Jovem de Travassos estreia-se na escrita

‘O céu e o inferno’ 
de Sérgio Branco

A escrita surgiu na sua vida como uma brincadeira e uma forma de libertação. Com apenas 17 anos, Sérgio Branco, residente em Travassos, apresenta, no dia 21 de Setembro, às 18.30 horas, na Livraria Centésima Página, em Braga, a sua primeira obra: “O Céu e o Inferno”.
O ‘Maria da Fonte’ conversou com o jovem autor e ficou a conhecer um pouco da sua vida e da sua primeira obra.
Maria da Fonte - Como surgiu a escrita na tua vida?
Sérgio Branco - A escrita surgiu como uma brincadeira e uma forma de libertação. Apercebi-me muito cedo que, em Portugal, apesar do 25 de Abril não se pode andar por aí a falar à boca cheia mas a-percebi-me que, numa história bem contada, se podem colocar muitas críticas subtis às quais as pessoas acham   piada e não levam tanto a peito. Assim, aos 15 anos surgiu-me a vontade de fazer algo diferente, pensei numa história e comecei a escrever.
MF - Qual é a história que pretendes transmitir aos leitores.
SB - O livro chama-se ‘O Céu e o Inferno’ e possui o subtítulo de ‘O Erguer das Trevas’. Tem uma epígrafe inicial ‘Só nos tornamos heróis no dia em que uma derrota seja a porta para uma nova vitória’. O livro é o início de uma história de três jovens que se vêem a par com uma eminente guerra e o despertar de uma irmandade antiga. As personagens durante toda a história têm de aprender a lidar entre eles com as suas divergências, e aprender a confiar uns nos outros.
O meu objectivo com esta história é demonstrar às pessoas que ninguém escolhe ser herói, que é algo que acontece e que, ao contrário do que nos demonstram as outras histórias, para se ser herói é preciso perder muito e é preciso saber-se sofrer e, claro, no meio de tanto sofrimento nunca haverá ninguém a dar o devido valor... Mas o restante terá de ser o leitor a desfolhar as páginas para descobrir.
MF - Que estilo de escrita mais gostas?
SB - Sou muito aprimorado com a prosa, mas a poesia também me despertou sempre grande interesse. Na prosa o meu género prende-se ao romance. Gosto de fazer algo corrido, com paragens apenas quando acho necessárias, para tentar dar ao texto aquela sensação de realidade.
MF - Com que escritor mais te identificas?
SB - Será um pouco complicado escolher qual o escritor com qual mais me identifico. Um dos escritores, com o qual me identifico é, sem dúvida, a J. K. Rowling que fez um óptimo trabalho ao criar a saga de Harry Potter, que fez grande parte da minha infância e adolescência. Depois e mais importante temos José Saramago, escritores com estilos e maneiras muito distintas, mas acho que se queremos cativar a leitura o leitor tem de ler algo que não seja monótono para que não se torne aborrecido. Agora o porquê de me identificar com eles? Com J. K. Rowling foi porque conseguiu criar uma saga como há muito era ne-cessário ter sido criada. José Saramago, não obstante claro de ter sido Nobel da literatura mas por ter criado um estilo de escrita genial, muito diferente do habitual que estamos sempre a ler.
MF - Qual o livro que mais te marcou até ao momento?
SB – O livro que mais me marcou até ao momento foi o “Intermitências da Morte” de José Saramago. Ainda o li recentemente mas dá-nos uma visão muito complexa de como funciona a morte verdadeiramente, não a ideia de morrermos, mas como o facto de ser um caos ainda maior não haver morte do que aquilo que se imagina.
MF - Como tem sido a reacção da família e amigos?
SB - Os meus pais reagiram de uma forma bastante positiva, como penso que qualquer pai iria reagir. Começaram logo por ficar orgulhosos por verem que o trabalho que eu tinha desenvolvido tinha dado frutos. Os meus amigos partilharam a mesma alegria comigo. Têm sido reacções muito boas por parte de todos.
MF -  Qual a profissão que gostarias de seguir?
SB - Nunca fui muito bom a decidir ao certo qual a profissão que queria seguir. Todavia acabei por me interessar pelas tecnologias e como tal gostaria de ter um futuro como engenheiro electrónico.