Porto de Ave

Bifes e melões dão
outro sabor à romaria

Falar da Romaria de Porto d’Ave é falar dos famosos bifes e melões casca de carvalho. Todos os anos a festa atrai centenas de forasteiros à freguesia de Ataíde que, além do vasto e rico programa religioso, tem também oportunidade de provar estas autênticas iguarias cuja fama já ultrapassou as fronteiras desta localidade da Póvoa de Lanhoso.
Aliás, os bifes e melões de casca de carvalho são a face mais visível da festa profana desta romaria que decorreu entre 24 de Agosto e 7 de Setembro.
Depois de uma visita obrigatória ao santuário, os convivas visitam o recinto da festa por estes dias preenchidos com a venda dos tipicos doces da romaria e dos restaurantes que exibem, logo à entrada os famosos bifes.
“Já vendemos mais de cem quilos de bifes”, diz orgulhoso Jorge Campeão, um dos proprietários dos restaurantes presentes na romaria. Campeão orgulha-se também de manter a qualidade que distingue o bife alto do vazio, do vazio baixo ou da chã dos restantes e que atraem, todos os anos, muitos forasteiros à freguesia de Taíde.
“Temos pessoas de todo o lado. Esta é já uma das romaria mais importantes do norte do país”, refere ainda  Jorge Campeão que já participa nesta festa há várias décadas.
Quem não apreciar o famoso bife tem outras alternativas não menos apetitosas:  feijoada ou rojões à moda do minho.
O vinho também não faltou, especialmente o vinho verde da região.
Com tantas iguarias à disposição, a crise ainda não se fez sentir por terras de Taíde. “A crise aqui não existe, pelo menos para já”, prossegue o proprietário.
Quem também não notou a crise foi Victor, outro proprietário de um dos restaurantes instalados no recinto da festa.
Quem chega ao local depara-se com os bifes colocados numa montra frigorífica, peças que espelham bem a qualidade da carne escolhida para servir os visitantes.
“Trouxemos duas vacas, uma com mais de 400 kg e outra com mais de 300Kg”, diz o proprietério deste restaurante que se mostrou satisfeito com a afluência de público, apesar da ameaça do mau tempo.
“Hoje já tivemos que ir buscar mais carne”, refere Vitor que não poupa elogios à qualidade da carne que é servida nas mesas do seu restaurante.
“O que sai bem é o bife do vazio. Esta carne só precisa de sal, mais nada”, diz, acrescentando que as pessoas que procuram o seu espaço não se preocupam em pagar desde que a carne tenha qualidade. Por isso, crise é uma palavra que não faz muito sentido neste meio.
“Para já não sentimos a crise. Onde houver qualidade não há crise”, diz ainda o responsável, acrescentando que apesar do negócio se manter, a confraria deve promover estratégias para cativar mais público à freguesia de Ataíde e “não deixar morrer a tradição”.