No centenário da sua morte


Barbosa e Castro recordado
A realização de uma missa, com visita ao cemitério, e de uma palestra foram as actividades que marcaram, nos dias 12 e 16 de Março, a passagem do centenário da morte de Barbosa e Castro, numa organização da paróquia de Nossa Senhora do Amparo e Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso.
“A Eucaristia para nós é essencialmente um momento de acção de graças. Estamos aqui para recordar um grande benemérito desta comunidade que terá construído a expensas suas esta igreja”, disse D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz de Braga, que presidiu à missa, realizada no dia 12, que assinalou a passagem do centenário da morte de Barbosa e Castro.
Incentivando à partilha e ao contributo de todos, D. Jorge Ortiga alertou para a necessidade de “se construir uma Igreja que não se contente com o cumprimento de algumas obrigações”.
“Há pessoas que nunca faltaram a uma missa de domingo mas de cristãos têm muito poucos”, disse o Arcebispo Primaz de Braga que no seu discurso apelou ao sentido da Quaresma, com vivência particular da palavra e ao dever de construir a Igreja como comunidade.

Arcebispo alertou para a necessidade de uma nova Igreja
No final da homilia, D. Jorge Ortiga alertou para a necessidade de construção de uma nova Igreja na sede do concelho. Deixando um apelo aos presentes, o responsável da Diocese de Braga recordou a urgência de se construir uma nova igreja, projectando-se “um espaço com dignidade de uma igreja e não com as dimensões de uma capela”. Tal projecto, e de acordo com o Arcebispo Primaz de Braga, exige generosidade.
No seu discurso, o responsável máximo da Diocese de Braga incentivou ao aparecimento de novos beneméritos.

Palestra a cargo do padre Magalhães dos Santos
“Barbosa e Castro foi um dos grandes beneméritos que a Póvoa de Lanhoso conheceu. Ao longo da sua história, tão grande, podemos dizer que só ter sido ultrapassado na sua dádiva à terra que lhe serviu de berço, pela grandiosa obra de António Lopes”, explicou o padre Magalhães dos Santos, dando conta de que Manuel Joaquim Barbosa e Castro nasceu na freguesia de Lanhoso, em 1820. Filho de pequenos proprietários, do lugar de S. Pedro, Barbosa e Castro partiu para o Brasil ainda jovem.
No decurso da palestra, o padre Magalhães dos Santos fez alusão à vida de Barbosa e Castro, por Terras de Vera Cruz, assim como ao regresso à terra que o viu nascer.
O Campo das Lourenças de Baixo, onde Barbosa e Castro, o Senhor da Casa da Botica, mandou erguer a Capela de Nossa Senhora do Amparo, foi adquirido por 230 mil réis.
O empenho de Barbosa e Castro nos vários melhoramentos locais e a dedicação aos pobres foi também destacado ao longo da palestra.
“O que imortalizou e gravou o seu nome a ouro nas terras de Lanhoso foi a construção da Capela do Amparo, hoje Igreja Matriz da nossa vila”, disse o padre Magalhães dos Santos.
“Barbosa e Castro mandou-a construir com a melhor da intenções, para o bem espiritual do seu semelhante e para servir as gentes da sua terra natal”, explicou Magalhães dos Santos. Iniciada em 1874, a capela veio a ficar concluída em 1882, ficando por todos conhecida como a capela de Barbosa e Castro.
Manuel Joaquim Barbosa e Castro faleceu a 16 de Março de 1911. A notícia da sua morte mereceu grande destaque no “Maria da Fonte” que, na primeira página da edição de 2 de Abril de 1911, destacava o carácter honrado e digno do grande benemérito.