Póvoa de Lanhoso

ISAVE sem medo do futuro

Traz um amigo é o mote da campanha do ISAVE que se traduz num desconto de dez por cento na propina do aluno que traga outro para o Instituto Superior de Saúde do Alto Ave – revelou Nuno Albuquerque numa reunião com alunos e professores desta escola que “tem todas as condições para funcionar”.
“Não tenham receio do futuro” – garantiu o administra-dor judicial ao apontar esta medida, quatro meses após o início de funções, como uma forma de reforçar o potencial desta escola que “entrou no trilho da tranquilidade”, após o sobressalto vivido em Janeiro deste ano, com a declaração de insolvência.
Com o desconto de dez por cento na propina, o ISAVE quer “retribuir o empenho que cada um dos actuais 800 alunos possa ter na angariação de cada aluno inscrito”.
No caso de ser finalista, o prémio é a isenção no diploma final.
Nuno Albuquerque falava após a apresentação de um balanço da sua actividade, desde que foi nomeado para gerir o ISAVE, em Fevereiro deste ano, e manifestou-se convicto na auto-sustentabilidade desta escola.
Tudo começou a 14 de Janeiro quando a ENSINAVE – instituidora do ISAVE - foi declarada insolvente, arrastando para a insegurança os alunos da Escola. A administração da massa insolvente começou por manter os órgãos académicos do ISAVE e apresentou em 15 de Março um plano de recuperação da Ensinave que foi votado em 13 de Junho e mereceu o apoio dos credores, trabalha-dores docentes e não docentes. Este plano garante a continuidade do ISAVE e aguar- da agora a homologação da juíza a quem o processo foi entregue. As percentagens – mais de 70 % dos credores – permitem a aprovação, embora Nuno Albuquerque te-nha dado conta de uma reclamação entregue na passada semana, sobre questões “formais”. A previsão de Nuno Albuquerque para a homologação do plano de recuperação da Ensinave aponta para Julho, se não forem interpostos recursos para a Relação de Guimarães.
No entanto, Albuquerque não se inibiu em garantir aos alunos que “o ISAVE não fecha. Não estou preocupado porque o plano é a melhor opção para os credores. Eu posso manter o ISAVE desde que tenha condições para pagar as despesas de funcionamento”.
Mais, “não é por causa do plano – ou a sua não homologação – que o ISAVE pode sofrer alguma instabilidade. Desde que haja condições estaremos aqui”.
Esclarecendo alguns boatos que circulam na comunidade, Nuno Albuquerque foi claro quando afirmou que “o dinheiro das propinas fica cá dentro, aqui, para cumprir as obrigações de quem aqui trabalha.
O ISAVE é perfeitamente auto-sustentável, desde que mantenhamos o número de alunos. Não tenham receio do futuro”.
Princípios norteadores

Depois de tentar sossegar os alunos e professores, Nuno Albuquerque resumiu alguns dos princípios que nortearam a sua acção, desde Fevereiro até agora, a começar por manter “informados todos os elementos da comunidade educativa”. Passados estes quatro meses, garantiu, “não tenho preocupações financeiras” e sublinhou o “respeito pela autonomia académica, pedagógica e científica da escola”. Afirmou-se um gestor judicial “com sorte pelos recursos humanos que encontramos aqui e o seu comportamento foi exemplar”, a começar pelo primeiro desafio: “a acreditação e avaliação dos cursos junto da A3ES”, conseguida no espaço de duas semanas.

Como foi possível?
Agora, estão criadas as condições para “reforçar algumas carências lectivas para o próximo ano” enquanto de-corre ainda a auditoria contabilística que o levou a interrogar-se: como é que “uma escola com 800 alunos e um superavit (saldo positivo entre receitas e despesas) chegou a este ponto?”
Hoje, garantiu Nuno Albuquerque, “não há fornecedor que tenha uma factura em atraso” mas a “primeira decisão que tive de tomar foi a de comprar papel higiénico, o que demonstra a quão frágil esta estrutura foi conduzida”.
Outra das tarefas foi o fecho das contas de 2009 e pagamento de dívidas fiscais e à Segurança social enquanto os salários passaram a ser pagos no último dia de cada mês e “não a dez ou 15 dias domes seguinte”. Foi paga também a acreditação dos cursos junto da A3ES que valida os diplomas e foram contratados cinco novos docentes exigidos pela mesma agência de acreditação e avaliação das licenciaturas. A indigitação do Provedor do estudante e do Conselho da Qualidade (ambos em falta) foram outras realizações do último quadrimestre, bem como a reorganização dos estágios e o apoio à Associação de Estudantes para a realização da Queima das Fitas.
Albuquerque agradeceu ao corpo académico e científico “a coragem para relançar pós-graduações” e àqueles que “têm desenvolvido um esforço homérico para a promoção do ISAVE, através de rastreios gratuitos e palestras, vídeo promocional, ciclo de conferências e o programa de Verão para trazer alunos das escolas secundárias.