Mau arranque no campeonato
Dois jogos, duas vitórias, 10 golos marcados, zero sofridos, eis o cartão de visita do Santa Maria neste início de temporada. Depois dos 6-0 na primeira eliminatória da Taça de Portugal, a equipa barcelense deu ontem quatro bolas a zero ao Maria da Fonte, na Póvoa de Lanhoso, na primeira jornada do campeonato nacional da III Divisão. E o jogo não podía ter começado da melhor maneira para os barcelenses, que inauguraram o marcador logo aos dois minutos, com Lamosa a aproveitar um erro colossal do central povoense para fazer um chapéu a Salguei-ro. A equipa marifontista acusou um pouco o golpe sofrido a sangue frio, e mais pressionantes e agressivos, o Santa Maria aproveitou para construir rapidamente o segundo golo, à passagem do minuto 12, na transformação de uma grande penalidade bem assinalada, convertida por Hugo Veiga, a castigar um derrube de Pikuá sobre Joel dentro da área.
Dois socos rápidos e eficazes da equipa do Santa Maria a levar o Maria da Fonte ao tapete que nunca mais se levantou, pelo menos com confiança para inverter totalmente o rumo dos acontecimentos. Ainda assim, os marifontistas reagiram e deram um ar da sua graça até ao intervalo, desperdiçando três boas ocasiões para reduzir o marca-dor e relançar a discussão. Aos 16 minutos, Ruizinho, solto na área e na cara de Fábio, atirou ao lado no primeiro lance de perigo no jogo dos locais. As mais flagrantes aconteceram já nos minutos finais do primeiro tempo, aos 43 e 45, ambas desperdiça-das, à boca da baliza do Santa Maria, pelo médio Tó. Na primeira chegou um tudo-nada atrasado ao cruzamento mortífero de Rui Abreu, e na segunda viu um defesa barcelense tirar-lhe o pão a boca após um passe subtil de Diogo...
Dois a zero ao intervalo já era, sem dúvida, números confortá-veis para o Santa Maria, uma equipa que se apresentou muito bem trabalhada e confiante na Póvoa de Lanhoso nesta jornada inagural do campeonato, mas ao segundo minuto da segunda par-te ficou tudo ainda mais fácil para os visitantes num contra- ataque rápido, letal e estonteante, concluído de forma eficaz por Joel. Era o xeque-mate no jogo. Os responsáveis do Maria da Fonte ainda reclamaram fora de jogo neste lance, mas benefício da dúvida para a arbitragem, numa jogada extremamente rápida.
A partir daqui, e com toda a segunda parte para se jogar, a partida perdeu praticamente o interesse, resumindo-se a uma luta de honra. O Santa Maria, tranquilo, e explanar toda a qualidade do seu futebol rendilhado na busca de mais golos, e o Maria da Fonte, ferido no orgulho, a cerrar os dentes em busca do tento de honra. Acabou, mais uma vez, por sobressair o melhor jogo barcelense, que aos 69 minutos, fizeram o quarto golo, naquela que foi a melhor jogada de todo o desafio. Lance ao primeiro toque, com a bola a passar por vários jogadores do Santa Maria até chegar à linha do fundo onde o lateral direito Mário cruzou tenso para o coração da pequena área para o bis de Joel. Mais uma vez, ficaram neste lance à vista desarmada as fragilidades defensivas do conjunto do Maria da Fonte, uma explicações pela derrota. Não obstante os erros de palmatória dos marifontistas, o Santa Maria revelou-se superior e venceu com toda a justiça.
Arbitragem também ainda em início de época, mas sem nenhuma influência no resultado.
Artur Correia (treinador do M.ª Fonte)
“Sim, é um arranque em falso da nossa parte. Já esperávamos um jogo complicado, mas entrámos mal no jogo e quando ao minuto dois se comete um erro infantil que já não se usa, as coisas complicam-se ainda mais. E aos 11 minutos já perdíamos por 2-0, com novo erro defensivo, que deu um penálti que não vou discutir se é ou não é. Pronto, mas é futebol, perdemos o jogo e perdemos bem”.