Destaca vereadora Gabriela Fonseca


Centro Educativo de Monsul
é a marca do novo ano escolar

O ano lectivo que agora se inicia fica marcado pela inauguração do Centro Educativo do Cávado, em Monsul, cuja cerimónia está agendada para o dia 25 de Setembro, e irá abranger as dez freguesias do baixo concelho. O “Maria da Fonte” conversou com Gabriela Fonseca, responsável pelo Pelouro da Educação da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso. O estado da educação no concelho, o apoio social escolar concedido pela autarquia e a concretização da carta educativa foram alguns dos assuntos abordados ao longo da entrevista com a responsável do pelouro da Educação.

Maria da Fonte - O novo ano escolar conta com um novo centro educativo, localizado na freguesia de Monsul. Fale-nos um pouco desta estrutura.
Gabriela Fonseca - Naturalmente que o baixo concelho é uma área territorial um pouco desfavorecida, com freguesias muito pequenas e algumas delas mais isoladas. Os alunos vão sentir a diferença, pela positiva, com esta mudança. Para além de ser uma escola com todas as valências necessárias, como a cantina, cozinha, sala das novas tecnologias, quadros interactivos, biblioteca, recreio coberto e descoberto, com equipamento infantil, entre outros, é um edifício que está muito bem concebido, que está muito bonito, moderno e funcional. Os alunos vão sentir-se muito bem neste novo equipamento escolar. Mesmo a nível pedagógico e de socialização os benefícios são enormes, pois cada turma terá apenas um ano de escolaridade e vão ter a possibilidade de fazer novas amizades, de partilhar experiências e vivências diferentes com as crianças das freguesias que compõem este centro escolar.
Mesmo alguns pais, que às vezes estejam mais reticentes pelo facto de fechar a escola da sua freguesia, vão valorizar aqueles aspectos e considerar que valeu a pena a mudança. Pedagogicamente, não faz sentido ter, por exemplo, uma turma com os quatro anos de escolaridade. Deste modo, os alunos saem, necessariamente prejudicados e o objectivo é melhorar o rendimento escolar e sucesso educativo das crianças do concelho, e desta zona geográfica em particular.

MF - Qual tem sido a reacção da população do baixo concelho a estas mudanças?
GF – Já tinham encerrado quatro escolas e este ano vão encerrar mais seis. Por exemplo, a escola de Águas Santas que só tinha 16 alunos, alguns dos quais da freguesia de S. João de Rei, só não encerrou, no ano transacto, porque não havia escolas de acolhimento para albergar os seus alunos, porque o centro educativo já estava previsto na carta educativa e já estava em construção. Desse modo, a DREN aceitou que a escola se mantivesse aberta mais um ano. A escola de acolhimento seria a de Monsul mas a mesma não tinha, no ano transacto, capacidade para acolher esses mesmos alunos e Centro Educativo não tem nada a ver com a realidade das nossas escolas do 1.º ciclo. Nas outras quatro escolas, já encerradas, a situação foi pacífica. Por ocasião da elaboração da carta educativa convidamos a população das dez freguesias do baixo concelho, conversamos com os pais e explicamos a necessidade de reordenamento da rede escolar e o benefício, em termos pedagógicos e físicos, desta nova realidade. Esta situação é quase como uma imposição do Ministério da Educação, embora digam que a autarquia tem que estar de acordo.Isto não se verifica apenas na educação. Vejamos o que está a acontecer na saúde e que a breve prazo abrangerá também os tribunais.Temos que reordenar pois se entenderem fechar, fecham mesmo, quer seja na educação ou na saúde. E é bom que estejamos devidamente preparados e equipados. Neste momento, não tenho qualquer indicação de que haja reacções negativas. Fomos às escolas, falamos com os professores, com os auxiliares e com os alunos. Os mais pequenos estavam entusiasmados, sabiam onde ficava o novo centro escolar, já tinham visto a obra a nascer e a crescer e estavam muito expectantes, relativamente a este novo equipamento.
É natural que alguns pais tenham algumas reservas, nomeadamente em relação ao transporte, mas tudo está a ser pensado e acautelado. Estamos a falar de distâncias relativamente pequenas, de viagens de meia dúzia de quilómetros. Depois de visitarem o centro educativo, verificam que está ali um equipamento de muita qualidade e que será uma mais-valia quer para os alunos quer para a população do baixo concelho, mormente quando estiver construído o pavilhão gimnodesportivo.

MF - Uma das escolas que encerrou, a de Friande, foi convertida em Centro de Convívio. A esta, segue-se a de S. João de Rei. Já há algum projecto para as restantes?
GF – Vai ser estudado caso a caso. Não é nossa pretensão fazer centros de convívio em todas as freguesias pois para além de dispendioso pode não se justificar, poderemos não ter um número de aderentes que o justifique. A opção pode passar por fazer um centro de convívio que agregue duas ou três freguesias. No caso de Ajude, o edifício escolar será convertido em habitação social e em Verim o edifício passará a ser a sede do rancho folclórico local. No caso de Moure o edifício foi cedido à Junta de Freguesia para lá instalar postos de internet. Os edifícios não vão ficar desactivados, vão ter novamente vida. Vão ser novamente ocupados e rentabilizados...