operários associavam-se para poderem pagar os funerais, tal era a pobreza em que vivam o povo, excluído do “nódulo central” dominado pelo solar, o palácio e o templo”.
Por isso, o Minho cedo é arregimentado para “esta marcha heróica a caminho do cano de esgoto” — como descreveu o nosso adoptado vimaranense Raul Brandão.
Braga, como já escrevemos, viveu essa hora de fervor republicano em que a política agora é de todos e não de elites.
Monárquicos republicanos
“Ai de quem se proclamar monárquico. Se a política é de todos, não quer dizer que todos possam ter qualquer política. O exercício da política é monopólio exclusivo dos republicanos, que são ao mesmo tempo a situação e a oposição”. É assim que decreta o jacobinismo triunfante que leva hordas de monárquicos “feios a serem bonitos”, enquanto outros se fecham nos seus palácios (até à impossibilidade de os sustentar) e outros se refugiam em Espanha...
EDITORIAL

Armindo Veloso
AFABILIDADES
Todos nós conhecemos pessoas que são afáveis e até pretensamente amigas, em quem depositamos confiança, e que, na primeira oportunidade, nos desiludem pelo seu carácter.
Há deste tipo de gente em todos os estratos sociais e a desempenhar as mais variadas actividades.
São essas pessoas que devemos temer, não os inimigos declarados. Desses, com maior ou menor dificuldade, sabemos defender-nos.
Em relação aos primeiros, temos de prevenir, de noite e de dia, porque, com as suas falinhas mansas e com o seu charme intrínseco, dão a volta a situações incríveis.
Quantas das vezes, nós, sabendo de fonte segura, das trapacices de videirinhos e, estes, depois de uma cantadinha, quem sabe com choro à mistura, nos dão a volta até à próxima, às vezes maior, recaída.
Na minha opinião, o primeiro ministro de Portugal, cabe que nem uma luva neste grupo de pessoas a temer. Ele é charmoso; ele é, quando quer, afável; ele é bem falante; ele é, aqui e ali, competente. Mas, ele é, tem-no demonstrado, um homem com défice de carácter.
Não sou suspeito de antipatias gratuitas porque o admirei no passado e revelei-o neste mesmo espaço.
Como pode um homem com carácter contradizer-se, voluntariamente, no espaço de horas? Como pode um homem com carácter mentir descaradamente sem o mínimo pudor? Como pode um homem com carácter ser um autêntico camaleão fazendo do branco preto e do preto branco de acordo com as circunstâncias? Como pode um homem com carácter perante a situação dramática que vivemos tentar entreter-nos com ridicularias de décimas em índices muitas das vezes maquilhados?
Para quem acompanha com atenção o fenómeno político em Portugal, fica com uma volta no estômago ao ver o nosso mais alto governante a dizer e a desdizer, a fazer e a desfazer, a acusar tudo e todos dependendo dos interesse de cada momento.
Sabemos que a arte de fazer política obedece a muitas ‘regras’ de marketing mas haja o mínimo de bom senso!
O Eng. Sócrates tem, de facto, uma personalidade que defini no início. Ele dá a volta às pessoas. Ele entra pelos média adentro quando quer e como quer dizendo, às horas que quer, aquilo que bem lhe apetece sem o mínimo de rubor na cara. Passados dez minutos é ver os semblantes de cepticismo dos seus receptores.
A história lembra estes homens nas suas páginas mais sombrias.
Até um dia destes
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Joana Cruz
No dia 28 de Setembro, a povoense Joana Cruz estreou-se nas passerelles inter-nacionais. Depois de vencer o concurso da SIC 'Face Model of The Year', a jovem de Esperança integrou o lote de manequins internacionais que desfilou a colecção Primavera/Verão 2011 de Fátima Lopes. A cidade Luz, Paris, uma das principais capitais da moda, recebeu o desfile da estilista com Joana Cruz a pisar, pela primeira vez, os principais palcos da moda internacional. Para além de vencer o concurso da SIC, a jovem povoense é agora uma das novas caras da Face Models, agência de modelos de Fátima Lopes.

PIDDAC
A Póvoa de Lanhoso continua sem receber um cêntimo do PIDDAC. Os valores a distribuir em 2011 já foram divulgados. O Laboratório Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga, e a Capital Europeia da Cultura, Guimarães, recebem dois terços do PIDDAC (Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central) para o distrito de Braga que este ano recebe, 19,3 milhões de euros, ao invés dos 31 milhões no ano transacto. A par da Póvoa de Lanhoso também os concelhos de Vieira do Minho, Terras de Bouro e Vila Verde não recebem qualquer verba.
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Póvoa de Lanhoso

Alegria dos idosos supera
um quilómetro de estrada
A Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso tornou-se terça-feira um dos sete municípios portugueses funda-dores do projecto "Vencer o tempo nas sete cidades" que visa prevenir e educar para a saúde na velhice.
O protocolo fundacional foi assinado no Centro de Convívio de Friande, frequentado por cerca de duas dezenas de idosos que, às terças e sextas-feiras, ocupam os seus tempos livres com actividades lúdicas e úteis ara os seus agregados familiares.
