EDITORIAL


Armindo Veloso
 

Bebedeiras

Um jovem sul africano, Oscar Pistorius, deficiente, não tem as duas pernas, fruto da sua persistência em treinos de atletismo e nos tribunais, reivindicando a possibilidade de participar nos jogos olímpicos normais em vez dos paraolímpicos, conseguiu notoriedade mundial e transformou-se numa referência para a juventude de todo o mundo.
Talvez por isso conseguiu o que noutra circunstância não seria normal: namorar para uma das mulheres mais belas do mundo. O amor é cego? Será, mas nem tanto, digo eu.
Oscar Pistorius matou a namorada com quatro tiros.
Tudo a este respeito será especulativo mas a dedução que Oscar sentia que Reeva Steenkamp não seria muito tempo dele – ela queria participar num reality show contra sua vontade –  é legítima.
O ‘dá-me luz que depois eu sigo o meu caminho e não preciso de ti’,  normalmente dá maus resultados.
Oscar Pistorius talvez louco de ciúme, matou uma jovem na flor da idade e destruiu a sua linda carreira. Perdoem-me o sarcasmo: deu o passo maior do que a perna.
As luzes da ribalta embebedam as pessoas de tal ordem que muitas das vezes transformam contos de fadas em filmes de terror.
Porque os mortos não estão lá e por vezes até nos esquecemos deles, temos compaixão por aquelas caras, jovens, de clemência em plena barra do tribunal. Renato Seabra nos EUA e Oscar Pistorius  na África do Sul enfrentam justiças implacáveis para casos como estes. A partir da loucura só o coração fica a bater. Na cela para o resto da vida.
Até um dia destes...