UM OLHAR PELO CONCELHO...

Banda Musical de Calvos: 
a paixão das suas gentes

A Banda Musical de Calvos “é muito antiga”. Segundo o livro ‘Bandas de Música do concelho da Póvoa de Lanhoso subsídios para a sua história’, do professor José Bento da Silva, um apaixonado pela história de Calvos, sua terra natal, a Banda de Calvos foi possivelmente “criada na primeira metade do século XIX, entre 1830 e 1850”, para o que se socorre de fontes documentais e registos perfeitamente datados desse período.
O escritor Camilo Castelo Branco, no romance ‘A Brasileira de Prazins’, faz referência à existência de músicos “… na freguesia de Calvos havia comédias nos três dias de Entrudo… O Veríssimo dera três passos para acender um cigarro no de um músico que estava sentado num bombo”. Também no romance ‘Maria da Fonte’, do mesmo autor, a referência à Banda de Calvos é bem clara “…No dia seguinte, convergiram às Chãs…. a música de Calvos a bufar o Rei Chegou…”.
Em 1846, nos livros de registo de assentos de baptismo, são feitas referências à profissão de músico de alguns progenitores, comprovando a antiguidade desta Banda.
Também conhecida no passado por ‘Banda de Nasce’ e ‘Os Bravos’ (pela sua persistência), formou gerações de músicos ao longo de décadas, sendo difícil encontrar uma casa onde não exista, ou tenha existido, um ou vários músicos. Após uma curta interrupção da actividade no período revolucionário português (1974-1977), logo se reorganiza em 1978, dando continuidade à formação de músicos até à presente data.
A 15 de Maio de 1992, a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso atribuiu-lhe a Medalha de Honra – Grau Ouro, momento em que a Banda comemorava os 150 anos da sua existência, efeméride evocada no dia 10 de Junho. A forma de comemorar os seus 175 anos de existência com a organização do 1.º Encontro de Bandas Filarmónicas no Concelho da Póvoa de Lanhoso – ‘Bandas Destas Bandas’, no dia 10 de Junho de 2017, acabou por se revelar mais um relevante passo da tradicional dinâmica inclusiva de base da banda, no desenvolvimento da sua função de responsabilidade social e orgulho dos calvenses.