A TRADIÇÃO VOLTOU A CUMPRIR-SEEM TAÍDE

Melões e bifes na ementa

Os bifes e o melões ‘apimentaram’ o último dia da romaria de Nossa Senhora de Porto de Ave, na freguesia de Taíde, Póvoa de Lanhoso que culminou com as celebrações religiosas.
Para abrir o apetite, os melões casca de carvalho fizeram as delícias de muitos que os procuram todos os anos nesta altura. Que o diga Duarte Nuno que vai todos os anos de Famalicão a Porto de Ave, na Póvoa de Lanhoso, vender os seus melões que garante “são os melhores da região”. Duarte levou uma carrinha carregada de melões e “quanto mais tivesse, mais vendia”.
Os bifes do Vitor Fernandes do ‘Fafense’ já fazem parte da romaria. “Já venho cá desde os meus 5 anos com o meu pai. Eu continuei o negócio da carne e da restauração”.
Vitor Fernandes explica que “a tradição que já vem de família é levar o gado para a romaria e o cliente pede para partir a peça antes de ir para o tacho ou para a grelha”. Quanto à qualidade da carne quanto mais velha melhor, assegura o empresário e a preferência recai na carne de vaca ou boi. A forma de confeccionar normalmente é frito com cebolada, como manda a tradição do bife à Porto de Ave.
Jorge - o Campeão vem de S. Torcato e é presença habitual na romaria de Porto de Ave. Intitula-se o feirante mais antigo a percorrer o Minho e “com melhores condições e melhor qualidade na carne e no bacalhau”.
Na montra dos bifes, Jorge destacou o do vazio alto. “É um bife tenrinho, para quem tem os dentes fracos, este bife mastiga-se como marmelada. E só na casa do Campeão é que se encontra este bife”.
Na montra da doçaria, os tradicionais doces de romaria invadem as principais ruas até à igreja de Porto de Ave.
Elisa Ribeiro é da Póvoa de Lanhoso e já confecciona estes tradicionais doces de romaria desde muito pequena, cuja receita aprendeu com a mãe.
Para Elisa a crise também bateu à porta dos doces porque as carteiras estão mais vazias e as pessoas compram menos por causa da diabetes. “Nota-se uma quebra no negócio. Se por um lado as pessoas têm menos dinheiro, por outro as doenças relacionadas com a diabetes, que tem vindo a aumentar, são também uma causa para a quebra no negócio dos doces que é aquilo que eu sei fazer”.