Rodolfo Pontes candidato da CDU



“Temos boas ideias
e potencial
para as fazer
valer...”

Com 33 anos, Rodolfo Pontes, residente em S. João de Rei e licenciado em Engenharia de Materiais, abraçou o desafio de ser candidato à Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso pela CDU, num ano em que esta coligação apresenta candidatos em dez assembleias de freguesia do concelho.
Ter voz activa na Assembleia Municipal e eleger o número máximo de pessoas nas Assembleias de Freguesia são os objectivos para as próximas eleições autárquicas.

Maria da Fonte - O que o levou a aceitar o desafio de concorrer à Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso?
Rodolfo Pontes – Foi mesmo isso. Foi um desafio proposto. A CDU aqui na Póvoa de Lanhoso costuma apresentar, quase sempre, os mesmos candidatos, candidatos esses que estão um pouco cansados de estar expostos e aprovei-taram o facto de terem dois jovens a participar activamente na vida da CDU, eu e o Pedro, e lançaram o convite porque acreditaram que somos capazes de levar o desafio a bom porto. Foi uma forma, também, de trazer sangue novo ao partido, pelas mãos de pessoas mais novas.

MF - Para além das candidaturas à Câmara Municipal e Assembleia de Freguesia, a CDU apresenta candidatos às Assembleias de Freguesia?
RP – Nas próximas eleições autárquicas vamos concorrer a dez Assembleias de Freguesia no concelho. Eu e o Pedro Vale, candidato à Assembleia Municipal, percorremos algumas freguesias do concelho e foi possível conseguir estas candidaturas. Historicamente, a nossa coligação nunca apresentou muitas listas e o que se verifica é que neste ano há um crescendo de listas, há pessoas motivadas nas freguesias e pessoas com vontade de representar uma alternativa ao poder que existe nas freguesias.

MF - Visto que a expressão do PCP no concelho é menor que a de partidos com o PS e o PSD, foi fácil arranjar listas nessas freguesias?
RP – É complicado fazer listas em algumas freguesias. Verificamos que a constituição de listas em algumas freguesias foi fácil, mas isso não se verificou em todas. Há muita gente com algum receio, por diversas razões, em integrar a lista da CDU.
Sinto-me contente pelo número de listas e penso que é positivo o facto de concorremos em dez freguesias do concelho.

MF - Quais os objectivos da concelhia da CDU da Póvoa de Lanhoso para as próximas eleições autárquicas?
RP – Em primeiro lugar, o objectivo é elegermos deputados na Assembleia Municipal e o máximo número possível nas Assembleias de Freguesia. Não estou a dizer isto por ser o candidato à Câmara, mas creio que o objectivo que podemos mesmo atingir é termos eleitos no órgão fiscalizador e legislador. Era óptimo termos eleitos no maior número possível de freguesias, pois essas sim seriam boas sementes para o futuro.
Vejo muita gente com vontade de trabalhar pelas freguesias

MF - É importante que a CDU seja uma voz activa na Assembleia Municipal?
RP – É muito importante. Não somos só nós que o dizemos, pois já ouvi das outras forças políticas e já ouvi dos dois outros candidatos à Câmara Municipal, com quem já conversei, e são eles os primeiros a dizer que faz falta a CDU como uma voz construtiva. A CDU é vista, não só por nós, mas pelos nossos adversários, como uma voz construtiva, de ideias, de projectos, não projectos utópicos, mas projectos simples e fáceis de concretizar. Nesse sentido, a voz da CDU é, com toda a certeza, uma voz que faz falta.

MF - Como analisa a política seguida pelo actual executivo. Que comentários lhe merece?
RP – Obviamente, vejo acções positivas e não tenho problemas em o afirmar. Contudo, vejo que o concelho, e em parte devido a este executivo, está dependente de muitas poucas pessoas, as decisões políticas são, normalmente, tomadas com pouca participação pública e, neste sentido, é aí que estará a maior diferença das linhas gerais e programáticas do actual executivo em relação à CDU. Os projectos, as grandes obras e as iniciativas são muito válidos. Em algumas dessas decisões, em especial as de maior investimento, a população deveria ter sido chamada a ajudar a decidir. Da nossa parte, achamos estranho que as pessoas não sejam chamadas para conversar e sejam chamadas só para ouvir as decisões.

MF - Aponte um facto positivo e um negativo relativamente ao trabalho desenvolvido pela actual equipa camarária.
RP – De positivo, realço tudo aquilo que o executivo tem feito para valorizar a população da Póvoa de Lanhoso, quer nas pequenas ou grandes obras, quer a nível cultural, nomeadamente ao nível de divulgação das artes da Póvoa de Lanhoso. Tudo as coisas que forem boas ideias não deixamos de as afirmar.
De negativo, como já disse anteriormente, a pouca participação das pessoas e de outras forças vivas da Póvoa de Lanhoso nas grandes decisões. Acho que, quando se contraem empréstimos cujo valor é uma boa parte substancial do orçamento da Câmara Municipal as outras forças vivas devem ser chamadas a pronunciarem-se sobre isso.

MF - Para si, quais os principais problemas do concelho e que estratégia adoptaria com vista à re-solução desses problemas?
RP – Desde que aqui cheguei que me tenho apercebido que o principal problema da Póvoa de Lanhoso é a falta de oportunidades que traz às pessoas. Há uma carga pesada nas pessoas e quase toda a gente tem familiares emigrantes. Esta situação é devido à falta de oportunidades, à falta de emprego e à falta de valor que os povoenses têm eles próprios dado à Póvoa de Lanhoso. Falta um incentivo que leve as pessoas a ficar na Póvoa, a criar emprego. Para mim, a Póvoa tem um grande potencial. É um concelho rodeado de cinco outros concelhos, temos um mercado mui-to próximo, no raio de 30 Km’s, e a Póvoa de Lanhoso está mesmo no meio. É preciso incentivar as pessoas a criarem o próprio emprego.
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