Iniciativa da Associação A Nossa Terra

Pedestrianistas à descoberta 
de Ajude e Verim

Didivulgar o que de melhor existe e se faz na região, através da realização de um percurso pedestre por mês, numa freguesia Minhota, é o objectivo.
Depois de Braga, Amares e Barcelos, Guimarães e Vila Verde foi a vez do concelho da Póvoa de Lanhoso receber, no dia 11 de Outubro, o ciclo “Caminhar e Descobrir”. Uma iniciativa da Associação A Nossa Terra, que pretende divulgar o que de melhor existe e se faz na Região, através da realização de um percurso pedestre por mês, numa freguesia Minhota. O belíssimo território de Verim e Ajude, do concelho de Póvoa de Lanhoso, acolheu o percurso de Outubro do Ciclo Caminhar e Descobrir pelas freguesias genuinamente minhotas, organizado pela Associação ‘A Nossa Terra’ com o apoio das autarquias locais.
O dia despertou ameno, com sol, e um friozinho matinal característico das manhãs de Outono, ideal para uma caminhada junto da natureza e da ruralidade bucólica de Verim e Ajude.
À hora marcada o grupo de pedestrianistas, composto por pessoas dos 12 aos 70 anos, agrupou-se, animado, na Praia Fluvial de Verim, um dos ex-libris do concelho. Esta praia inserida nas margens do rio Cávado destaca-se pela serenidade do espaço envolvente e pelo verde da natureza espelhado nas águas tranquilas e cristalinas do rio, deixando adivinhar que a manhã seria prazerosa e de contemplação de um património natural único e de uma paz quase perturbadora.
Tendo como fio condutor o rio Cávado, o grupo liderado por um guia da terra, iniciou a caminhada embrenhando-se pelas margens do rio, e a cada passo uma descoberta, uma paragem para respirar e apreciar a paisagem. O primeiro destaque desta jornada, foi a passagem pela “Boca de Saída”, local onde desemboca a água utilizada na produção de energia eléctrica da Barragem da Caniçada, e que é conduzida para este local através de um túnel de 8 kms. Ao longo do trajecto, foi possível observar os “peculiares habitantes” que timidamente, se mostravam na paisagem: garças, corvos, um morcego escondido, cavalos, e até uma lontra que se banhava no rio. As margens do Cávado são igualmente ricas em vegetação destacando-se variadas árvores de fruto, típicas desta época do ano: diospireiros, romãzeiras, castanheiros, videiras, pereiras que com as suas cores e perfumes coloriram e aromatizaram todo o percurso, tornando-o ainda mais ímpar.
No decorrer deste trajecto, os caminhantes tiveram a oportunidade de observar moinhos, azenhas, noras e açudes, fruto do trabalho e engenho da mão humana na utilização da água, um importante recurso natural, ainda hoje bem presente nos afazeres do quotidiano e estão perfeitamente enquadrados na paisagem conferindo-lhe um cunho marcadamente rural e particular.
A visita a Verim e Ajude contemplou, ainda, uma subida ao centro da povoação, onde foi possível visualizar edifícios em granito, espigueiros, eiras destacando-se a singular Igreja Matriz de Verim, de estilo românico (uma construção dos finais do séc. XII inícios do séc XIII). Locais propícios para parar, observar, escutar e experienciar a tranquila vida do campo.