Em alguns pontos do concelho

Chamas obrigam 
à retirada de moradores

Os dias 4, 5 e 6 de Setembro foram dias de imenso trabalho para os Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso. Ao início da tarde, um incêndio em Moure, que se estendeu às freguesias a Águas Santas e Ferreiros andou pró-ximo das habitações, com os moradores de algumas casas, em Águas Santas, a serem retirados por uma questão de precaução. E quando combatiam as chamas no baixo concelho, um incêndio, que assumiu grandes proporções, no chamado ‘Monte das Agras’, no lugar de Aldeia, na vila da Póvoa de Lanhoso, estendendo-se aos Moinhos Novos e à freguesia de Fontarcada. Um incêndio que mobilizou os bombeiros povoenses, assim como várias corporações de bombeiros da região (Famalicenses, Barcelos, Fão e Riba d’Ave) e o exército português.
Fernanda Silva, residente nos Moinhos Novos, juntamente com um vizinho, o Sr. Abel, forneceram o pequeno-almoço a mais de 30 bombeiros que descansavam próximos das suas habitações, na manhã de segunda-feira, dia 5 de Setembro.
“Ia fazer a minha caminhada e vi ali vários carros de bombeiros. Vi o meu vizinho muito preocupado em direcção ao carro. Disse-me que estavam ali mais de 30 bombeiros sem tomar o pequeno-almoço. Fui de carro com ele comprar coisas, desde leite, sumos e croissants. O dinheiro mais bem empre-gue é no apoio aos bombei-ros”, disse aquela moradora.
Na noite de 4 de Setembro, ocorreram ainda incêndios na União de Freguesias de Esperança e Brunhais, Taíde, Sobradelo da Goma e S. João de Rei. No dia 5, dia em que os bombeiros celebram o seu aniversário, as atenções estiveram voltadas para o incêndio dos Moinhos Novos, devido aos reacendimentos, assim como a incêndios nas freguesias de Taíde, S. João de Rei, Serzedelo, Verim e Calvos.
Na terça-feira, os soldados da paz viram-se a braços com vários incêndios, nomeadamente em Sobradelo da Goma, Monsul e Verim.
Em Monsul, o incêndio estendeu-se à freguesia de Gerás e obrigou também à retirada de alguns moradores. Naquela ocasião, uma habitante de Gerás, sentiu-se indisposta e foi transportada ao hospital. Em Verim, nessa tarde, viveram-se momentos de aflição. Um incêndio colocou em risco pelo menos seis habitações, com a GNR a retirar dois idosos das suas habitações por questões de segurança. Um combate intenso, com os populares e a própria GNR a juntar-se aos bombeiros no combate às chamas. Tractores com cisternas e mesmo baldes de água. Tudo serviu para combater as chamas que ameaçavam as habitações.
Na tarde de quarta-feira, dia 7, os soldados da paz mantinham-se em Verim, devido aos reacendimentos que ocorriam em alguns locais. Jorge Silva, residente na Travessa dos talhosos mantinha-se no local do incêndio, acompanhado de dois amigos, também moradores naquela freguesia.
“O campo onde eu moro ainda ardeu. A casa não foi por sorte. As videiras foram todas. Não há explicação. A sorte foram os bombeiros. Foram momentos de aflição. Não víamos nada com o fumo. A um metro de distância não se via nada. Os militares da GNR também ajudaram a apagar. Foi uma tarde de aflição”, referiu o morador.