Armindo Veloso




 
Lições

‘Uma Mente Brilhante’ para além de ser um filme que me marcou, pela positiva, tem numa das cenas uma lição de vida que nunca esquecerei.
Num bar, vários estudantes universitários, homens, divertiam-se quando entraram três raparigas também elas estudantes.
Os reguilas do grupo do qual John Nash, o tal mente brilhante soberbamente recreado pelo actor Russell Crowe, elegeram logo o “alvo de ataque” que era a garota mais bonita do grupo de três raparigas. John Nash interrompeu-os e disse-lhes que se pusessem todas as atenções na garota que sobressaía pela sua beleza as outras iriam ficar chateadas e não lhes ligariam nenhuma. Se pelo contrário se dedicassem a galantear as menos bafejadas pela Natureza, estas ficariam lisonjeadas e a mais bonita ficaria confusa, é certo, mas não desertaria e mostrar-se-ia disponível para o galanteio.
Grande lição.
Ora vamos lá transferir esta lição para a Selecção Portuguesa de Futebol.
Os nabos editores das televisões, rádios e jornais de expressão nacional puseram todas as atenções no Ronaldo quase não ligando patavina, a não ser pela negativa, aos outros vinte e dois que são fundamentais para um jogo que se joga em equipa.
Lembro-me de um dos jogadores da selecção, não recordo o nome, numa conferência de imprensa dizer que estava farto que lhe fizessem perguntas sobre o Ronaldo. Acrescentando: se eu estou farto imaginem o próprio...
Esta cambada, desculpem lá o mau jeito..., deveria saber que com esta overdose de ‘Ronaldismo’ nem beneficiam o próprio porque já não   precisa de nada disso e minimizam os outros colegas fundamentais física e animicamente para um jogo  que prima pelo colectivo.
 Senhores dos media nacionais,  vejam ‘Uma Mente Brilhante’ ou se não tiverem tempo porque querem ver mais “quatrocentas” vezes as jogadas do Ronaldo que têm em arquivo, vejam ao menos a tal cena.  

Até um dia destes.