Manuel José Baptista em grande entrevista

“Gosto muito de ser presidente”

Depois da apresentação da candidatura de Manuel José Baptista à Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, o “Maria da Fonte” conversou com o candidato do partido social-democrata. Confiando num resultado positivo, Manuel Baptista aponta o Fórum Municipal e os Centro Educativos como as grandes prioridades.
A maioria na Assembleia Municipal é uma das condições apontadas por Manuel Baptista para colocar em prática os seus projectos.

Maria da Fonte - É de novo candidato à presidência da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso. Sente-se confiante na reeleição?
Manuel Baptista- Estou convencido que os povoenses reconhecem que a mudança foi positiva. O trabalho está à vista de todos e por esse motivo, por ter muito orgulho no trabalho que desenvolvemos, parto para esta campanha com humildade e respeito pelos adversários, mas confiante num resultado positivo.

MF - Que balanço faz destes quatro anos como presidente de Câmara?
MB- Esta pergunta dava para a entrevista toda. Sabe, quando assumimos o desafio de apresentar um projecto diferente aos povoenses tínhamos a certeza que a motivação e a capacidade da equipa ia fazer mudar muitas coisas na Póvoa de Lanhoso. Dou alguns exemplos. A juventude precisava de ter um espaço com o qual se identificasse. Por isso construímos e dinamizamos o Espaço Jovem. Os mais carenciados necessitavam de ter respostas sociais. Por isso criamos a Loja Social, o Banco de Voluntariado, reforçamos os apoios sociais aos alunos das escolas e apoiamos a renda de casa a várias famílias. Sabia que mais de 50 famílias já recebem este importante apoio? Mas tivemos, ainda, mais preocupações. Requalificamos a vila como forma de projectar a nossa sala de visitas, ainda se lembra onde estava a Sapataria Armando? E como estavam as nossas entradas principais, em Galegos e no Pinheiro? Apostamos, ainda, numa programação cultural que envolvesse as associações, avançamos com os Centros Educativos, desatamos o nó do PDM e investimos nos centros cívicos das freguesias tendo por objectivo levar o desenvolvimento a todo o território. São estes exemplos que me levam a concluir que, apesar de algumas dificuldades, o trabalho que desenvolvemos foi francamente positivo.

MF - O que destaca da experiência como presidente de Câmara?
MB- Destaco a minha total dedicação ao projecto que os povoenses escolheram. Acho que a maior recompensa é o carinho e o afecto que recebo diariamente de muitos povoenses. Sinto que a convicção humanista do meu executivo tem permitido uma forma diferente de fazer política, mais voltada para as pessoas e menos politizada. Gosto muito de ser presidente pois sinto que desta forma estou a ajudar mais pessoas e a desenvolver projectos que melhoram a qualidade de vida de todos nós.

“Só tendo maioria estão reunidas condições
para levar à prática os nossos projectos”

MF - O que espera das próximas eleições autárquicas?
MB- Uma vitória para continuar a servir os povoenses.

MF - O que não gostaria que acontecesse na campanha eleitoral para as autárquicas?
MB- O que de pior tem a política. Os ataques pessoais, a utilização de qualquer meio para atingir um fim. Espero que as candidaturas se respeitem, afinal somos todos povoenses que gostamos da nossa terra e que apenas nos distingue a visão que cada um tem do desenvolvimento do concelho. Da minha parte e foi isso que transmiti à direcção de campanha, continuarei a ter a mesma postura de lealdade, seriedade e de frontalidade.

MF - Na apresentação pública dos candidatos do PSD foi defendida a necessidade de ganhar um maior número de juntas, assim como obter a maioria na Assembleia Municipal. É esse o objectivo desta campanha?
MB- Por princípio, o PSD quando se candidata é sempre para ganhar. Esse é o objectivo principal, pois acreditamos que os nossos candidatos são os que reúnem as melhores condições para governarem as Juntas de Freguesia. A experiência destes quatro anos demonstrou, ainda, que os presidentes de junta do Partido Socialista não souberam separar o interesse da freguesia do interesse do partido. Esse facto causou-nos grandes dificuldades que prejudicaram o nosso trabalho. Claro que temos consciência que só tendo maioria na Assembleia Municipal teremos reunidas as condições para levar à prática os nossos projectos.

