Póvoa de Lanhoso

Povoenses querem 
ajudar na reconstrução

Na madrugada de sexta-feira, dia 2 de Março, o restaurante situado no alto do Monte do Pilar, próximo do Castelo, ficou reduzido a cinzas, devido a um incêndio que ali deflagrou.
Restam as paredes, e pouco mais, do edifício, que é propriedade da Confraria de Nossa Senhora do Pilar. As imagens da tragédia sensibilizaram os povoenses,  não só no concelho como espalhados pelos quatro cantos do mundo, que se mostram disponíveis para ajudar a reconstruir o centenário edifício.
“Este edifício foi construído no início do século XVIII, há pois mais ou menos 300 anos.
Quando Francisco Craesbeeck, juiz no tribunal de Guimarães que corregia também a Póvoa de Lanhoso, aqui veio e recolheu notas para o seu manuscrito Memórias Ressuscitadas da Província de Entre Douro e Minho, anotou a existência deste edifício, dizendo que ficava perto dele a capela de S. Paio do Monte do Pilar”, refere o historiador José Abílio Coe-lho. Os prejuízos, ainda não contabilizados, são elevados, como explica Carlos Leite, juiz da Confraria do Pilar.
Uma vez que a reconstrução do edicio envolve somas elevadas, a Confraria do Pilar abriu uma conta solidária, que fica disponível para todos aqueles que queiram contribuir para a obra. Porém, toda a ajuda é bem-vinda, seja ela monetária, em materiais ou até mão-de-obra, podendo os interessados em colaborar contactar o padre Armindo Ribeiro Gonçalves ou os elementos da Confraria. Previsto está também a realização de um peditório.
Recorde-se que o edifício, assim como o seu recheio, não estava coberto pelo seguro. A chamada 'caixa negra' do sistema de vigilância permitiu verificar que se tratou de um curto-circuito, na sala do restaurante, que se iniciou pela 1.10 horas, com o alerta a chegar aos bombeiros pela 01.49 horas. O telhado, com ripas em madeira, a juntar ao tecto e mobiliário, também em madeira, levaram a uma rápida progressão das chamas, que pouco mais deixou que as paredes em pedra, apesar da pronta intervenção dos bombeiros voluntários da Póvoa de Lanhoso.
Durante a semana, membros da Confraria, apoiados por colaboradores da autarquia, procederam à remoção dos escombros, para que, logo que seja possível, se retome a reconstrução do imóvel.
A tragédia foi aproveitada pelos 'amigos do alheio', que levaram um armário em madeira, o único que escapou às chamas, fios de cobre, dos cabos do ar condicionado, estroncadas máquinas registadoras antigas que apenas serviam de decoração, entre outros bens. Até parte das canhotas, que estavam armazenadas no exterior, foram roubadas.