Manuel Baptista abre o coração e fala do futuro

“Acho que estávamos todos
com saudades uns dos outros”

De regresso ao comando da autarquia povoense, Manuel José Baptista abre o coração ao ‘MF’ depois de um período complicado da sua saúde. Restabelecido do precalço, o presidente está com a força do costume para continuar a sua missão na Câmara Municipal.

Maria da Fonte - Está de regresso à Câmara Municipal, depois de quatro meses de ausência, devido a problemas de saúde. Como foi este regresso?
Manuel Baptista - Foi muito emotivo, senti um carinho enorme por parte dos trabalhadores da autarquia e de muitos povoenses que vieram à câmara para me cumprimentar. Acho que estávamos todos com saudades uns dos outros. Foi bom, foi um regresso com vontade de trabalhar e de continuar o projecto.

MF - Neste período de tempo, teve oportunidade de se inteirar dos assuntos mais prioritários da autarquia?
MB - Claro que sim. Os vereadores foram incansáveis e diariamente tinha informações das questões mais importantes e das alterações profundas ocorreram na ges-tão municipal e que são agora a nossa prioridade. 

MF - A lei dos compromissos e as novas regras do QREN podem condicionar os investimentos da autarquia. Já está a par destes assuntos? Que implicações têm nos projectos da autarquia?
MB - Todos já percebemos que o país está a sofrer muito em consequência de ter chegado quase à bancarrota. É bom não esquecer que há pouco mais de um ano o anterior Governo pediu ajuda externa para poder pagar as despesas do Estado. Isso levou a que hoje toda a administração pública e o sector privado tenham de se adaptar a uma nova realidade. O país não tem recursos e por isso as autarquias serão também afectadas. As novas regras que referiu e em especial a Lei dos Compromissos, não deixam a autarquia tomar as decisões livremente pois estamos condicionados a vários níveis. Infelizmente, como já o tenho dito publicamente, os próximos anos serão de grande dificuldade e a autarquia terá de se adaptar a estas novas realidades. Não tenho dúvidas que teremos de fazer opções e que os apoios da autarquia serão muito afectados, mesmo contra a nossa vontade. Não se trata de uma opção, são regras que teremos de cumprir.

MF - Durante estes meses, foram várias as mensagens de apoio deixadas pelos povoenses nas redes sociais. Quer deixar alguma mensagem a todos eles?
MB – Tenho tentado responder a todas essas mensagens e é com muita emoção que reforço os agradecimentos a todos que tiveram essa atenção. Esse carinho demonstrado tem sido muito importante na minha recuperação e tem sido uma grande ajuda para a minha família. Estou profundamente agradecido a todos.