EDITORIAL

Armindo Veloso




 
2015 

O início de um novo ano é sempre acompanhado por esperança misturada com angústia.
Esperança, como é sempre a última coisa a morrer esperamos dias melhores mesmo que os passados não tenham sido assim tão maus. Pedir melhor um pouco é sempre bom e faz parte da natureza humana.
Angústia, o reinício de qualquer coisa traz sempre à tona a incerteza e a angústia. Começar um novo ano no calendário, mesmo que seja só no calendário, faz com que psicologicamente, como sabemos arrasta tudo o resto, nos comportemos como antigamente um carro a afazer a rodagem: baixa rotação a ver no que dá.
O que é certo é que se nas nossas vidas a coisa se passa, mais coisa menos coisa assim, o ano 2015 em Portugal e no mundo promete ser agitado.
Em Portugal com a crise em montanha russa e com o chão – dívida – a ameaçar-nos resta-nos um milagroso paraquedas para que a aterragem não seja trágica.
No que toca à justiça quem sabe vai haver mais surpresas das grandes. Já agora deixem-me dizer-lhes que ao contrário do que foi dito e redito acerca do segredo de justiça no caso José Sócrates ouvi um advogado, com o qual concordo, na SIC notícias a destacar o facto de durante mais de um ano haver algumas centenas de pessoas ligadas a este caso, referiu   inspectores da PJ, magistrados, inspectores tributários, bancários e banqueiros, etc e não ter havido fugas de informação foi preciso muita competência por parte de todos os envolvidos e, disse mais, as imagens das TV's posteriores à detenção de José Sócrates no aeroporto foram tão fugazes que só podiam ter sido resultado de uma informação de há minutos. Se assim  não fosse estaria todo o ‘barraco’ das emissões exteriores montado no aeroporto por parte das operadores de TV. O ano político também vai ser cheio de peripécias. As campanhas limpas e sujas vão andar por aí em papel, som e imagem.
O povo, esse, embora aparentemente entretido com futebol e afins, tem sempre uma sabedoria que surpreende mesmo os mais cépticos. Entre o que se conhece, para o bem e para o mal mas conhece, e o incerto, mesmo com muitos sorrisos e muita simpatia pelo meio, vai haver centenas de milhar de portugueses hesitantes nas próximas eleições legislativas. As sondagens têm levado nas orelhas em todo o mundo porque fazem constar nos seus números/resultados os eleitores decididos excluindo  os hesitantes, que decidem as eleições. A ver vamos.
De uma coisa tenho a certeza: em 2016 haverá manifestações várias e quem sabe pedidos de demissão do governo. Seja ele liderado por um alto, magro e claro ou por um mais baixo, mais gordo e mais escuro.
Não há milagres.

Até um dia destes.