Maria da Fonte homenageado em Vila Nova de Famalicão
Ojornal Maria da Fonte foi um dos órgãos de comunicação social homenageados em Vila Nova de Famalicão, no I Encontro da Imprensa Regional, que reuniu jornalistas, dirigentes, sindicatos e outras entidades em torno do futuro da imprensa local. Recorde-se que o primeiro número do Maria da Fonte data de 3 de Janeiro 1886 e no próximo ano cumpre-se o 130.º aniversário do quinzenário da Póvoa de Lanhoso.A Associação Portuguesa de Imprensa (APImprensa) está empenhada no reconhecimento dos 19 jornais centenários do país como património cultural e imaterial de Portugal, como passo para avançar para o processo de património imaterial da humanidade.
A notícia foi avançada ontem pelo presidente da APImprensa, João Palmeiro, em Vila Nova de Famalicão, no âmbito do I Encontro da Imprensa Regional, onde foram homenageados os jornais centenários onde se inclui o Maria da Fonte, quinzenário da Póvoa de Lanhoso que integra o grupo Arcada Nova, que detém ainda o Correio do Minho e a Rádio Antena Minho.
O jornal português mais antigo é ‘O Açoriano Oriental’, que é publicado desde 18 de Abril de 1835, mas são 19 os que já dobraram o centenário, sempre a escrever, ou pelo menos, quase sempre.
É o caso do jornal ‘Maria da Fonte’ que, por imposição das autoridades, chegou a ser suspenso.
A APImprensa está a preparar o processo para 2016, procurando apurar, neste momento, se avança com 19 títulos.
O presidente da associação explica que há outros títulos centenários, exemplificando com um jornal de Arcos de Valdevez que teve um interregno de quase 40 anos.
Independentemente do número que há-de suportar a candidatura, João Palmeiro defende que “os jornais centenários têm que ser património, não só dos proprietários, mas de todos nós, portugueses, porque neles está um rasto, a memória da história e do pensamento português”.
O primeiro passo para o reconhecimento como património cultural e imaterial foi definir o que é património.
Para o presidente da APImprensa, a base é o desejo da população ter o jornal, ou seja, “o que é imaterial não é o jornal em si, o título, mas o que ele representa, o que ele significa”.
Se somarmos os anos de edição continuada dos jornais centenários portugueses o resultado será duas vezes o tempo que têm a nacionalidade e a língua portuguesa. A conta foi sugerida por João Palmeiro, que apontou esta longevidade como uma mais-valia portuguesa, lembrando que, por exemplo, em França, só existem dois jornais com mais de 100 anos.
Também o director do Jornal de Letras, José Carlos Vasconcelos, que moderou a mesa redonda, assumiu-a como “um património moral que tem de ser salvaguardado”.