EDITORIAL


Armindo Veloso
 

A democracia amadureceu

Assisti à tomada de posse dos representantes eleitos à Câmara e Assembleia Municipais do nosso concelho. Gostei. Já houve tempos que era um stress ir a uma cerimónia destas.
A Democracia amadureceu.
Os discursos dos presidentes empossados focaram-se nas pessoas; no social; no diálogo; no tratamento igualitário; enfim, tendo em conta os tempos que vivemos naquilo que interessa.
Houve, por outro lado, a presença de presidentes eleitos em concelhos minhotos, com especial destaque para Ricardo Rio, eleito em Braga, sede distrital, e para ex-presidentes como António Magalhães, de Guimarães, ou Joaquim Barreto, de Cabeceiras de Basto, que, como se sabe, são de cores políticas diferentes.
Repito, a democracia amadureceu.
Portugal pode ter, e tem, inúmeros problemas para resolver e te-los-á sempre de maior ou menor grau. Mas, a forma ordeira e cordial com que se vê numa cerimónia pública destas os eleitos de forças políticas diferentes que ainda há poucos dias esgrimiam, legitimamente, posições e opiniões diferentes sobre os mais variados temas a cumprimentarem-se e a dialogarem cordialmente só se pode dizer mais uma vez: a democracia amadureceu.
Por muito que se possa criticar alguns exageros cometidos por os nossos autarcas por esse país fora acerca de obras de fachada e coisas que tais, não há dúvida: uma das maiores conquistas do Portugal democrático foi, sem dúvida, o municipalismo não só pelo que fez em infraestruturas físicas mas também pelas “infraestruturas mentais”.

Até um dia destes.