Taíde

Fé move milhares até Porto d’Ave
A freguesia de Taíde prepara-se para acolher milhares de pessoas que aqui se deslocam por ocasião da tradicional Romaria de Nossa Senhora do Porto, cujo início ocorre no próximo sábado, dia 28 de Agosto. Para além dos milhares de devotos que aqui se deslocam, os terrenos da confraria e as principais ruas daquele lugar recebem dezenas de vendedores. Brinquedos, calçados, doces, roupa e fruta, onde não faltam os tradicionais melões da romaria, são alguns dos produtos que aqui podem ser adquiridos. A estes, juntam-se os talhos, com as suas carnes e as tascas e restaurantes que saciam o apetite dos visitantes, onde o “bife à romaria”, um bife de cebolada, é o prato em destaque durante aqueles dias.
Há 100 anos atrás, na edição de 11 de Setembro de 2010, o “Maria da Fonte” fazia alusão à Romaria de Porto d’Ave. Eis o excerto do texto publicado nas páginas deste centenário jornal:

“Completamente extraordinaria pelo enorme movimento de forasteiros que ha uma meia dúzia d’annos se não notara ali, n’aquelle encantador e sugestivo local que é o mimo d’este cantinho do Minho.
Os festejos foram imponentes e no animado arraial, onde muitos e muitos ranchos de Maneis e Marias davam a nota alegre que tanto caracterisa as romarias minhotas, apreciaram-se com funda satisfação as bandas de Sobradello, Nasce e Golães, de Fafe, que muito bem executaram varias peças de musica, especialmente esta ultima que se salientou pelo seu selecto e escolhido repertorio
A procissão, que sahiu pelas 5 horas do dia 7 era magestosa e percorreu o itinerario do costume na melhor ordem, sendo na verdade para enaltecer os creditos artisticos do armador Olympio Rebello que apresentou á admiração de todos, dois soberbos carros triumphantes ornamentados a capricho.
A illuminação da baldaquino era vistosa e aprcciada, fendendo o espaço durante a noite lindos aeróstatos.
O fogo do ar e prezo que ali foi queimado tambem merece menção, porque era explendido e d’un gosto moderno como em poucas romarias se observa; apezar de que lá d’un cantinho entre o escuro da noite, o nosso amigo Vieira sem o menor applauso de tres circumstantes que como aquelle apreciavam o fogo d’artificio, a todos os momentos praguejava contra os “chics” foguetes só porque estes não estrondavam nos ares – para elle o dynamite, e em tudo ha ideias contrarias, porque os gostos sao relativos”.

Tal como há 100 anos atrás, o movimento de forasteiros continua a ser grande, a procissão mantém a majestosidade de outros tempos e o fogo-de-artifício continua a ser esplêndido e a manter-se como um dos momentos altos do programa das festas.