EDITORIAL

Armindo Veloso



Vergonha na cara
No final do ano passado morreram dois líderes históricos em cada um dos seus países: Kim Jong-il, o ‘querido líder’, presidente da Coreia do Norte e Václav Havel, ex-presidente da Checoslováquia e posteriormente da República Checa.
O primeiro isolou o país e oprimiu o povo tornando a Coreia do Norte o reduto mais recôndito deste planeta. O segundo participou de forma decisiva para a liberdade do seu povo e tornou as duas repúblicas daí resultantes em dois países com francos progressos a todos os níveis.
Em Portugal, o nosso ‘querido’ partido comunista português deu-se ao desplante de no caso de Kim Jong-il enviar uma mensagem sentida ao governo da Coreia do Norte e em relação a Václav Havel, quando o nosso parlamento propôs um voto de pesar votou contra e, mais, o seu líder, neste caso não querido, espero..., saiu do hemiciclo enquanto decorria a votação. De notar que votaram a favor, por aclamação, PSD, PS, CDS-PP e dois deputados do Bloco.
Francamente não tenho conhecimentos profundos da história da Coreia do Norte e da ex-Checoslováquia. Mas, mesmo assim, acho que tendo o PCP as razões que tiver, deviam deixar de encher a boca com liberdade, justiça e democracia.
Deviam ter vergonha na cara.
Pior do que eles só a nossa comunicação social que com os complexos de esquerda, qual?..., deixa passar quase em branco este assunto.
O que teria acontecido se um partido conserva-dor fizesse metade daquilo? Caía o carmo e a trindade! Tínhamos novela editorial para pelo menos um mês e todas as liberdades estariam em causa.
São estes dois pesos e duas medidas que eu e muita mais gente nunca entendemos. Uma ditadura é sempre uma ditadura. Não há as boas, as de esquerda, e as más, as de direita.
Para estas atitudes, só um choro colectivo...
Até um dia destes!