Ministro do Ambiente inaugurou e assistiu aos primeiros ensaios

Braval investe 22 milhões
para valorizar lixos domésticos


Os lixos indiferenciados recolhidos nos concelhos de Braga, Amares, Vila Verde, Terras de Bouro, Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho vão deixar de ser depositados no aterro sanitário da Serra do Carvalho. A empresa Braval inaugurou ontem uma Unidade de Tratamento Mecânico e Biológico, investimento de 22 milhões de euros que permite tratar anualmente mais de 100 mil toneladas de lixo gerado pelos seis concelhos e que neste momento não é reciclado. Aquela unidade permite “valorizar 30 mil toneladas de fracção orgânica dos resíduos diferenciados e 10 mil resíduos verdes e casta-nhos”, para além de “retirar a fracção reciclável e valorizar energicamente o biogás”, explicou o presidente do conselho de administração da Braval, Jorge Silva, na cerimónia de inauguração presidida pelo ministro do Ambiente, Matos Fernandes.
O responsável da Braval avisou que uma vez construída a unidade e a funcionar, o “principal desafio” é tornar esta estrutura “economicamente viável”.
Salientou Jorge Silva que “os gastos operacionais são muito elevados e os rendimentos reduzidos e de obtenção nem sempre garantidos”, sobretudo nos denominados “valores de informação”.
Nesse sentido, o administrador da Braval apelou ao ministro do Ambiente que obtenha da Sociedade Ponto Verde uma “clarificação” e “regulamentação” para os produtos recicláveis tendo em conta que “os rendimentos obtidos com a venda de energia e através da venda de produtos com potencial de valorização não são suficientes para a sustentabilidade destes investimentos”.
A nova unidade trata os resíduos produzidos por mais de 250 mil pessoas e pemitirá “reduzir a quantidade de resíduos urbanos biodegradáveis encaminhados para aqui, aumentar a quantidade de resíduos preparados para reutilização e reciclagem, valorizar os restantes residios que não possam ser reciclados que possam ter uma valorização, evitando que o seu destino seja o aterro sanitário”, explicou Jorge Silva.
Pedro Machado, director-geral da Braval, adiantou ao Correio do Minho que a unidade, actualmente em fase de ensaios, entrará em velocidade cruzeiro dentro de 40 dias. A nova estrutura, pioneira no Norte do país, permitirá aumentar o período de vida útil do aterro sanitário da Serra do Carvalho para onde vão os lixos comuns recolhidos nos seis municípios do Cávado servidos por este sistema intermunicipal.
A Unidade foi co-financiada pela União Europeia: em 69% pelo Fundo de Coesão (QCA III), numa 1.ª fase, e em 85% pelo QREN – POVT, numa 2.ª fase.
A empresa Braval completa em 2916 20 anos de existência e, segundo Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal e da assembleia geral da sociedade, é um “bom testemunho de cooperação supramunicipal” e representa o “compromisso de todas as entidades públicas de servir a população”. Para o edil bracarense, a empresa tem registado uma enorme evolução ao longo dos tempos, sendo a estrutura ontem inaugurada o “corolário do esforço desenvolvido ao longo dos tempos e a sequência natural de uma empresa de vanguarda no sector”.