Clube de Adopção e Protecção de Animais


Animais precisam da sua ajuda

O Lelo, o Orelhas, o Sebastião, o Brown, o Artur, a Mimi, a Cigana e a Holly são alguns dos cães que se encontram no Canil Municipal e que esperam por um novo dono que lhes dê o carinho e a atenção que não tiveram até serem recebidos pelo CAPA – Clube de Adopção e Protecção de Animais, que gere aquele espaço municipal. Com o seu olhar meigo, estes amigos de quatro patas procuram alguém que os acolha e que lhes dê uma nova oportunidade.
Actualmente, o Canil Municipal acolhe cerca de 40 cães, entre machos e fêmeas, repartidos pelas 12 boxes. Aos voluntários do CAPA cabe a tarefa de limpeza do espaço e alimentação dos animais. Sandrina Oliveira é um dos elementos que integra a equipa do CAPA. Natural de Guimarães, e a residir actualmente em Braga, Sandrina Oliveira despende de parte do seu tempo livre para ajudar os amigos de quatro patas. Evitar o abate e encontrar novos donos para os animais do canil é um dos objectivos da equipa do Clube de Adopção e Protecção de Animais. A cidade de Guimarães é um dos locais onde a população é mais receptiva e onde o número de adopções é superior. Por esse facto, aquela cidade tem sido o local escolhido para a realização das campanhas de adopção.
“Há pessoas que vêem o animal como um objecto, que se encontra acorrentado a um metro de corrente. Achamos que essas não são condições dignas para ter um animal.
O animal tem que correr, tem que brincar e conviver com as pessoas. Já por isso, é um animal de companhia e não um objecto preso a uma corrente”, elucida Sandrina Oliveira, revelando que uma das missões do CAPA é a de mudar as mentalidades.
“Os nossos animais são animais que já passaram por muito. Muitos deles chegam maltratados e aleijados. Com o nosso esforço, tentamos tratá-los e tentamos socializá-los. Alguns são animais que nasceram no monte, conviveram com poucas pessoas e alguns deles terão sido maltratados. Chegam cá com problemas e tentamos socializá-los e prepará-los para uma futura adopção”, explica Sandrina Oliveira.

Animais chegam maltratados
“Temos alguns que chegaram maltratados. O Jumbo é um cão que chegou ao canil em Janeiro. É um cão com traumas, é um cão complicado, com problemas e com quem é difícil lidar. Estamos a tentar fazer um treino específico. O objectivo é fazer um curso de obediência. Tem cerca de três anos e foi deixado acorrentado à porta do canil. É um cão que não é sociável com outros, É muito ciumento e tem um temperamento bastante complicado. Chegou a ser adoptado para uma senhora e sem querer, na tentativa de chamar a atenção, acabou por a mordiscar”, explica Sandrina Oliveira.
Mais sorte teve o Barbas, um cão recolhido por umas pessoas na vila da Póvoa de Lanhoso. “Tinha a pata partida e tinha chip mas não estava registado. Esteve connosco quase um ano e foi adoptado há cerca de um mês e foi para a Bélgica. Já temos fotografias dele”, dá conta Sandrina Oliveira.
Para além da recolha feita pelos serviços camarários, alguns dos animais são aturados para o interior do canil e muitas vezes são deixados acorrentados no local.
“No sentido de não abater, tentamos juntar animais, o que não é fácil tendo em conta os seus temperamentos. Colocamos um macho por box e depois várias fêmeas. Tal situação é possível porque esterilizamos as fêmeas”, revela Sandrina Oliveira.