Presidente da Câmara fala do Centro Interpretativo e da aposta na cultura

Centro Interpretativo é história
mas também cultura e educação

A dois anos de terminar o 3.º e último mandato como presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Manuel Baptista assume o seu orgulho no Centro Interpretativo Maria da Fonte e acre-dita que este projecto vai orgulhar, também, os povoenses e, acima, de tudo, contribuir para preservar a memória e a história do concelho e do país.
O sonho de ‘dar uma casa’ à heroína ‘Maria da Fonte’ começou a ser acalentado há dez anos quando o edil povoense decidiu adquirir duas casas localizadas no Largo António Lopes, paredes meias com o Theatro Clube, na altura ainda sem destino para lhes dar. Foi já no segundo mandato autár-quico que surgiu a possibilidade de obter financiamento para projectos naquela área urbana classificada como zona de interesse municipal.
Com os edifícios na posse do município, “tínhamos todos os ingredientes para avançar com uma candidatura a fundos comunitários” explica Manuel Baptista.
Em homenagem a Maria da Fonte, nasce a ideia do Centro Interpretativo, um investimento de cerca de dois milhões de euros comparticipados, em 85 por cento, pelo quadro de referência estratégica nacional (QREN) e que se propõe ‘escrever’ um novo capítulo na história da heroína que, de foice na mão, mudou o rumo da história do concelho da Póvoa de Lanhoso e de Portugal.
Divulgar a história de Maria da Fonte é o grande objectivo do Centro Interpretativo que pretende ser, também, espaço de cultura e educação.
“O objectivo é que seja uma sala de aulas para os alunos do concelho e de todo o país” afirma o presidente da Câmara, que deixa a porta aberta a escolas e outras instituições de ensino e investigação, além da comunidade em geral.
Além da vertente educativa, pretende-se “criar, nos jovens, bairrismo e identificá-los com a sua história” sublinha Manuel Baptista que destaca, ainda, a componente cultural do espaço, que alberga também o arquivo histórico municipal.
A música também ganha espaço no Centro Interpretativo Maria da Fonte com salas preparadas para ensaios e outras iniciativas, além de um mini-auditório com capacidade para meia centena de pessoas.
Salvaguardada está já a hipótese de ampliar o Centro Interpretativo com a aquisição de outra habitação contígua, estando o município a negociar a compra de uma quarta casa, avança o autarca.
O Centro Interpretativo junta-se a espaços como o Theatro Clube e o Centro Escolar António Lopes num quarteirão que o edil povoense quer transformar numa zona cultural.
Doado ao município, o edifício que alberga o Centro Escolar António Lopes chegou a ser equacionado para instalar a biblioteca municipal, mas Manuel Baptista entendeu manter a função escolar, respeitando o legado.
A cultura tem merecido uma atenção especial dos executivos de Manuel Baptista que destaca o envolvimento da população e das associações do concelho num conjunto de eventos.
O teatro é um exemplo e até os funcionários do município uniram esforços e formaram um grupo que tem chamado a população ao palco de várias iniciativas.
A peça ‘Limpezas Maria da Fonte’, que abriu a programação do Dia do Concelho, foi coordenada pela direcção artística do Theatro Clube, mas mobilizou outros intervenientes.
Outro exemplo de mobilização é a feira tradicional Maria da Fonte, outro evento que marcou o programa do Dia do Concelho.
O presidente da Câmara realça o apoio e o envolvimento das associações e juntas de freguesia do concelho. “São importantes para que estas iniciativas sejam um sucesso e uma realidade” reforça.
A participação da comunidade teve reflexos na primeira edição do orçamento participativo que o município da Póvoa de Lanhoso promoveu, este ano, e que merece um balanço positivo de Manuel Baptista.
Os projectos escolhidos estão em fase de orçamentação para serem depois executados no terreno.
Mesmo assim, o edil povoense considera que “terá de haver ajustes nos critérios” de elegibilidade dos projectos, sempre com o objectivo de melhorar, e para que as comunidades mais pequenas, mas com projectos válidos, não sejam prejudicadas.