POVOENSE ANTÓNIO COSTA RELATA OS MOMENTOS DA PRESENÇA NO QUÉNIA

“O momento mais feliz 
foi ver o sorriso das pessoas”

O povoense António Manuel Ribeiro Guimarães Costa, enfermeiro de profissão, foi um dos profissionais do Hospital de Braga que integrou, de 25 de Março a 5 de Abril, uma missão humanitária no Quénia. Prestar cuidados de saúde à população na vila de Migori foi o objectivo da missão. Quatro médicos e três enfermeiros do Hospital de Braga integraram esta missão de carácter voluntário, da organização não-governamental (ONG) KenyaRelief, em Migori, uma pequena vila no interior do Quénia.
Para António Costa, de 33 anos, esta foi a sua primeira missão humanitária. Enfermeiro há 11 anos, António Costa completa também este ano 20 anos como voluntário nos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso. Residente na Póvoa de Lanhoso, desempenha funções no Serviço de Urgência do Hospital de Braga e integra também a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) que está sediada naquela unidade hospitalar.

O que o levou a abraçar a causa do voluntariado. Foi também um incentivo para prosseguir os estudos na área da saúde?
Quando era jovem já tinha o espírito de ajudar o próximo e com 14 anos inscrevi-me nos Bombeiros. Vim pela mão do comandante Lourenço e também já tinha algumas raízes pois o meu pai tinha sido bombeiro na década de 80. Já passaram 20 anos, pude fazer imensa formação na área dos Bombeiros e quando cheguei ao secundário, na altura de decidir, nunca tive dúvidas que a minha opção seria a área da saúde.
Sempre gostei muito e apreciei o trabalho de enfermagem e ingressei nesse curso. Tirei o curso no Porto e sempre com a intenção de, quando terminasse o curso, vir trabalhar para o hospital de Braga, que é o hospital de referência na nossa área. E assim foi. Comecei no Serviço de Pediatria onde estive 5 anos e já estou no Serviço de Urgência há 6 anos. Entretanto, foram surgindo outras oportunidades, como integrar a equipa da VMER, que foi juntar o útil ao agradável. Poder fazer parte de uma equipa diferenciada, como são as equipas de emergência médica do INEM e, ao mesmo tempo, conseguir aliar a enfermagem, que são os meus conhecimentos profissionais, e a outra paixão, que é o voluntariado, os Bombeiros. Tenho vindo a construir o meu percurso profissional. Tenho especialidade e mestrado na área do Doente Crítico e decidi embarcar noutras experiências.

Qual seria o grande sonho em termos de voluntariado?
Tenho o objectivo de um dia poder estar numa missão humanitária num cenário de catástrofe mas isso já são situações que não dependem só de mim, dependem de uma pré-selecção realizada pelo INEM ou pela Autoridade Nacional de Protecção Civil e obedece a alguns requisitos. Tenho trabalhado nesse sentido, tanto nos bombeiros como na minha vida profissional. No Hospital de Braga, também estou ligado ao Plano de Catástrofe do Serviço de Urgência, o que mais uma vez me ‘obriga’ a estar na vanguarda nesta temática. Este ano, surgiu a oportunidade de integrar uma missão humanitária não em cenário de catástrofe mas uma missão numa zona com muitas carências. Assim foi.
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