EDITORIAL


Armindo Veloso
 

Vamos lá

Ora bem, depois de uns lamberem as feridas e outros serenarem a euforia, vamos lá ao trabalho.
As eleições autárquicas dadas as suas especificidades de proximidade criam muitas antipatias e até inimizades entre pessoas que durante todo o outro tempo se relacionam bem ou até muito bem.
Sendo as eleições um assunto que não se compara na sua importância ao futebol tomemo-lo como exemplo e depois de duas noites bem dormidas um portista amigo dum benfiquista, e vice-versa, desavindos por um pertenço penalti mal marcado, dão aquele abraço e ponto final.
Uma vez eleitos os nossos representantes legítimos há que os respeitar. Da parte deles espera-se que não vejam nunca os nossos e os deles mas sim os munícipes e já agora que andaram de porta em porta a pedir votos, um acto de humildade a que as eleições obrigam, não fiquem de nariz empinado e inacessíveis durante mais três anos e tal. 
Excluindo os grandes centros onde existe de facto algum voto de protesto em relação ao governo central existente, sempre vi nas eleições autárquicas um voto em pessoas. Só assim se compreende que por exemplo na minha freguesia natal, Verim, testemunhei, quando fazia parte da mesa do acto eleitoral, quão dispares eram as votações para os diversos órgãos autárquicos. O povo parece que dorme mas só parece. Daí que fazer extrapolações para o todo nacional, leia-se legislativas, é um abuso de todo o tamanho. Quem o fizer arrisca-se a ter surpresas. Já as houve.
Anseia-se que os nossos amigos governantes das nossas freguesias e dos nossos concelhos façam um mandato essencialmente voltado para o social ajudando e acarinhando os que mais precisam.
Que deixem de lado os anéis e tratem dos dedos das pessoas que andam cheios de artroses...

Até um dia destes.