Taíde


“A verdadeira dívida é o amor”

A missa em honra de Nossa Senhora do Porto d’Ave e a majestosa procissão, no domingo, dia 4 de Setembro, foram dois dos pontos altos da Romaria de Nossa Senhora do Porto d’Ave, realizada na freguesia de Taíde. Num momento de grande fé, muitos devotos de Nossa Senhora do Porto d’Ave deslocaram-se ao santuário mariano para cumprir as suas promessas e assistir aos momentos religiosos que integraram aquela romaria. Iniciada a 27 de Agosto, a romaria de Nossa Senhora do Porto d’Ave teve o seu culminar no domingo, dia 4. Durante os vários dias, a fé e a devoção a Nossa Senhora trouxe a Porto d’Ave milhares de devotos, vindos de vários pontos da região.
No domingo, e logo pela manhã, os fiéis cumpriam as suas promessas em volta do santuário, alguns deles de joelhos e transportando objectos em cera. Ao recinto, foram chegando alguns romeiros que realizaram a viagem a pé desde outras freguesias do concelho e de outros concelhos vizinhos.
Cumpridas as promessas, os fiéis marcaram presença na missa em Honra de Nossa Senhora do Porto d’Ave, presidida pelo bispo-auxiliar de Braga, D. António Couto.
Pegando na liturgia da palavra, o bispo-auxiliar de Braga alertou para a responsabilidade de cada um de nós perante os Irmãos que nos rodeiam. Das suas palavras, sobressaiu a necessidade de manter os corações abertos para ajudar, orientar e auxiliar os outros.
“Somos mais ou menos assim, capazes de humilhar, capazes de desprezar, capazes de abandonar os nossos irmãos, talvez, quando eles mais precisam de nós”, referiu D. António Couto.
“Nunca abandoneis ninguém, nunca rejeiteis ninguém, nunca ponhais ninguém de lado, nunca humilheis ninguém”, alertou o bispo-auxiliar de Braga.
“Irmãos, tendes uma grande dívida uns para com os outros”, revelou D. António Couto, pegando nas palavras de S. Paulo.
“De dívida nós percebemos todos nos tempos em que estamos. Mas, não é de euros, nem de dólares, nem de ouro. Somos todos devedores de amor uns para com os outros. A nossa dívida, a nossa dívida mais funda e a nossa dívida verdadeira é o amor. Estamos sempre a dever o amor uns aos outros. Felizmente, nunca conseguiremos saldar esta dívida. Poderemos saldar a dívida de euros ou de dólares mas, felizmente, nunca saldaremos a dívida do amor que devemos ao nosso irmão”, destacou D. António Couto. “É bom que sintamos isso: que eu te devo o amor e que tu me deves o amor e que nós somos devedores do amor uns para com os outros. Quando tivermos esta sensibilidade, esta maneira de abrir o coração e de ver de maneira diferente nós saberemos entender também o mundo de forma diferente”, disse ainda D. António Couto que, no decurso da homilia, incentivou os cristãos a serem verdadeiros sentinelas para ajudar as pessoas, dando as melhores orientações para a sua vida e os seus corações.