MF - Algumas obras, tidas como prioritárias em 2005, não saíram do papel. O parque industrial a custos controlados, a via circular urbana e o conselho consultivo de opinião são três desses exemplos. Quais as razões para a sua não concretização?
MB- Como lhe referi numa questão anterior, houve algumas dificuldades que apareceram no caminho. Estes quatro anos foram marcados por uma forte crise económica e social o que nos levou a redefinir as prioridades. Mas, não é verdade que não fizemos nada a esse nível. Reactivamos o Conselho Municipal de Educação, o Conselho Municipal da Juventude, de-mos uma nova dinâmica ao Conselho Local de Acção Social e criamos o Conselho Municipal da Cultura. Foi por este motivo que decidi redefinir a estratégia do Conselho Consultivo de Opinião, pois desta forma consegui-mos o mesmo objectivo que é partilhar as decisões ouvindo a sociedade civil. Sobre a variante, como sabe, este projecto não pode ser apenas suportado pelo município. Em primeiro lugar definimos um novo traçado que estamos a verter na proposta de revisão do PDM e em segundo lugar solicitamos uma audiência ao Secretário de Estados das Obras Públicas, que aguar-damos, para lhe apresentar a nossa proposta. Nós fizemos centenas de contactos com empresas, através de associações empresariais, temos promovido o nosso concelho ao mais alto nível, mas como sabemos a crise económica levou ao recuo de muitos projectos que certamente iriam criar muitos postos de trabalho. A realidade é nacional e internacional e contra isso pouco podemos fazer. Mesmo assim, já demos passos importantes que me levam a ter esperança no futuro.

“Actual pavilhão e piscina descoberta
estão obsoletos”

MF - Na lista de candidatos à Câmara Municipal, destaca-se a entrada de Armando Fernandes, presidente da comissão política concelhia do PSD, para o lugar de António Alves. Que motivos levaram à escolha deste elemento?
MB- Este é um processo natural e dentro do que estava já combinado desde 2005. O vereador Alves assumiu o compromisso de nos ajudar durante este mandato, fazendo agora a transição para o Dr. Armando Fernandes. Mais que o trabalho político desenvolvido pelo Dr. Armando, valorizo o seu profissionalismo, a sua lealdade e o amor que tem pela Póvoa. Ele partilha dos mesmos valores que o restante executivo e vai certamente desempenhar com igual rigor e transparência as funções até aqui confiadas ao Eng. Alves.

MF - A política social tem sido a grande bandeira deste executivo. Mantém-se a aposta nesta área?
MB- Quem nos conhece sabe que de outra forma não sabemos trabalhar. A política social é transversal a vários pelouros. Quando atribuímos as Bolsas de Estudo aos alunos do secundá-rio ou do superior estamos a fazer política social. Quando construímos novas escolas, quando realizamos programas de ocupação de tempos livres, quando levamos os idosos ao teatro. Enfim, esta área de intervenção é muito abrangente. Todo este trabalho tem como principal objectivo colocar as pessoas em primeiro lugar e certamente que o nosso programa eleitoral vai mostrar isso mesmo.

“Programa está em fase de elaboração...”


MF - Quais as grandes obras que integram o programa eleitoral do PSD para os próximos quatro anos?
MB- O programa está ainda em fase de elaboração, mas posso referir os projectos que já assumimos de continuidade. O Fórum Municipal e os Centros Educativos são a nossa grande prioridade. Acho que Fórum será um projecto que vai dinamizar o centro da vila criando respostas para todos os Povoenses. Já viu poder ir à Biblioteca levantar um livro, no mesmo edifício pode ir pagar a água, ir às finanças ou ver uma exposição? Não acha que este projecto deve orgulhar todos os povoenses? Mas não estou a falar apenas de ideias. Este projecto está aprovado e vamos construir se for a vontade dos povoenses. Permita-me que aproveite a oportunidade para esclarecer o seguinte. Nós decidimos construir neste local porque temos a noção clara de que não há nenhum prejuízo para a autarquia. O actual pavilhão e piscina descoberta estão obsoletos. A piscina tem um problema de impermeabilização e de filtragem da água que custa mais de 150.000 euros a sua resolução. Logo, porque estes projectos são todos financiados com pelo menos 70% de comparticipação, é mais vantajoso construirmos equipamentos novos do que reparar. Só quem não tem vistas largas e não é ambicioso é que quer que tudo fique na mesma. Nós somos diferentes, sem ambição não mudamos o nosso concelho.

“Só quem não tem vistas largas
e não é ambicioso é que quer
que tudo fique na mesma.”

MF - Que comentários lhe merecem as candidaturas de António Lourenço, pelo PS, e de Rodolfo Pontes, pela CDU?
MB – Não tenho que comentar outras candidaturas, isso deixo para os colunistas dos jornais. Farei uma campanha com respeito por todos os concorrentes e espero que tenham a mesma postura para comigo.

Quer deixar uma palavra final aos povoenses?
MB- Apenas dizer que o Manuel Baptista que conhecem é o mesmo de sempre. Ao longo da minha vida estive permanentemente disponível para ajudar as pessoas através das empresas, das associações e das instituições por onde passei. Agora, na autarquia, tenho a mesma postura. Estou convencido que o projecto e a equipa que vou apresentar são os que colocam a Póvoa no melhor caminho. Por isso, continuo totalmente disponível para servir a terra que muito amo.