Este programa pretende instaurar em Portugal, de uma forma proactiva um envelhecimento saudável — em contacto cm as novas gerações — através do conceito "Cidade amiga dos idosos" que foi lançado em 2005 pela Organização Mundial de Saúde.
"Persuadir o maior número de idosos a manter-se activos física e psicologicamente e incutir em cada um o desejo de se manter útil e 'vivo' na comunidade em que vive e incentivar a prática solidária, a curiosidade e confirmar a generosidade própria da juventude através de voluntariado criativo e permanente" constituem alguns dos objectivos deste programa.
O protocolo entre o município da Póvoa de Lanhoso e a Associação "Vencer o tempo" foi assinado por José Manuel Baptista e Ivone Ferreira, responsáveis dos dois organismos, respectivamente, numa sessão que contou com a presença da vereadora Fátima Moreira e do presidente da Junta de Friande, Francisco Silva...
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Póvoa de Lanhoso acolheu
abertura do ano escutista
O Núcleo do CNE da Póvoa de Lanhoso foi o núcleo anfitrião da Abertura Regional do Ano Escutista, no dia 15 de Outubro. Naquele dia, a vila da Póvoa de Lanhoso ganhou outra vida e movimento, com os escutistas da região a dar um colorido diferente à sede do concelho. O Parque do Pontido foi o local escolhido para a realização da missa campal, que contou com a presença de mais de 7000 escuteiros pertencentes a 180 agrupamentos da região.
“Onde nos leva a Palavra – Testemunho de Madre Teresa” é o tema do novo ano escutista, cuja abertura foi apadrinhada por D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz de Braga, que presidiu á celebração eucarística.
Com o bom tempo a fazer-se sentir, o manto verde do Parque do Pontido ficou repleto de jovens, que acompanharam a Eucaristia celebrada naquele espaço A par dos jovens escutistas, foram mui-tos os familiares que assistiram à cerimónia religiosa, na qual participaram 180 agrupamentos de toda a região.
Fazendo alusão ao tema do novo ano escutista, o responsável máximo da Arquidiocese de Braga, incentivou os jovens a “seguir o exemplo” de Madre Teresa de Calcutá. “Na caminhada da vossa vida imitai-a, procurai viver como ela viveu, procurai também vós ser testemunho de um mundo diferente. Procurai, também, no meio da juventude gritar a este mundo que é possível construir algo de diferente, algo de maior justiça, de maior igualdade, de mais fraternidade e de mais interesse pelos outros”, pediu D. Jorge Ortiga.
“Infelizmente, hoje a juventude na caminhada da sua vida deixa-se nortear por exemplos de vida medíocre e superficial. Deixam-se nortear por coisas a que chamam a razão de ser da sua vida, que parece que dá um prazer no imediato mas, passado pouco tempo, desaparece. Infelizmente, há muitos jovens que se deixam nortear por esses esquemas de vida, longe de uma vida estruturada segundo os valores da Igreja”, referiu o Arcebispo Primaz de Braga.
Fazendo alusão ao caminho que cada um percorre ao longo da sua vida, D. Jorge Ortiga frisou que “normalmente, o caminho nunca se faz sozinho. Caminhamos uns com os outros.”
“O dia de abertura é, certamente, colocar-se perante um caminho, um caminho que já vem sendo percorrido, mas um caminho que certamente vos reserva novas aventuras”, disse dirigindo-se aos milhares de escuteiros presentes na cerimónia.
Vincando que “um escuta é alguém que caminha e se é alguém que caminha, deve ser conhecer o caminho, os trilhos que calca, por onde anda, o que pretende e o que deseja”, D. Jorge Ortiga apelou aos jovens para que cada um deles “se apaixone por conhecer verdadeiramente o caminho que deveis trilhar “.
“Sabendo que é o caminho que conduz à vossa própria felicidade, tendes direito a ser felizes, mas também sabeis que a vossa felicidade depende muito daquilo que sereis capazes de fazer pelos outros, ou seja, do contributo que podeis dar para uma sociedade mais justa e mais fraterna”, disse...
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Verim: crianças e idosos
unidos na desfolhada
Recordar tradições antigas e dar a conhecer aos mais novos as várias actividades agrícolas foi o objectivo da desfolhada promovida pelo Centro Teresiano de Verim, no passado dia 6 de Outubro. Na tarde daquele dia, e depois do almoço-convívio, os mais velhos mostraram aos mais novos as actividades dos seus tempos de juventude. Num ambiente de muita alegria, acompanhado por várias cantigas, os utentes do Centro Teresiano de Verim promoveram uma desfolhada, com os mais novos a ajudar no debulhar das espigas.
O reviver de tradições foi do agrado de todos os presentes. Maria da Luz Abreu, de 83 anos, residente em Verim, mostrava-se satisfeita pela iniciativa. “É como recordar os tempos antigos. Antigamente, íamos cortar o milho ao campo e depois juntávamo-nos todos na eira a desfolhar o milho. Às vezes, durava a noite toda. Era muita borga”, disse Maria da Luz.
