DTER da Póvoa de Lanhoso

GNR aproxima gerações

Hoje com 80 anos, Francisco da Silva já saiu do activo há 24, depois de quase três décadas ao serviço da Guarda Nacional Republicana, mas uma vez militar, militar para sempre.
É o sentimento de pertencer à “família da Guarda” que juntou, na Póvoa de Lanhoso, militares reformados e/ou na reserva com elementos no activo, num convívio organizado pelo Destacamento Territorial (DTER) da Póvoa de Lanhoso.
“É pena que esta iniciativa só tenha acontecido agora” lamenta Francisco da Silva, à mesa do dominó com um antigo companheiro de serviço, José Alves Ribeiro.
Ambos terminaram o serviço activo no Posto Territorial da Póvoa de Lanhoso e não lhes faltam histórias para contar.
Francisco da Silva lembra a noite em que foram alertados para um furto numa fábrica e ‘abandonaram’ o Posto para tentar apanhar os ladrões.
Dessa vez, não conseguiram. Tiveram mais sucesso no dia em que ‘apanharam’ boleia de um vizinho - que tinha carro numa altura em que as patrulhas se faziam a pé - e não só apanharam o assaltante como recuperaram o ouro roubado.
“Tínhamos brio em fazer mais e melhor e prestigiar a corporação” afirma o militar reformado.
Entre boas e más recordações - porque os tempos também eram difíceis - José Alves Ribeiro lembra que che- gou a fazer 72 horas seguidas sem ir a casa.
Mas nem isso apaga o gosto em pertencer à centenária corporação da GNR. Por isso, muitos militares reformados e na reserva louvaram a iniciativa do DTER da Póvoa de Lanhoso que juntou à mesma mesa e numa jornada de convívio 91 militares reformados e /ou na reserva com outros ainda no activo e que residem ou prestaram serviço na área do Destacamento.
“Todos fazem parte da GNR” explicou o comandante do DTER da Póvoa de Lanhoso, capitão Gonçalo Amado, que considera que quem está no activo deve homenagear os que estão na reserva/reforma e que ajudaram a construir a história desta corporação secular.
O oficial reconhece que a iniciativa foi “muito bem recebida” e, tal como os participantes, espera que ela tenha continuidade, até porque “todos são precisos para uma sociedade mais segura e mais solidária”.