No Natal para o comércio...

Emigrantes: lufada de ar fresco

A época natalícia contou, mais uma vez, com a vinda dos emigrantes que se deslocaram à sua terra natal para visitar os seus familiares e passar alguns dias de férias.
Nesta ocasião, estão em maioria os filhos da terra que escolheram a Suíça para se estabelecer na procura de uma vida melhor para as suas famílias.
O movimento de pessoas e veículos cresceu, sobretudo na última quinzena de Dezembro. Os lojas comerciais ganharam nova vida e a vinda dos emigrantes é uma verdadeira lufada de ar fresco para o comércio local que vê aumentar as suas vendas.
O “Maria da Fonte” contactou com alguns comerciantes da nossa vila e todos foram unânimes em afirmar que as vendas aumentaram na época natalícia, sobretudo com a vinda dos emigrantes. Passadas as festividades do Natal e do Ano Novo, fomos junto de alguns comerciais para fazer o “rescaldo” da época natalícia.
Cecília Rodrigues é funcionária de uma loja de utilidades, na vila da Póvoa de Lanhoso, a chamada “loja dos 300”.
O comércio povoense não passa ao lado da crise e Cecília Rodrigues afirma que a queda nas vendas já se sente de há dois anos para cá.
A última semana de Dezembro foi de trabalho intenso pois ainda há quem deixe as compras para a última da hora.
“Quem deixa para a última da hora acaba por não olhar para o preço daquilo que compra. Por vezes, até acabam por levar uma coisa que até não gostam muito. Se comprassem antes, conseguiriam melhores preços e mais oferta. Quem compra mais antecipadamente tem mais variedade”, explica, revelando que muitos clientes procuram prendas mais baratas para oferecer.
“Não digo que reduzem no número de prendas. Levam é mais barato e assim dá para mais gente. Por exemplo, se antes levavam prendas de vinte euros, agora procuram de cinco euros e assim podem comprar para todos”, revela, destacando a vinda dos emigrantes como um factor positivo nas vendas pois os filhos da terra ainda continuam a apostar no comércio tradicional.
Ricardo Castro é proprietário de uma pastelaria na vila e não notou muita quebra nas vendas nesta época natalícia.
“O bolo-rei normal continua a estar no topo das preferências dos povoenses mas te-mos também bolo-rei com frutos secos, chocolate e com creme. Cerca de 70 a 80% dos clientes continuam a comprar o bolo-rei tradicional”, explica, esclarecendo que “as novidades são apreciadas, sobretudo pelos mais jovens”.
“As pessoas procuram bolos-reis mais pequenos. Há dez anos atrás, os bolos-reis tinham um quilo ou mais. Agora, procuram mais pequeno para poupar. Pedem para fazer bolos-reis de meio quilo. Há dez anos era impensável. Agora somos nós próprios que fazemos, que apostamos em fazer bolos mais pequenos”, diz-nos Ricardo Castro, concordando que a vinda dos emigrantes aumenta o volume de negócios.