EDITORIAL

Armindo Veloso



Nós

Albert Einstein disse um dia que se soubesse que as suas teorias iriam ser utilizadas para a criação da bomba atómica, utilizada poucos anos depois em Hiroxima e Nagasaki, no Japão, não as teria desenvolvido.
Eis um exemplo de descoberta e evolução científica que provocou uma revolução civilizacional – a teoria da relatividade alterou o mundo nestas últimas décadas e está presente em quase “tudo que mexe” - que o Homem usou logo que pôde pela negativa.
Nos tempos que vivemos, embora exista a possibilidade de uma guerra atómica, julgo que a desgraça, mesmo, reside noutras bombas muito mais “bonitas e perfumadas”: a internet/redes sociais.
Embora com intensidades diferentes – para o CEO da ZON, Rodrigo Costa, as redes sociais nos Estados Unidos são para trabalhar enquanto que na Europa são usadas em grande medida para o lazer – o facebook, por exemplo, é usado principalmente para fofocas; troca de galhardetes; ocultação de frustrações; descompressão de frustrações várias; compensação de traumas; encontros secretos de índole sexual; e por aí fora; e por aí fora!
Aí está uma autêntica revolução na comunicação entre os povos de todo o mundo que deveria ser usada em grande medida pela positiva no desenvolvimento económico e cultural que, arrisco, em mais de 90% é usada com a parte obscura da humanidade.
Está-nos na natureza, ponto final.
Num certo dia, numas certas férias, o meu agregado familiar promoveu uma refeição especial. A “caixa” da refeição era um tal marisco “amado” por todos. Encomendei demais. Para não sobrar, forçamos. Resultado: os meus filhos ainda hoje não comem desse marisco de que tanto gostavam.
A quantidade vulgariza o produto.
A internet/redes sociais, usadas da forma como estão a ser usadas, estão a destruir algumas das coisas mais bonitas da humanidade: As relações de afecto - amigos!!! - e o sexo.
Por escassez? Não, por demasia.

Até um dia destes.