Serviço para a promoção da Igualdade de Género

Vítimas de Violência Doméstica mais apoiadas

A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso tem em funcionamento um serviço tido como pioneiro no país. O SIGO – Serviço para a promoção da Igualdade de Género é considerado como um exemplo a seguir e está a ser replicado no país e no estrangeiro, nomeadamente em Espanha. Dar uma resposta mais eficaz às vítimas de violência doméstica e de género é um dos objectivos do SIGO, uma resposta criada pela Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso.
O SIGO reúne à sua volta um conjunto diversificado de parceiros, com intervenção e responsabilidades sociais e o trabalho em rede marca o modo de actuação deste serviço. À Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso junta-se o Ministério Público da Comarca da Pó-voa de Lanhoso, Guarda Nacional Republicana da Póvoa de Lanhoso, Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ), Centro Distrital de Segurança Social de Braga, Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso, Agrupamento dos Centros de Saúde (ACES – Gerês / Cabreira), Associação para o Desenvolvimento Social da Póvoa de Lanhoso – “Em Diálogo”, Casa de Trabalho de Fontarcada, Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso e várias IPSS’s do concelho.
O SIGO encontra-se em funcionamento na Avenida 25 de Abril, junto ao Banco do Voluntariado. O atendimento é permanente e sigiloso, sendo dado acompanhamento e informação às vítimas de violência doméstica. A denúncia ou o pedido de ajuda pode ser feito através do número 961 586 244 ou sigo@mun-planhoso.pt
“Conseguimos reunir sinergias e sem muitos custos conseguimos rentabilizar os recursos que já existiam. Daí a importância de todos os parceiros”, esclarece Carla melo, técnica afecta ao SIGO e que faz o acompanhamento às vítimas de violência doméstica.
Depois dos inquéritos realizados em 2010, com entrevistas às vítimas de violência doméstica, verificou-se a necessidade da criação do serviço.
O acompanhamento às vítimas é dado durante todo o processo por Carla Melo, do SIGO. Para o sucesso desta resposta contribui o empenho e a colaboração das entidades parceiras,  existindo locais sigilosos para albergar as vítimas de violência.
“Por norma não podemos dizer que uma vítima é apenas vítima de uma só tipo de violência. Eu costumo dizer, mas essa é a minha opinião pessoal, que quando há agressão física a violência verbal e psicológica já existe”, esclarece Carla Melo.
“É importante desmistificar. Muitas das vítimas não se identificam como vítimas de violência psicológica. Só quando lhes batem é que percebem que são vítimas de violência doméstica porque é violência física. Uma vítima não é só vítima quando lhe batem”, elucida Carla Melo, alertando ainda para os casos de violência sexual.
“Temos muitos casos nos quais a vítima está desempregada mas temos casos em que a vítima é profissionalmente activa e autónoma. Faz-nos contrariar algo que é dito, que as mulheres aguentam porque estão economicamente dependentes do marido. Temos um número de vítimas que estão desempregadas e ainda assim denunciaram”, esclarece.
Ao longo destes meses, mulheres e filhos pernoitaram 70 noites em instituições do concelho e foram servidas mais de 200 refeições.