Frederico Castro, deputado na Assembleia da República


“Os deputados deveriam estar mais presentes no seu círculo eleitoral”
A Póvoa de Lanhoso conta, desde Outubro de 2009, com um representante na Assembleia da República. Depois de coordenar a Juventude Socialista, Frederico Castro partiu para um novo desafio, integrando as listas à Assembleia da República, pelo distrito de Braga.

Maria da Fonte - Como está a ser esta nova experiência como deputado da Assembleia de República?
Frederico Castro - Tem sido extremamente interessante e estimulante a oportunidade de estar na Assembleia da República e participar dos momentos de reflexão e decisão tanto no seio do nosso grupo parlamentar como nos debates no hemiciclo, poder sentir que as coisas acontecem por intervenção directa da nossa acção significa intervir no eixo central do funcionamento da nossa democracia, e não há nada mais gratificante para alguém que está na política do que sentir que é útil e que a sua acção serve para mudar para melhor a vida das pessoas. Mas é também acima de tudo, uma responsabilidade muito grande, uma missão para a qual estou profundamente motivado e decidido a dar o meu melhor. É para isso que trabalho todos os dias e é nisso que concentro a minha intervenção e atenção.

MF - Qual o trabalho desempenhado por um deputado na AR?
FC - Um deputado tem desde logo um papel muito activo nas comissões parlamentares em que está directamente envolvido, no meu caso a Comissão de Ambiente, Ordenamento de Território e Poder Local, e a Comissão de Educação. Grande parte dos assuntos debatidos no hemiciclo são pré-abordados nas comissões, o nosso trabalho nas comissões parlamentares ajuda-nos a estarmos melhor preparados para o debate parlamentar, mas também as petições que dão frequentemente entrada nas Comissões são alvo de análises, audições e relatórios. Por exemplo, neste momento sou relator de um assunto relacionado com a intenção de habitantes de duas freguesias de Barcelos, Vila Seca e Milhazes, quererem pedir a suspensão da exploração de caulino nas suas freguesias, tendo apresentado uma petição na AR para ser analisada pela Comissão. Neste tipo de casos cabe-nos ouvir os autores da petição, visitar o local se possível, neste caso já lá fui três vezes, e por fim apresentar um rela-tório final. Mas também temos reuniões de trabalho no seio do grupo parlamentar no sentido de analisar os debates nos quais vamos estar envolvidos em cada semana e tomarmos decisões no que diz respeito tanto à nossa agenda no que toca à iniciativa legislativa, como a tomada de posição do nosso Grupo Parlamentar no que diz respeito às iniciativas legislativas dos outros grupos parlamentares. Depois existe um conjunto de tarefas no dia-a-dia, em relação às quais os deputados podem ser mais ou menos interventivos. Enviar requerimentos ou colocar questões de forma escrita, tanto ao governo como a qualquer entidade, como aconteceu recentemente num caso relacionado com a freguesia de S. Martinho de Campo, em que questionei as ‘Águas do Ave’ no que toca à sua intenção em cumprir um acordo estabelecido com aquela junta de freguesia há alguns anos, relativamente à construção da nova travessia sobre o Rio Ave, compromisso assumido pelas ‘Águas do Ave’ como contrapartida à instalação de uma ETAR por parte desta empresa naquela freguesia do nosso concelho...