Mo passado dia 8 de Outubro

Desfolhada uniu idoso

Ao som de “Ó Rosa arredonda a saia” e de outras cantigas populares, cerca de 50 utentes dos centros de convívio de Fontarcada, Vilela e Esperança participaram, na tarde de segunda-feira, dia 8 de Outubro, numa desfolhada à antiga. As cantigas trouxeram alegria ao trabalho no campo e animaram uma das actividades mais emblemáticas da vida rural – a desfolhada.
O lugar de Santa Luzia, em Fontarcada, acolheu a iniciativa. Os mais velhos deram o exemplo e participaram na desfolhada, onde não faltaram as concertinas, com a presença do Duarte e do Fininho. Fátima Moreira, vereadora da Acção Social da Câmara Municipal, e António Pereira, presidente da Junta de Freguesia de Fontarcada, participaram na festa.
Reavivar e preservar tradições, fazer reviver e relembrar os costumes do passado e proporcionar momentos de confraternização, convívio e diversão entre as pessoas idosas participantes foi o objectivo desta actividade promovida pela Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, em parceria com o Centro de Convívio de Fontarcada.
“Gostei muito desta iniciativa e gostei que nos trouxes-sem para o campo. Dá vontade de cantar, de rir, é diferente. Esta experiência é muito boa”, referiu Odete Amaral que, depois de mais de 30 anos por Lisboa, regressou há 14 anos há sua terra natal, a freguesia de Esperança.
“Acho que é bom existirem iniciativas como esta que proporcionam momentos de convívio entre estas pessoas, algumas com as quais andei na escola”, referiu ainda Odete Amaral.
Acho que é bom, é uma oportunidade para recordar o tempo antigo. Antigamente, era melhor. Começava-se de manhã e levava-se o farnel para o campo. A desfolhada era feita no campo e depois traziam-se as espigas para a eira. Eram tempos muito alegres. Estava-se sempre a cantar”, recorda Alberto Pereira, utente dos centros de convívio de Esperança e Vilela.
A opinião era também partilhada por Alzira Vieira. “Adoro este convívio. Antigamente, era uma alegria. Comíamos uma fatia de pão, com uma sardinha em cima e bebíamos água-pé. Ajudávamos os vizinhos. As desfolhadas prolongavam-se até à meia-noite. Era uma borga porque no final havia sempre dança”, explica Alzira Vieira.
Maria da Graça Araújo recorda os tempos passados, revelando que as desfolhadas, para além de se ajudar os vizinhos, era uma forma de terem alguma liberdade. Nesses momentos, os pais permitiam que se ausentassem até mais tarde. “Eram os divertimentos que tinham. Nós até nos oferecíamos para ajudar pois eram momentos que tínhamos para nos divertirmos”, dá conta Maria da Graça Araújo.
No final, os mais velhos foram presenteados com um lanche, onde não faltou a sardinha frita para recordar os tempos passados.