Entrevista a José Pereira, Presidente da Junta de Freguesia de Esperança

"Sempre fui uma pessoa
muito interventiva"

Depois de ter passados por vários cargos, na Assembleia e Junta de Freguesia, José Alberto Pereira, abraçou um novo desafio: a candidatura à Junta de Freguesia de Esperança, impulsionado por vários moradores daquela freguesia e elementos afectos ao PSD. Três meses depois de ter sido eleito presidente da Junta de Esperança, José Alberto Pereira e os elementos que o acompanham na Junta de Freguesia mostram-se sensíveis aos problemas que afectam os mais idosos e as famílias mais carenciadas.



















Maria da Fonte - Que razões o levaram a candidatar-se?
José Alberto – Em primeiro lugar porque fui encorajado por conterrâneos meus e entidades que conheciam o meu percurso pessoal e político. Em segundo, porque o PSD me incentivou a abraçar este desafio. Tanto os dirigentes do PSD como esse grupo de conterrâneos achavam que eu era a pessoa indicada para liderar uma candidatura à Junta de Freguesia. Além disso precisei de contar, também, com o apoio da minha família para tomar uma decisão final. Mas, só depois de reunir a equipa que idealizava, é que assumi ser candidato. Primeiro, foram criadas as condições necessárias para que a equipa que liderei saísse vencedora do acto eleitoral disputado a 11 de Outubro.
MF - Como está a ser esta experiência na liderança da Junta de Freguesia?
JA – Não é, para mim, uma experiência nova, pois integrei o executivo da Junta de 93 a 97, onde ocupei as funções de tesoureiro. Essa equipa era liderada pelo amigo Bernardino Marques. Sempre fui uma pessoa muito interventiva. Foi nesta passagem como membro da Junta que construímos a actual sede. Sabia para o que vinha. Porém nunca imaginava o quanto difícil era este lugar, uma vez que as Juntas de Freguesia não têm autonomia financeira e dependemos sempre da Câmara Municipal para a concretização das grandes obras. De qualquer forma, está a ser aliciante esta experiência, não só pelo contacto constante, olhos nos olhos, com a população, mas também pela convivência diária, leal e construtiva com os membros da Junta e Assembleia de Freguesia, bem como a relação com a Câmara Municipal. Comentava, um destes dias, com o anterior presidente de Junta, Bernardino Fernandes, que todas as pessoas deviam passar por este cargo pelo menos dois meses para saberem as dificuldades que encontramos e a disponibilidade pessoal que temos que estar ao serviço da comunidade. Não é este o lugar para darmos largas a vaidades ou protagonismos. É, porém, gratificante, quando conseguimos resolver os problemas das pessoas. É para isso que cá estamos. Para servir a população. Embora, como referi, limitados financeiramente. Dizia, há algum tempo, a um habitante da minha freguesia que ele estava bem, pois estava reformado. E ele respondeu-me: ‘eu não estou bem. Vós é que estais mal…’. Por isso gostaria de deixar uma mensagem aos meus conterrâneos, que sei que não estão bem, mas que tudo faremos para que as coisas melhorem. Só peço alguma paciência porque temos de estabelecer prioridades. E com tempo, e com a ajuda da Câmara Municipal, conseguiremos ir resolvendo os problemas da nossa freguesia.
MF - Quais as suas maiores preocupações?
JA - A área social é a grande preocupação do executivo que lidero, nomeadamente os mais idosos e as pessoas carenciadas. Esta Junta foi a mentora da ideia de criação de um centro de convívio de idosos. Outras freguesias já agarraram, também, este projecto. Duas vezes por semana, os mais idosos ou pessoas com deficiência deslocam-se ao edifício da sede de Junta para aqui desenvolverem um conjunto de actividades. Lanço o desafio a todos os ‘seniores’ da freguesia para que adiram a este projecto. Aqui poderão passar excelentes momentos de convívio e confraternização. Consideramos que é importante retirar os mais idosos do isolamento em que vivem e proporcionar-lhes um conjunto diversificado de actividades, onde não falta a ginástica geriátrica e ainda um acompanhamento médico básico. No fundo, se torná-los socialmente activos. Para além disso, fixar os jovens na freguesia é também uma das nossas preocupações...