EDITORIAL

Armindo Veloso



Melros

Embora já com a minha meia idade sou um caçador principiante com um vício moderado mas capaz de me tirar da cama às três da manhã numa noite de quase temporal.
Primeiro com fisga, depois com 9 mm, afugentei uns pássaros enquanto adolescente o que deixou lá o bichinho ressuscitado recentemente.
Por razões óbvias, ando a par do essencial do que se passa no mundo, muitas das vezes padrasto, da caça.
Gostei, porque me ri, de apreciar o mete e tira legislativo em relação ao melro passar a ser, ou não, espécie cinegética na época de caça 2011/2012.
O governo Sócrates “meteu” legislação que proporcionava a caça ao melro, tornando-o espécie cinegética, nesta época de caça. Não sei com base em que estudo esses senhores tomaram a decisão, quanto a mim absurda, o que é certo é que a tomaram. Sabe-se lá se foi por pedido de um familiar do senhor secretário de estado de então que se queixava que os melros lhe davam cabo do cebolo...
Quatro semanas bastaram para que o governo Passos Coelho “tirasse” legislação e revogasse a caça ao melro para a presente época. Os meus louvores ao secretário de estado Daniel Campelo que só mostrou que sabe o que é a aldeia, sabe o que é um melro, sabe qual é o seu habitat e sabe que o tiro ao melro é dos mais perigosos para as populações uma vez que é um disparo rasante.
O caricato da questão é que nestas pequenas coisas se vê a inconsistência da legislação produzida em Portugal. Dá a impressão que se legisla ao sabor da corrente do momento. Neste caso, eram os pobres dos melros os afectados. O problema é que na maior parte da legislação feita em cima do joelho os melros somos nós.
Já chega de melros por hoje. Vivam os melros, aves, abaixo os melros, políticos, os incompetentes claro.

Até um dia destes