Juntamente com Maria da Luz estava Maria das Dores, de 77 anos, também ela residente em Verim. “Era um tempo muito alegre”, disse...
Patrícia Eliana Pereira, Presidente da Associação Cultural da Juventude povoense
Mais próximos da comunidade!
O Encontro de Teatro António Francês, que se prolonga até 6 de Novembro, é um dos momentos altos da actividade da ACJP – Associação Cultural da Juventude Povoense, que este ano completa 25 anos. Patrícia Eliana Pereira, advogada, de 30 anos, assumiu, em Janeiro de 2006, a presidência da ACJP, cargo que ocupa até Janeiro de 2012. O ‘MF’ conversou com Patrícia Eliana Pereira, presidente da ACJP, que traçou o balanço do mandato, assim como das actividades que integram as comemorações do 25.º aniversário da associação.
Maria da Fonte - A ACJP é uma das mais marcantes associações do concelho. Como surgiu a ida para a presidência desta instituição?
Patrícia Eliana Pereira - A decisão de me candidatar à presidência da ACJP surgiu de forma natural, tendo sido fundamental para essa decisão o facto de pertencer ao grupo de teatro e de estar ligada à Associação há muitos anos.
MF - Que objectivos foram delineados para o mandato?
PEP - O principal objectivo deste mandato foi a preparação das comemorações do 25.º aniversário da ACJP. Pretendemos com esta comemoração recordar e homenagear o passado, mas também relançar e projectar o futuro. Pretendemos, também, que estas comemorações representem um ponto de viragem na história da ACJP, e que, além do mais, tenham a virtualidade de fazer renascer nos jovens povoenses a consciência da importância da intervenção cívica e cultural na nossa sociedade. No ano de 2010, o primeiro do mandato, preparamos 25 actividades/iniciativas, resgatando muitas das actividades de maior sucesso do passado, mantendo actividades já desenvolvidas por esta direcção e apresentando algumas actividades inéditas.
MF - Neste ano, a ACJP completa o seu 25.º aniversário. O programa comemorativo integra a realização de 25 iniciativas até ao final do ano. Quais as propostas que se seguem?
PEP - Estamos a apresentar a IV Edição do Encontro de Teatro António Francês, duas tertúlias, uma sobre o Centenário da República e outra sobre a vida e a obra de António Bernardino Sousa e Silva - António Francês. Até ao final do ano vamos ainda organizar, entre outras actividades, o Rally Paper, o Magusto e uma exposição de fotografias.
MF - O Festival de Teatro António Francês é uma das iniciativas mais marcantes. O que podemos esperar este ano do festival?
PEP - O Encontro de Teatro António Francês é um dos pontos altos das nossas comemorações, por um lado, porque o teatro é – e sempre será – a actividade de maior importância da ACJP, e reunir alguns grupos de teatro, todos de muita qualidade, com os quais fazemos intercâmbio, é sempre um motivo de orgulho para esta direcção. O Encontro decorre aos sábados, entre os dias 16 de Outubro e 6 de Novembro, e vão participar o Teatro Olimpo, com a peça “O Que Há Mais São Homens”, de Casimiro Simões e Luís Veríssimo (16 de Outubro); o Grupo de Teatro Palha de Abrantes, com a peça “Dois Irmãos”, de Fausto Paravidino (23 de Outubro); a ACJP, com a peça Brandos Costumes, de Cunha de Leiradella (30 de Outubro); e O Teatro Experimental de Mortágua, com a peça o “O Pecado de João Agonia”, de Bernardo Santareno (6 de Novembro). Os espectáculos vão decorrer no Theatro Club, às 21h45...
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São João de Rei

Homem morre
em queda de motorizada
Residente no lugar de Cancelos, em S. João de Rei, António Joaquim Silva Costa, de 53 anos, apareceu sem vida a escassos metros da sua habitação. O corpo do homem foi encontrado ao início da manhã de domingo, dia 10 de Outubro, num terreno situado dois metros abaixo do caminho que, diariamente, usava para aceder à sua habitação. Tudo indica que o homem, que se deslocava na sua motorizada, tenha-se despistado e caído ao terreno situado um pouco abaixo do estreito caminho que usava quando regressava à sua casa. Apesar das buscas realizadas pelos seus familiares, só na manhã de domingo é que António Joaquim Costa foi encontrado, já sem vida.
Segundo foi possível apurar, o homem de 53 anos terá saído de casa na manhã de sábado, dia 9, para participar numa vindima. De acordo com um vizinho, o homem conhecia bem a zona e que por ali passava todos os dias. “Quando saía de casa ia pela estrada do lugar, mas no regresso vinha sempre por aqui”, revelou o vizinho.
De acordo com algumas pessoas no local, o homem tinha por hábito desligar a motorizada quando entrava no estreito caminho. Tudo indica que se terá tratado de um despiste, pelo que o caso está a ser investigado pelo Núcleo de Investigação Criminal de Acidentes de Viação da GNR.
Dado que António Costa tinha por hábito chegar a casa ainda de dia, os familiares estranharam a sua ausência à hora de jantar. Durante toda a noite, os familiares procuraram António Costa, mas sem sucesso...
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