Estudo da autarquia é base da iniciativa

Câmara promoveu
reflexão sobre têxteis

A falta de mão-de-obra qualificada, a dificuldade em recrutar pessoal especializado, a necessidade de novas acessibilidades, nomeadamente na ligação de Póvoa de Lanhoso a Guimarães e a inexistência de um espaço em que as pequenas e médias empresas possam exercer as suas actividades a baixos custos são algumas das dificuldades com que se debatem as indústrias têxteis do concelho da Póvoa de Lanhoso.
Estes dados fazem parte do estudo, realizado pela autarquia da Póvoa de Lanhoso, com vista a apurar o impacto sócio-económico da indústria têxtil no concelho, que foi dado a conhecer no decurso de uma reflexão promovida pela Câmara Municipal.
Atenta à crise que atravessa o país e nomeadamente o concelho da Póvoa de Lanhoso, onde a área têxtil tem uma grande expressão, a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso promoveu, terça-feira, dia 3 de Março, à noite, no auditório da Casa da Botica, uma sessão de reflexão sobre os têxteis, que contou com uma forte presença de empresários concelhios.
Com 88 empresas ligadas ao sector têxtil, que empregam 1567 trabalhadores, é nas freguesias de Taíde, Campo, Pó-voa de Lanhoso e Santo Emilião, que se concentra o maior número de empresas.
Do estudo realizado pela autarquia povoense, apresentado por Marta Veloso, constata-se que o tecido empresarial é constituído por empresas de pequena ou média dimensão que trabalham a feitio ou são subcontratadas, essencialmente, pelas grandes empresas do concelho. Malhas, embalagem têxtil e têxtil lar são as principais áreas de intervenção das referidas empresas.
“Este estudo surge da consciência que a Câmara Municipal tem do papel e o peso que a indústria têxtil tem no concelho da Póvoa de Lanhoso. Estamos num período difícil, que é conhecido por todos, mas a realidade sócio-económica da Póvoa de Lanhoso passa pelo conhecimento profundo das indústrias têxteis neste concelho”, revelou marta Veloso, que adiantou ainda que o mesmo será um instrumento de apoio à decisão que permite à Câmara Municipal desenvolver iniciativas que certamente apoiarão os empresários.
A sessão de reflexão sobre os têxteis teve como moderador, Manuel José Baptista, presidente da Câmara Municipal, profundo conhecedor do sector, e contou com a presença de Freire de Sousa, professor universitário e especialista em internacionalizações de empresas, e Manuel Teixeira, director-geral do CENIT – Centro de Inteligência Têxtil.
Manuel José Baptista, presidente da Câmara Municipal, mostrou-se preocupado com situação do têxtil no concelho, revelando que a autarquia “precisava de sentir as necessidades dos empresários têxteis e os seus problemas”.
Aproveitar o conhecimento das universidades; criar um rótulo de protecção ambiental e social; maior empreendedorismo; maior qualificação; produtos inovadores; criatividade; a necessidade de tratar os problemas a nível local e a necessidade de pensar em marcas, com uma leitura do mercado e do consumidor, foram algumas das ideias deixadas pelos oradores nesta sessão de reflexão.
Uma linha de crédito para exportações para S. Tomé e Príncipe, fundo de fusões e aquisições e uma linha de reforço de capital de risco foram alguns dos instrumentos, divulgados por Jorge Oliveira, do IAPMEI, que estão à disposição dos empresários têxteis.
A necessidade de um local a baixos custos para fixarem a sua actividade foi uma das preocupações trazidas a blico por alguns empresários que se mostram dispostos a trabalhar para encontrar soluções para ultrapassar a crise que vem afectando o sector.
Manuel José Baptista, presidente da Câmara Municipal, mostrou-se solidário com os empresários revelando que estão empenhados em arranjar soluções, nomeadamente através da revisão do PDM. “Queremos ser um aliado. Conto com vocês e vocês podem contar connosco. As nossas preocupações são as vossas”, disse ainda o presidente da autarquia da Póvoa de Lanhoso que deu conta da necessidade de se realizarem mais iniciativas deste género.