EDITORIAL

Armindo Veloso




  

Vamos lá

Dia 4 é dia de ir a votos como se diz na nossa terra. Por muito desiludidos que estejamos; por muito descrentes dos políticos que estejamos; por muitas dúvidas que tenhamos das opções que se nos deparam, por muitas outras objecções que pudesse aqui enumerar vamos na mesma votar porque votar é uma obrigação cívica. Mas votar não deverá ser um acto leviano ou um jogo de “pim-pão-pum”. Votar requer um momento prévio de reflexão para fazermos a nossa opção consciente nem que seja votarmos no mal menor.
Sabemos que há sempre uma abstenção crónica na ordem dos dez por cento que pouco conta seja porque os cadernos eleitorais estão desactualizados, por ausência de pessoas que estão  no estrangeiro, seja por, ainda, motivos de saúde – estas pessoas podem requisitar apoios mas nem sempre o fazem.
Tirando isso não há motivo nenhum para não cumprirmos o nosso dever cívico. Se a participação eleitoral for grande e a abstenção, que ronda normalmente os 40%, não se verificar, não tenho dúvidas que sairá das eleições uma força política que se destacará e terá condições para formar um governo estável.
Não tenhamos ilusões: ao contrário de muitos países onde há fenómenos de novos partidos que emergem com resultados, ou putativos resultados, significativos, nós no nosso país só temos, de uma forma realista, duas forças políticas que poderão ganhar as eleições e formar um governo estável: o Partido Socialista e a coligação de centro direita formada pelo PSD e pelo PP. Uma destas forças deveria ter maioria absoluta. Numa altura conturbadíssima que ainda se vive quer a nível interno quer a nível externo com especial incidência na Europa que nos diz mais directamente respeito não há como respondermos com estabilidade interna.
Tudo depende de haver uma grande afluência às urnas ou não.
Está tudo na nossa mão.
Sairemos todos “chamuscados” se resultar um período conturbado e instável das próximas eleições.
Não brinquemos com o fogo.

 
Até um dia destes