“A nossa prioridade são as pessoas”

MF - Na Assembleia Municipal, a oposição aponta o dedo ao executivo municipal, nomeadamente quanto à alteração das prioridades e das grandes obras, referindo que não existe um rumo definido. Que comentário lhe merece tais críticas?
MB- Com o devido respeito, estou mais preocupado em conseguir atrair empresas para o concelho do que com as críticas da oposição. Cada um faz o seu papel que a democracia lhe permite. Mas não posso deixar de considerar interessante esta postura do PS… Nós estamos a alterar projectos não por falta de rumo, mas sim porque o Governo socialista do engenheiro Sócrates deixou o país à beira da bancarrota. Foi aprovado um plano de austeridade que foi assinado pelos socialistas e agora nós é que não temos rumo… Era bom que houvesse memória e sentido de responsabilidade.

MF - A ausência de obras em algumas freguesias foi referida, pelos elementos do PS, na última Assembleia Municipal. Torna-se difícil atender a todas as necessidades?
MB- Qualquer presidente de Câmara gostava de responder positivamente a todos os pedidos e a todas as ambições dos senhores presidentes de Junta. Mas isso não é possível, porque o nosso orçamento é limitado como os das Juntas de Freguesia. Mas quero deixar bem claro que os investimentos efectuados pela autarquia nas freguesias têm sido feitos com critérios objectivos e, ao longo destes seis anos, fizemos obras em todas elas. Aliás, sempre que necessário, como aconteceu recentemente em situações de emergência provocadas pelo mau tempo, nós actuamos de imediato como foi o caso das freguesias de Ferreiros e de Geraz do Minho. Os presidentes de Junta têm de perceber que também nas freguesias a realidade mudou e que têm de redefinir as suas prioridades. Vamos requalificar os centros cívicos onde for possível. Não deixaremos de apoiar o alargamento dos cemitérios. E estaremos atentos às acessibilidades…Mas não haja ilusões. A austeridade afecta-nos a todos. A nossa prioridade são as pessoas e os seus principais problemas. Disso não abdico. Não podemos falhar no acesso à educação, no pagamento dos transportes escolares, no apoio às famílias que estão desempregadas através do subsídio de apoio à renda de casa. Enfim, temos de responder ao essencial com a ajuda dos presidentes de Junta pois estes povoenses que apoiamos vivem nas freguesias.

MF - Já por várias vezes referiu que uma das prioridades é a captação de novas empresas. O que tem sido feito a este nível?
MB – Esse é um trabalho que tem dado bons frutos. Como disse anteriormente, sem emprego não há desenvolvimento nem bem-estar das famílias. Por isso, temos estancado a subida do desemprego através do apoio que fizemos a várias empresas para se instalarem no concelho. Quer no Parque Industrial de Mirão quer no de Fontarcada estão a instalar-se novas empresas que têm gerado muitos postos de trabalho. Aliás, neste momento, em Fontarcada, toda a área disponível, cerca de 35 mil metros quadrados está ocupada e, em Mirão, 75% dos pavilhões já têm empresas. Hoje mesmo, no dia que dou esta entrevista, tenho uma reunião com uma empresa de transportes que temos incentivado a instalar aqui a sua sede. Se a reunião correr como espero, vamos conseguir ter mais uma empresa em Mirão. É um trabalho discreto, mas com resultados muito positivos. Para mim, não há nada mais gratificante do que conseguir resolver os problemas das famílias através da criação de emprego. Quando visito estas empresas fico emocionado, pois sei bem a importância daqueles postos de trabalho.