Conversas na U.F. Esperança e Brunhais

António Marques quer as freguesias ligadas pelas suas gentes 
Centro de Convívio 
é projecto comum

Depois de 4 anos como secretário da Junta de Freguesia de Esperança, António Marques abraça, nestes quatro anos, um novo desafio: presidir à União das Freguesias de Esperança e Brunhais. A rede viária continua a ser a grande preocupação do autarca. Esperança e Brunhais estão unidas nestes quatro anos e o Centro de Convívio é um dos projectos que promove a união e o convívio das gentes das duas freguesias.

Que razões o levaram a avançar com uma candidatura à presidência da União de Freguesias de Esperança e Brunhais?
O amor à freguesia. Nas últimas eleições, vivemos uma situação diferente do passado pois houve a junção de Esperança e Brunhais. Alguém tinha que ser. Não estava nos meus planos a candidatura à presidência. Nem de perto nem de longe pensava nisto e foi uma candidatura até já tardia. Fui secretário da Junta de Freguesia no anterior mandato e nesses quatro anos foi um descargo de consciência, de cumprimento de um dever cívico. Tentei dar o melhor contributo nesses quatro anos. Não estava na minha mente concorrer. Devido a questões profissionais, o anterior presidente de Esperança, resolveu não se recandidatar. É um cargo que exige tempo e dedicação. É preciso ter tempo disponível. Gosto de estar presente e acompanhar tudo o que é feito.
Foi sempre incentivado a candidatar-me mas disse sempre que não. Chegamos a uma fase em que o pessoal da minha idade, e jovens também, está quase todo emigrado. Foi uma sorte encontrar pessoas como a Cátia e o Vasco.  Sei o que é um cargo como este. O meu pai foi presidente de Junta durante cerca de vinte anos e também tive um tio que foi dos primeiros presidentes de Junta de Esperança. Com a junção a Brunhais, o trabalho é em dobro. O amor à terra acabou por falar mais alto e impulsionado por amigos acabei por liderar a candidatura.
Sou natural e residente em Esperança. Foi o incentivo de várias pessoas que me levaram a repensar a decisão inicial e a aceitar concorrer.
Já quando o meu pai saiu de presidente de Junta eu fui constantemente incentivado para me candidatar. Agora, é hora de trabalhar pelo bem das gentes de Esperança e Brunhais.
O facto de ter sido secretário no anterior mandato é uma mais-valia para o desempenho deste cargo?
Sim, é verdade. Já se tem conhecimento do modo de funcionamento de uma Junta de Freguesia e já estamos a par de todos os procedimentos.
Quais são as principais necessidades de freguesias como Esperança e Brunhais? Ainda continua a ser a rede viária?
A rede viária é muito importante. Sem rede viária não se pode pedir desenvolvimento, embora sabendo que estamos sempre limitados devido ao terreno acidentado.
O terreno acidentado leva a maiores custos. Temos por exemplo, o caso dos desaterros que nestas bandas ficam muito mais elevados que noutros locais. É só o amor à terra que leva as pessoas a manter-se por cá. Sente-se que os mais novos estão a procurar a vila para viver, embora estejam sempre ligados à terra. Daqui à vila   são 13 quilómetros. Não é por falta de terreno para construção porque ele vai aparecendo.
Temos as condições ideais para uma vida saudável. Há pessoas que ficam maravilhadas mas a deslocação para o emprego leva as pessoas a optarem por outros locais para viver.
Os caminhos continuam a ser a grande preocupação.
Em termos de água e saneamento, como estão?
Temos cerca de meia dúzia de casas, em Esperança, em que a junta está a fornecer a água de forma gratuita mas quando chegamos ao Verão, como em vários locais, temos dificuldades.
Em Brunhais, não há rede de água pública.