Armindo Veloso




  

“A nossa boda sem nós”

Dias antes das eleições legislativas o nosso Presidente da República, Cavaco Silva, esteve nos Estados Unidos a participar em iniciativas da ONU, Organização das Nações Unidas, importantíssimas nos e para os tempos que vivemos e que vamos viver a curto e médio prazo.
Até teve tempo para posar para o boneco com Maria Cavaco Silva e o casal Obama.
Na conferência de imprensa que deu – não tenho ideia se foi mesmo nela ou logo a seguir – disse de uma forma um tanto ou quanto desajeitada, à sua maneira muitas das vezes..., que sabia muito bem o que iria fazer no dia seguinte às eleições. Está tudo na minha cabeça, disse, todas as hipóteses estão devidamente estudadas e claras na minha cabeça, continuou.
Ora, ficamos todos descansados porque por muitos defeitos que tenha e algumas coisas mal geridas que tenham acontecido ao longo destes 20 anos de poder, Cavaco  Silva é um homem de bom senso e com sentido de estado. Apartidáriamente falando não existem dúvidas acerca disso.
Passadas uma horas, mesmo que mais de trinta mas menos de dois dias, Cavaco Silva, o mesmo, diz que não participará nas cerimónias de 5 outubro porque se trata do dia seguinte às eleições e que tem que, digo eu, meditar acerca dos resultados eleitorais e das combinações possíveis daí resultantes.
Por amor de Deus, afinal em que ficamos?!
Se há dia que, sendo feriado ou não, o Presidente da REPÚBLICA tem de participar nas cerimónias é neste. Se discursa mais ou menos; se está mais ou menos tempo; se vai a todas as iniciativas ou não, pouco me interessa mas, agora, não pôr lá os pés no dia do nosso regime quer se goste ou não dele, que tem na figura do Presidente o topo da pirâmide, não lembra ao careca como diz Marcelo Rebelo de Sousa, ó ironia...

Até um dia destes.