Festas de S. José

Vila encheu-se para ver cortejo 

Depois de largos anos sem se realizar, o cortejo etnográfico regressou às Festas de S. José. No domingo, dia 17, o S. Pedro ajudou à festa e a vila da Póvoa de Lanhoso encheu-se de gente para apreciar os 24 carros alegóricos que integravam o cortejo. Uma verdadeira multidão marcou presença na sede do concelho para acompanhar a passagem do cortejo etnográfico. De máquina fotográfica na mão, muitos dos presentes não deixaram de registar o momento em fotografia, depois de cerca de 20 anos de ausência. O bom tempo, aliado a uma actividade onde a maioria das freguesias do concelho marcou presença, foram os ingredientes para o sucesso do cortejo etnográfico.
Dar a conhecer a identidade das freguesias, as tradições do mundo rural e a história das Terras da Maria da Fonte foi um dos objectivos da iniciativa, promovida pela Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso.
O ‘Castelo de Lanhoso’ foi o primeiro carro a abrir o desfile, com a encenação do Tratado de Lanhoso. Ali, o público apreciou o confronto entre D. Teresa e a irmã, D. Urraca de Castela.
O lenhador, o ferreiro, o trabalho na pedra, as tecedeiras e a filigrana foram alguns dos temas trazidos ao cortejo etnográfico, dando a conhecer algumas das actividades características das freguesias do concelho da Póvoa de Lanhoso, onde não faltou também a matança do porco, a taberna e o fabrico do pão. O Pelourinho, local onde eram punidos e expostos os criminosos foi trazido ao desfile pela freguesia de Monsul. Os presépios imagem de marca da freguesia de Garfe não foram esquecidos e integraram o carro alegórico daquela freguesia.  A revolta das mulheres, encenando a revolução da Maria da Fonte veio novamente a público, trazida pelas gentes de Fontarcada. Ali, os presentes puderam apreciar a rebelião das mulheres contra a proibição do enterramento nas igrejas. “Isto é muito bom, sobretudo para o comércio, pois traz muita gente à vila. Estou a gostar de tudo e só tenho pena que não estejam presentes todas as freguesias. Gostei de ver a matança do porco”, disse Alberto Silva, residente em S. Martinho do Campo, que espera que esta iniciativa se repita nos próximos anos.
Também residente em S. Martinho do Campo, Joaquim de Oliveira Queirós queixava-se da dificuldade de apreciar o desfile, devido ao aglomerar de pessoas. “Isto é o que era o que se fazia há alguns anos atrás. Devia manter-se pois dá mais vida às festas”, disse.