Águas Santas

Fábrica de cerveja artesanal 
nasce na antiga escola

Amphora é o nome da cerveja artesanal que, dentro de pouco tempo, passará a ser produzida na antiga escola primária de Águas Santas. As salas de aula vão dar lugar a uma unidade de produção de cer-veja artesanal. O edifício da antiga escola onde, durante décadas, as crianças da fre-guesia aprenderam a ler e escrever, estava desactivado, fruto da construção do Centro Educativo do Cávado, em Monsul, que alberga as crian-ças das dez freguesias do baixo concelho. O espaço estava a degradar-se pelo que a intervenção estende-se ao interior e exterior da antiga escola, assim como ao espaço envolvente, onde funcionava o recreio. O projecto, para além de dar nova vida ao edifício, vai permitir a criação de três postos de trabalho.
As obras no interior são da responsabilidade do promotor do projecto, com a autarquia a assegurar a intervenção no exterior do edifício, nomea-damente a limpeza dos muros e do telhado e a pintura do exterior do edifício.
“Quando nos surgem hipó-teses de instalação de empresas e de criação de postos de trabalho, estamos sempre receptivos e procuramos sempre encontrar as melhores soluções. Esta foi uma delas. Foi ocupar um espaço que estava desactivado e tinha ten-dência a degradar-se mais facilmente estando desactivado”, explicou a vice-presidente e vereadora da Educação, Gabriela Fonseca, no decurso de uma visita às obras que decorrem na antiga escola.

“Maria da Fonte” dá nome a uma das variedades da Amphora
João Palmeira, tem 33 anos, nasceu em Braga e é formado em terapia física. A freguesia que se prepara para receber a fábrica da cerveja Amphora – Águas Santas, é também a freguesia onde residem actualmente os seus pais. O hobbie, e fruto também da situação de desemprego, vai passar a actividade principal. As pesquisas levaram-no a métodos e a receitas antigas de produção de cerveja. Experiência atrás de experiên-cia surgiu a Amphora que foi dada a conhecer aos amigos. O apoio que procurou junto da Câmara Municipal de Braga foi encontrado no concelho vizinho, a Póvoa de La-nhoso. Os contactos com a autarquia surgiram no final de uma sessão alusiva ao empreendedorismo e internacionalização. À Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, junta-se o IAPMEI, Minho Empreende e Adrave.
“Da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso tenho obtido um apoio fantástico. Têm dado um apoio fantástico a este projecto. Se este projecto está na iminência de abrir portas é também graças à câmara municipal, ao IAPMEI, Adrave e Minho Empreende que isto está a acontecer. Para além da minha vontade em fazer algo, estas entidades também têm ajudado”, esclarece João Palmeira.
“Maria da Fonte”, em home-nagem à terra que acolheu o projecto é a quarta variedade da Amphora, juntando-se à Bracara, à Augusta e à Ruber.
“Neste momento, a produção é feita em casa mediante as regulamentações que existem e a lei vigente. Só posso produzir 2500 litros por ano. Aqui, na fábrica, vai ser possível, numa fase inicial de até 4 mil litros por mês”, refere João Palmeira.
Em Julho, num encontro internacional de cerveja artesanal, realizado em caminha, João Palmeira deu a conhecer a Amphora, um passo que lhe trouxe grandes encomendas e uma grande visibilidade.
A partir de agora, a antiga escola primária passa a ter outra função. Uma das salas está transformada em armazém com a unidade de produção a ficar localizada na outra sala.    
“Acho que é um bom exemplo e é por aí que queremos seguir. Estamos com um projecto de empreendedorismo nas escolas. Vamos capacitar professores para trabalhar os alunos também na área do empreendedorismo porque  os jovens têm muito medo de empreender, de inovar, de  criar o seu próprio emprego, por assim dizer”, explicou a vereadora da Educação.