EDITORIAL

Armindo Veloso




  

Medrosos

Embora no centro esquerda, refiro-me ao PS, as instruções no que respeita às eleições presidenciais sejam de quanto me-nos se falar no assunto melhor, o que é certo é que já há dois candidatos que se apresentaram a jogo: Sampaio da Nóvoa, na qualidade de independente, e Maria de Belém.
Independentemente da qualidade dos dois candidatos e dos problemas que as suas candidaturas criaram no interior do PS: Sampaio da Nóvoa afunilando o PS mais à esquerda criou clivagens várias nas facções mais moderadas do partido; Maria de Belém, mulher franzina mas “tesa”  nas suas convicções, apoiada por grande parte do partido ainda chamado de Segurista disse presente criando cala-frios na nova direcção mas esteve-se nas tintas para isso. Parabéns.
No centro direita são uns medrosos. Depois da saída de sena de Santana Lopes, os dois candidatos que estão mortinhos por o serem: Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Rio mantêm-se  estrategicamente nas covas para verem o que os resultados das eleições legislativas vão dar.
Só este tipo de comportamento deveria ser suficiente para nenhum deles lá chegar.
Dever-se-iam lembrar da lição que Jorge Sampaio deu há vinte anos quando grande parte dos Partido Socialista não morria de amores por ele disse presente sem hesitações. O PS ainda ripostou com Soutto Mayor Cardia mas não foi longe e teve que se render às evidências e declarar apoio a Jorge Sampaio. É desta fibra que se fazem os candidatos ganhadores.
Marcelo Rebelo de Sousa até poderá vir a ser eleito – segundo os estudos de opinião tem grandes chances de lá chegar – mas será que uma vez Presidente vai ser assim tão calculista?
O país precisa de um Presidente de fibra. Que não acerte sempre como é óbvio mas que decida muitas das vezes arriscando.
Uma nota final: se pensa ser candidato, como todo o país pensa que ele pensa, não deveria ter renovado o contracto como comentador da TVI. Um desaparecimento de dois ou três meses só o favorecia. A mim não me agrada nada ver o nosso Presidente ainda a cheirar a estúdio de televisão e com o último comentário ainda “no ar”.
   

Até um dia destes