EDITORIAL

Armindo Veloso




  

Mãe

Num restaurante em Braga jantava com o meu agregado e dei por mim atento a uma voz, por sinal bem audível.
A maior parte das vezes será falta de educação ouvir ou tentar ouvir a conversa do lado, mas neste caso nem a conversa era pessoal, nem era necessário fazer qualquer esforço para a escutar.
Dizia um senhor, não faço qualquer ideia de quem seja, que o vulcão ‘Etna’, em Itália, neste momento um dos poucos vulcões activos no mundo, emite mais CO2 para a atmosfera por minuto do que toda a cidade de Nova Iorque por dia.
Não tenho conhecimentos científicos para confirmar ou não aqueles números, o que é certo é que o tema despertou-me curiosidade e serviu de mote para uma reflexão com os meus parceiros de mesa.
A ser verdade, e pela aragem parecia que a carruagem trazia sabedoria, a lição que se deve tirar daquela frase é que a Humanidade deverá sem dúvida preservar a Natureza da emissão de dióxido de carbono, CO2, para a atmosfera que provoca, como sabemos, o aquecimento global com as consequências trágicas que já se vão verificando. No entanto, a Mãe Natureza quando se lembra, não há cuidados que lhe valham, ela regula-se e faz de nós bolas de esferovite.
A história conhecida dos tempos do nosso planeta não nos deixam margem para dúvidas. As agressões à mãe natureza podem influenciar epidermicamente, acelerando ou retardando as ‘espreguiçadelas’, mas, quando ela se lembra, quem sabe estará para breve uma lembrançazita, não há nada que nos valha. Lembremo-nos do terramoto de 1755 em Lisboa superiormente recordado  por um programa de uma televisão internacional com o titulo ‘Catástrofes Históricas’. Não é preciso ir mais longe.
Resta-nos, aos ‘omnipotentes’ humanos, uma mãe natureza que com um sopro ou um estremeção nos põe em sentido. Aos que cá vão ficando.
Não seria melhor pensarmos todos nisso, profundamente, para nos deixarmos de uma vez por todas de nos agredirmos e explorarmos uns aos outros?...

Até um dia destes