Guilherme Ramos lança rasgados elogios aos jogadores e à direcção

“A chave do sucesso foram
os últimos cinco jogos” 

Guilherme Ramos foi o timoneiro que levou a formação do Porto d’Ave à conquista da manutenção no Pró-Nacional. No seu primeiro jogo, a 16 de Março, a formação portodavense sofreu uma pesada derrota, perdendo por 7-1, frente ao Dumiense. Um resultado que não baixou a moral ao grupo. Com um grande espírito de luta, os ‘guerreiros’do Porto d’Ave partiram à conquista da tão desejada manutenção, alcançada no pontapé final do campeonato. O ‘Maria da Fonte’ conversou com o técnico Guilherme Ramos, que conduziu o Porto d’Ave à manutenção no Pró-Nacional.

Como é que encontrou a equipa quando assumiu o comando?
Quer queiramos quer não, e isto tem que ser dito e quem anda no futebol sabe que as coisas são assim, a equipa estava moribunda, numa fase em que não reagia às adversidades que lhe apareciam, não reagia ao adversário, a um resultado menos bom. A nossa maior dificuldade foi sentir que a equipa estava desunida, o grupo não estava coeso. Aliás, eu tive que tomar determinadas decisões e tive que tomar atitudes no aspecto disciplinar para tentar equilibrar aquele grupo e isso foi conseguido.

Não o assuntou a pesada derrota, por 7-1, no jogo de estreia frente ao Dumiense?
Não. Não me assustou. Sabia perfeitamente que aquele resultado não tinha nada a ver comigo. A partir daí, tivemos que pegar naquele grupo, juntá-lo, uni-lo e que eles percebessem o que queriam para o futuro.  A equipa queria realmente manter-se neste campeonato, a equipa queria lutar para a manutenção e a partir desse jogo começamos a arregaçar as mangas e fomos ao trabalho. O trabalho teve sucesso pois depressa a equipa soube introduzir os processos que nós queríamos. Foi tudo mais fácil. A chave do sucesso foram os últimos cinco jogos, foi a partir do jogo com o Torcatense.
Foi a partir desse jogo que teve a certeza que a equipa ia dar a volta?
Completamente. A equipa estava confiante e a prova é que jogamos durante 75 minutos reduzidos a dez unidades, com uma intensidade de jogo muito forte, com uma atitude formidável e com um grande espírito de sacrifício por parte dos jogadores. A partir desse jogo, o Porto d’Ave nunca mais perdeu. Depois, há outro factor que marca este sucesso que foi a grande confiança da equipa, a equipa estar num bom momento. Cheguei a dizer que o campeonato para o Porto d’Ave devia estar a começar nestes últimos cinco jogos porque, realmente, o campeonato do Porto d’Ave começou nos últimos cinco jogos.
O apoio da direcção foi importante?
A direcção teve um papel fundamental, de dar confiança à equipa técnica, dar toda a liberdade para a equipa para decidir nos bons e nos maus momentos. Via-se que a direcção estava empenhada e tinha grande vontade de manter o Porto d’Ave no Pró-Nacional. Houve pessoas que se uniram, que se juntaram e que deram um grande safanão na estrutura e temos que realçar o bom trabalho e o brio do presidente e dos directores enquanto outros, que se sentiram mais fragilizados e que não acreditaram neste desafio e neste projecto, abandonaram.

Apelidou os jogadores de guerreiros. Foi essa raça que permitiu dar a volta aos maus momentos?
Foi essa determinação que fez com que denominasse o grupo de guerreiros porque eles foram, nestes últimos cinco jogos, guerreiros e heróis. Estava ali uma equipa, a formar um grupo forte e espero bem que mantenham esses níveis de confiança, quer seja comigo, quer seja com outro treinador, que acreditem até ao fim e no trabalho de cada
treinador.

Vamos ter Guilherme Ramos no Porto d’Ave na próxima época?
Esse é um aspecto que ainda não foi falado. Neste momento, o Porto d’Ave está numa fase de acto eleitoral e é evidente que não é a ocasião própria para falar disso. Acredito que sim. Eu gosto do Porto d’Ave, gosto do clube da minha terra e, acima de tudo, é um clube que dá todas as garantias, oferece boas condições de trabalho, com estabilidade e é um clube cumpridor. Se a direcção falar comigo, de certeza absoluta que vão ter uma resposta positiva.

Quer deixar uma mensagem a todos quantos o acompanharam nestes dois meses?
Quero agradecer aos meus colaboradores, aos professores António Almeida e Ivo Sousa, duas pessoas muito competentes, que apresentaram um excelente trabalho.  Estou satisfeito pelo trabalho que apresentaram. Quero agradecer aos meus jogadores, dar-lhes um abraço pela forma como eles souberam estar nestes últimos jogos, pois foram uns verdadeiros guerreiros, e agradecer à direcção pelo convite que me fizeram e pelo projecto que me propuseram. A melhor resposta à confiança depositada em mim foi oferecer-lhes a manutenção. Os agradecimentos são também dirigidos à massa associativa, que acompanharam o Porto d’Ave com muito fervor e muita esperança.