Documento Verde da Reforma Administrativa

Juntas do PS discordam

Os presidente de Junta eleitos pelo Partido Socialista manifestaram, em carta enviada à comissão eventual para a Reforma Administrativa do Poder Local, emanada da Assembleia Municipal, a sua “absoluta discordância do Documento Verde para a Reforma da Administração Local apresentado pelo governo”.
Os signatários – os presidentes das Juntas de Freguesia de Águas Santas, Bru-nhais, Calvos, Campo, Covelas, Ferreiros, Fontarcada, Frades, Geraz do Minho, Louredo, Moure, Oliveira, Rendufinho, Sobradelo da Goma e Verim, eleitos pelo Partido Socialista não concordam com uma reforma feita “à pressão” e a "régua e esquadro".
Na missiva, aponta a falta de respeito pela identidade, pela cultura e pela história do povo e do país.
“Com esta reforma o Governo Português está a destruir um dos pilares fundamentais da nossa democracia: as nossas freguesias. As freguesias desenvolvem um papel fundamental junto das populações, é em torno delas que se firmaram no dia-a-dia os vínculos religiosos, culturais, educacionais e assistências das populações, substituindo em muitos aspectos a acção do Estado central”, pode ler-se na carta enviada à comissão.

Autarcas socialistas contra a extinção do nome das freguesias
“Qualquer uma das soluções do Documento Verde conduz obrigatoriamente à extinção das freguesias, à eliminação dos respectivos nomes, bem como dos símbolos das mesmas, acabando por se perder, irremediavelmente, as tradições e a história das freguesias”, refere ainda a carta.
“A história mostra-nos que uma reforma desta natureza não é possível ser imposta e incrementada em pouco mais de meio ano. Uma reforma séria, sustentada e proficiente exige tempo e não se compadece com “urgências” de carácter meramente econo-micista.

Não há benefícios
E a verdade é que desta reforma não se descortina qualquer proposta de benefício tangível para as populações. Todos sabemos o que perdemos – que é muito –, e ninguém sabe o que se ganha!...”, pode ainda ler-se.
“Por outro lado, importa considerar que ainda não foi publicada qualquer lei, sendo o Documento Verde um conjunto de orientações e de intenções sem qualquer tipo de obrigatoriedade. Acresce que, por força da forte contestação social sentida, têm vindo a público nos órgãos de comunicação social notícias da possível alteração dos critérios vertidos no Documento Verde, que podem condicionar, por completo, os mapas que hoje se possam desenhar. Pelas razões acabas de expor, os signatários são frontalmente contra esta reforma administrativa, recusando-se veementemente a analisar quaisquer propostas de agregação, estando determinados a, num clima de participação e respeito democrático, lutar com todos os meios ao seu alcance para que a mesma não se venha a concretizar”, dizem ainda os presidentes de Junta eleitos pelo PS.